quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Convívio marcou Feira dos Santos


Começou por ser a Feira dos Santos. Hoje já é também da castanha e do mel. O espírito é o mesmo, como tal, o concelho de Góis sai à rua para vender, comprar e, claro, conviver.Tal como em todas as feiras, também na Feira dos Santos, em Góis, há de tudo. Castanhas, mel, nozes, broa, farturas, roupas, enfim, uma variedade enorme de produtos que, ano após ano, marcam a tradição da vila banhada pelo rio Ceira. Com mais de 50 anos de existência, a Feiras dos Santos também acompanhou as “regras” da modernidade, como tal, “há cerca de oito anos também passou a ser a feira da castanha e do mel”, explicou Girão Vitorino, edil de Góis, ao DIÁRIO AS BEIRAS. Segundo a tradição a feira que se realiza no “Dia de Todos os Santos”, surgiu com a matança do porco, pois “os agricultores traziam um porco que matavam na feira, depois faziam os torresmos e assavam as febras”, acrescentou o autarca. Porque com os “tempos mudam-se as vontades”, as exigências ao nível da higiene “deixaram de ser possível cumprir essa tradição”. Apesar das mudanças operadas, a população do concelho não esmoreceu e, por isso, todos os anos a romaria ao recinto da feira é grande. Ontem, todos os caminhos iam dar à Feira dos Santos, pois esta desperta e promove o convívio “entre os residentes e não residentes”, salientou Girão Vitorino. Rodeado de diversas miniaturas artesanais, José Joaquim Cerdeira, um “habitué” nestas andanças, explicou que se dedica a fazer nas horas vagas “o que as crianças de hoje já não conheceram”. Noras, moinhos, e muitas outras miniaturas, eram algumas das peças que José Cerdeira tinhas expostas, a “um bom preço”, e que todos paravam para ver. Porque em cada esquina havia um feirante, não foi difícil verificar a existência de uma grande variedade de produtos para venda. Natural de Góis mas a residir na Lousã, Jorge Veiga Antunes destacou o facto de ser “um apicultor por carolice”. Com uma banca coberta de licor, aguardente, jeropiga, tudo de mel, este produtor fez questão de salientar que “os preços não são altos e o mel da região demarcada da Lousã é o melhor do país e da Europa”. Sob o olhar atento de Ulisses Simões, seu companheiro nestas andanças, Jorge Antunes disse mesmo que a Feira dos Santos é uma oportunidade “para divulgar os nossos produtos e conviver” com quem por lá passa.
Convívio é palavra de ordem
Porque nestas coisas, “o mais importante é conviver”, sem dúvida que na Feira dos Santos, o convívio é uma palavra sempre presente. Embora também aproveitassem para fazer negócio ou comprar “nem que seja umas castanhas”, o dia de ontem ficou, essencialmente, marcado pelos encontros entre os visitantes. Aqui e ali, podia-se ouvir quem há muito não se via, ou até mesmo, quem se encontra só pelo 1 de Novembro, nesta mostra. Talvez pela importância que reveste esta feira, a autarquia de Góis, tenha preocupação com o programa que “é para o dia todo”. Desta forma, de manhã decorreu o já tradicional Jogo da Malha. Com 16 equipas a representar diversas colectividades, também aqui “o convívio é o grande motor do jogo”, destacou um jogador. Claro que como em qualquer desafio também houve prémios, mas “o divertimento está acima de tudo”. Depois do almoço, onde estiveram expositores, jogadores da malha e alguns convidados, decorreu o concurso de doces de mel e/ou castanhas. Deliciosas iguarias deram a conhecer os doces tradicionais e algumas novidades foram apresentadas. Já depois da actuação do rancho “As Sachadeiras da Várzea” viveu-se o ponto alto da festa com o tradicional magusto “que a autarquia ofereceu” e que marcou o fim de um dia de festa.
in Diário As Beiras, de 2/11/2006

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