domingo, 4 de março de 2007

Quase Sombra do Vento..., de Abílio Bandeira Cardoso

Se nos rumos da aurora eu me perdia
E nos silvos do vento eu me escondi
Em mil e muitas cruzes de fogo me acendi
Enquanto em bravo incêndio me extenguia

E se nos rumos do ocaso eu me não via
Nos luares de Agosto me descobri
Nesses revelantes luares eu me conheci
Noite tão branca há muito se não via

Embrenhamo-nos no bosque iluminado
E dele saímos os dois de mãos tão unidas
Como se nunca a outras se houvessem dado

E dessa noite, tantas magias prometidas...
Acreditadas por um olhar no outro cimentado
E pelas inocências... para sempre perdidas...

Abílio Bandeira Cardoso