segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

29 de Janeiro - Dia da Incontinência Urinária

Incontinência Urinária nas Mulheres

A Incontinência Urinária é um problema de saúde pública, atingindo mais mulheres do que homens.
A incidência da Incontinência Urinária aumenta progressivamente com a idade, afectando entre 15%-30% das mulheres com idades superiores a 60 anos. No entanto, também se verifica em mulheres mais jovens.
É um problema definido pela Sociedade Internacional de Continência como a perda involuntária de urina que é objectivamente demonstrável e que produz problemas sociais de higiene.
As implicações deste distúrbio são vastas, quer a nível pessoal, quer a nível social, verificando-se uma diminuição clara da qualidade de vida, associada a sentimentos de vergonha, ao isolamento dos outros e à privação do desempenho de certas actividades.
Apesar de actualmente existirem menos preconceitos e maior tolerância do que no passado (e da mulher ter um papel crescente na sociedade), a Incontinência Urinária é ainda um assunto tabu e por isso muitas são aquelas que vivem este problema em silêncio. O conformismo, a aceitação e mesmo a vergonha por parte destas mulheres são uma realidade que as impede de procurar ajuda. No entanto, com o apoio incondicional da família e dos profissionais de saúde é possível encontrar uma solução para o problema. Daí que se mostre essencial o esclarecimento sobre esta doença.
A principal razão para o surgimento da Incontinência Urinária é a ausência do suporte dos músculos pélvicos (que se situam à volta da uretra, vagina e recto).
Diversos factores podem contribuir para o aparecimento deste distúrbio urinário: gravidez, lesões pélvicas, radioterapia, patologias médicas e neurológicas, entre outros.
O principal sintoma é a perda de urina.
A Incontinência pode ser transitória, estando associada a determinadas situações, como a gravidez, ou permanente (crónica), necessitando de tratamento específico para a sua reversão.
O diagnóstico é feito através da resposta a um questionário e da realização dos exames médicos complementares que o médico entender adequados para cada caso em particular.
O tratamento depende do tipo de Incontinência, podendo passar por exercícios pélvicos (para fortalecer os músculos à volta da uretra, vagina e recto), pela mudança de hábitos alimentares, pela medicação e/ou cirurgia.
Para prevenir a doença podem adoptar-se algumas medidas simples, mas muito benéficas, das quais se destacam:
- Realizar os exercícios pélvicos (exercícios de Kegel) já referidos (para fortalecimento dos músculos);
- Evitar o excesso de peso;
- Evitar a prisão de ventre (através da ingestão de fibras, fruta e vegetais);
- Evitar a ingestão de bebidas com cafeína, bebidas com gás, alcool;
- Evitar a ingestão excessiva de citrinos, tomates e molhos com tomate, comidas muito condimentadas, chocolate, açúcar, adoçantes artificais, leite e derivados;
- Deixar de fumar;
- Tratar da tosse prolongada.
Para a enfermagem a Saúde define-se como um status com características específicas: um processo dinâmico de adaptar-se a, e de lidar com o ambiente, satisfazer as necessidades e alcançar o potencial máximo de bem-estar físico, mental, espiritual, não meramente a ausência de doença ou de enfermidade. Neste contexto, a actuação dos enfermeiros visa ajudar a pessoa , independentemente da fase do ciclo vital em que se encontre, a alcançar este potencial máximo de bem-estar.
Por isso, se sofre de Incontinência Urinária, ou se tem dúvidas, não hesite em contactar o seu enfermeiro ou médico de família, pois estes, baseados numa inter-relação centrada em si, irão proporcionar o encaminhamento e acompanhamento necessários, com vista à obtenção de ganhos em saúde.
Catarina Alves, Enfermeira
in O Varzeense, 30/12/2006