quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Quinto Elemento, de Abílio Bandeira Cardoso

Trago preso nos lábios o vento
Que sai soprado dos teus
E a brisa que me toca o rosto
Amarga-me a sal no adeus

Trago preso no corpo o vulcão
De que és fogo, cinzas e lava
Queimas-me o peito nas horas
Da saudade que me mim se crava.

És terra da sepultura fria
Em que minha esperança morre
Nas noites que me não dás luar

E és água que a sede me sacia
Mesmo na lágrima que escorre
Nos dias que não queres raiar.

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