domingo, 25 de março de 2007

Filarmónica Varzeense: Divulgar com mestria valores culturais da região

Os custos da interioridade fazem-se sentir num concelho como o de Góis onde residem apenas cerca de quatro 4000 pessoas. Mesmo assim, existem duas filarmónicas que tudo fazem para manter viva a cultura musical característica das arruadas, concertos em coretos e festas tradicionais portuguesas.

A filarmónica Varzeense de Vila Nova do Ceira é uma delas e uma referência na região e no país. Surgiu em 1902, esteve inactiva entre 1932 e 1968. Desde então, não mais deixou de actuar em diversos eventos culturais pagãos e religiosos. A missão, segundo Amorim Garcia, presidente da Associação Desportiva Recreativa e Cultural Filarmónica Varzeense, "é a de divulgar com mestria os valores culturais da freguesia e do concelho".

Consideradas autênticos conservatórios locais, as filarmónicas desenvolvem um papel importante na formação musical dos mais novos. A Filarmónica Varzeense não é excepção e aos sábados reúne dez jovens na escola de música. Um dia irão integrar a banda, actualmente composta por 28 elementos entre os 10 e os 67 anos.

O número de alunos poderá não parecer significativo, mas Amorim Garcia diz que "é um grupo razoável tendo em conta a população do concelho". Reconhece, no entanto, o presidente da associação que seria necessário ver mais gente nova envolvida nos projectos da filarmónica.
"Tenho o meu lugar a 'trespasse'", refere sorrindo o também empresário que há cerca de um quarto de século se encontra na direcção da colectividade. "Para que a memória colectiva das tradições da freguesia não fique apenas registada nos manuais da história desta região, é necessário um maior empenho de todos os varzeenses", salienta ainda Amorim Garcia.

A associação dispõe de sede própria, mas as dificuldades financeiras são muitas. Contam com o apoio da Junta de Freguesia do Município de Góis e da Cooperativa Silvo Agro Pecuária, uma vez que o valor da quotização dos sócios é apenas simbólico, sete euros e meio anuais.

Actualmente, as preocupações passam pela necessidade de adquirirem novos instrumentos, "mas sem apoios não será possível comprá-los pois os custos são elevados" diz o representante da filarmónica.
in Jornal de Notícias, de 25/03/2007

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