sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Região da Beira Serra


A Região da Beira Serra (Pinhal Interior Norte), onde se insere o concelho de Góis, sendo genericamente caracterizada por uma orografia muito acentuada, por onde serpenteiam rios e ribeiras encimados por montanhas altas cobertas de vegetação ou de frondosas matas de pinheiro bravo, onde igualmente o eucalipto ganha cada vez mais expressão.
Esta região é genericamente um território de montanha, aliás defenido na Portaria n.º 377/88, como Zona de Montanha nas áreas dos municípios de Arganil e Góis e como Zona Desfavorecida nos municípios de Oliveira do Hospital e Tábua, sendo que toda a sua área - 1030,2 km2 - corresponde à superfície desfavorecida, na qual, segundo dados de 2001, habita, 53 148 pessoas.
Relacionados com a anterior definição, estão um conjunto de fenómenos também eles reconhecidamente associados a este tipo de Regiões: o acentuado envelhecimento da população, o êxodo rural, muitas vezes continuado e incontrolável, o que inevitavelmente tem provocado a desertificação humana de vários povoados e aldeias, com o consequente surgimento de preocupantes focos de desertificação física, a que acresce a multiplicação dos incêndios florestais e respectivas manchas de área ardida.
Históricamente, esta Região, dadas as suas condições naturais e modos de vida, ao longo do século XX sempre foi muito sensível ao fenómeno da emigração. No entanto, a grande demanda destas gentes dirigiu-se para os grandes centros urbanos do litoral, especialmente na área da Grande Lisboa, locais onde se encontra maioritariamente radicada a diáspora da Beira Serra, forçada a aí procurar melhores condições de vida.
A Região assume-se como um espaço de diversidade geográfica e cultural, simbolizadas por exemplo, nas diferenças da arquitectura tradicional - ora aparecem edificações de xisto e lousa típicas das áreas serranas, ora outras de granito e telhas de barro, no planalto beurão - com complementariedades enraizadas pela história, fruto do convívio secular destas gentes, das teias de cumplicidade geradas ao longo dos tempos e das próprias interdependências subsistentes, os quais conferem ao território uma identidade e homogeneidade próprias e com enorme potencial de reforço.

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