O turismo português em espaço rural
Turisticamente, Portugal é um país rico! Rico no clima, rico na paisagem, rico na comida, rico nas gentes, rico na história!
Só pode ter dúvidas disto quem nunca saiu do país ou não queira deitar um olhar, mesmo através de jornais e revistas, do que se passa em muitos outros países, alguns chamados de países turísticos. Infelizmente, vítimas de crónico deficit de auto-estima, somos sempre os últimos a apreciar as nossas riquezas.
Num cenário de crise prolongada, convém relembrar que se existe um sector onde Portugal tem um futuro garantido, ele é o TURISMO!
O Turismo é das principais fontes de receitas, mesmo de países bem mais ricos que o nosso. Por exemplo, em Itália e em Espanha, as indústrias que geram mais receitas é o Turismo. Com as actividades de lazer a receberem cada vez mais tempo e dinheiro, a importância dos sectores turísticos são cada vez maiores.
Contudo, há que saber o que se quer. Existem tantos modelos de turismo como existem de turistas. Cabe a cada país definir qual o tipo de turista que deseja receber e criar umj plano de marketing compreensivo e agressivo para os cativar.
Em Portugal, o modelo de turismo que se tem apostado até à exaustão é: Sol + Praias = Algarve. Esta equação, embora esteja matematicamente correcta, é de uma absurda limitação, como absurdos têm sido os seus resultados. Em três décadas foram transformados 100 kms de praias magníficas, em 100.000 kms de um asqueroso labirinto de betão e asfalto salpicado aqui de um verde mate de campos de golfe. Um prodigioso milagre do qual só os políticos e os construtores se poderão orgulhar.
Mas, infelizmente, que Portugal tem muito mais para oferecer que o Algarve, onde o turista acaba por trocar o stress da cidade pelo stress de arranjar um lugar vago na areia ou o asfalto. Tem riquezas que só podem ser descobertas quando o turista está disposto a explorar o labirinto rendilhado do nosso espaço rural. Embora o êxodo para as grandes cidades seja importante, o nosso país ainda mantém um forte pendor rural. Na maioria dos casos já não é um ruralismo arcaico, como foi no passado, mas um ruralismo moderno pujante ainda fortemente enraizado em tradições. Um ruralismo que cada vez mais é procurado como antídoto refrescante para a vida massificada e indiferenciada nas cidades.
O Turismo em Espaço Rural é um turismo diferente. É um turismo personalizado e humanizado e não um turismo de massas. É um turismo de quem aprecia a natureza mais que os centros comerciais, que aprecia as pessoas mais que as discotecas, que aprecia as tradições mais que os banhos em águas tépidas.
É um tipo de turista diferente. Muitas são as pessoas de idade já avançada (por vezes) com grande pendor de compra, mas que procuram a tranquilidade do mundo rural. Numa Europa envelhecida e cada vez mais stressada, este é o tipo de turista com maior oferta e aquele que mais convém ao nosso país.
Neste nicho de turismo, Portugal tem potencialidades enormes e nas quais devia apostar fortemente. Como natural que sou da Beira (distrito de Coimbra), sei que aqui existem condições excepcionais para tirar partido desse turismo rural. Temos tudo o que é necessário: paisagens rurais magníficas, uma tranquilidade inaudita, um clima ameno, comida excelente e preços atractivos.
É certo que existe alguma oferta neste sector, mas muito mais é necessária. Uma oferta com qualidade, mas sobretudo com personalidade e intimidade, porque este é um turismo que não se faz só com dinheiro, mas também com muita paixão.
Bom Turismo para todos.
José de Brito
in Jornal de Arganil, de 29/03/2007
Só pode ter dúvidas disto quem nunca saiu do país ou não queira deitar um olhar, mesmo através de jornais e revistas, do que se passa em muitos outros países, alguns chamados de países turísticos. Infelizmente, vítimas de crónico deficit de auto-estima, somos sempre os últimos a apreciar as nossas riquezas.
Num cenário de crise prolongada, convém relembrar que se existe um sector onde Portugal tem um futuro garantido, ele é o TURISMO!
O Turismo é das principais fontes de receitas, mesmo de países bem mais ricos que o nosso. Por exemplo, em Itália e em Espanha, as indústrias que geram mais receitas é o Turismo. Com as actividades de lazer a receberem cada vez mais tempo e dinheiro, a importância dos sectores turísticos são cada vez maiores.
Contudo, há que saber o que se quer. Existem tantos modelos de turismo como existem de turistas. Cabe a cada país definir qual o tipo de turista que deseja receber e criar umj plano de marketing compreensivo e agressivo para os cativar.
Em Portugal, o modelo de turismo que se tem apostado até à exaustão é: Sol + Praias = Algarve. Esta equação, embora esteja matematicamente correcta, é de uma absurda limitação, como absurdos têm sido os seus resultados. Em três décadas foram transformados 100 kms de praias magníficas, em 100.000 kms de um asqueroso labirinto de betão e asfalto salpicado aqui de um verde mate de campos de golfe. Um prodigioso milagre do qual só os políticos e os construtores se poderão orgulhar.
Mas, infelizmente, que Portugal tem muito mais para oferecer que o Algarve, onde o turista acaba por trocar o stress da cidade pelo stress de arranjar um lugar vago na areia ou o asfalto. Tem riquezas que só podem ser descobertas quando o turista está disposto a explorar o labirinto rendilhado do nosso espaço rural. Embora o êxodo para as grandes cidades seja importante, o nosso país ainda mantém um forte pendor rural. Na maioria dos casos já não é um ruralismo arcaico, como foi no passado, mas um ruralismo moderno pujante ainda fortemente enraizado em tradições. Um ruralismo que cada vez mais é procurado como antídoto refrescante para a vida massificada e indiferenciada nas cidades.
O Turismo em Espaço Rural é um turismo diferente. É um turismo personalizado e humanizado e não um turismo de massas. É um turismo de quem aprecia a natureza mais que os centros comerciais, que aprecia as pessoas mais que as discotecas, que aprecia as tradições mais que os banhos em águas tépidas.
É um tipo de turista diferente. Muitas são as pessoas de idade já avançada (por vezes) com grande pendor de compra, mas que procuram a tranquilidade do mundo rural. Numa Europa envelhecida e cada vez mais stressada, este é o tipo de turista com maior oferta e aquele que mais convém ao nosso país.
Neste nicho de turismo, Portugal tem potencialidades enormes e nas quais devia apostar fortemente. Como natural que sou da Beira (distrito de Coimbra), sei que aqui existem condições excepcionais para tirar partido desse turismo rural. Temos tudo o que é necessário: paisagens rurais magníficas, uma tranquilidade inaudita, um clima ameno, comida excelente e preços atractivos.
É certo que existe alguma oferta neste sector, mas muito mais é necessária. Uma oferta com qualidade, mas sobretudo com personalidade e intimidade, porque este é um turismo que não se faz só com dinheiro, mas também com muita paixão.
Bom Turismo para todos.
José de Brito
in Jornal de Arganil, de 29/03/2007
Etiquetas: turismo
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