Um Município autista?

"O mais terrível de todos os sentimentos é o sentimento de ter a esperança morta" - Federico García Lorca


Para o cidadão comum que observa e escuta as diversas queixas da sociedade civil não pode deixar de ficar inquieto.

São os pequenos negócios que simplesmente dizem que vão fechar, imigrando os seus proprietários.

São os empresários que dizem, uns que terminando obras que têm em curso, simplesmente pensam mudar as suas sedes para outros concelhos, outros que vêem as suas possibilidades de progresso minimizadas por iniciativas que se não tomam e deviam ser tomadas. Outros concelhos, tão do interior como o nosso, não hesitam em as tomar.

Há aqueles que, simplesmente, abandonam as suas profissões porque não lhe são criadas condições que permitam manter as suas portas abertas.

É todo o desconforto da sociedade civil que, se levanta uma bandeira, logo é olhado como “inimigo” negando-se-lhe toda e qualquer colaboração.

É o aparente abandono de um projecto estruturante para o concelho, o Museu de Góis, pelas suas repercussões positivas num turismo não sazonal.

Ora nada mais perigoso para o bem comum do que ao autismo de uma administração, como o bem compreendeu a Câmara Municipal de Arganil, que criou um Conselho Consultivo Municipal, como órgão de consulta do seu Presidente.

Desafiamos aqui o Sr. Presidente da Câmara a promover um amplo debate com a sociedade civil para se tentar, não só encontrar solução para alguns problemas, como, e muito importante, levantar-lhe o moral.

Uma sociedade civil desmoralizada é um factor que fortemente desincentiva o seu progresso.
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