quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Onde fica Góis?!?!!


Onde fica Góis? Este pergunta ouço-a muitas vezes. Pois bem, aqui vai a resposta.
Situa-se na região Centro e subregião do Pinhal Interior Norte - Beira Serra, a 250 km de Lisboa, a 140 km do Porto, a 500 km de Faro e a 45 km de Coimbra, apanhando-se a N17 (Estrada da Beira) em direcção de Vila Nova de Poiares. Lá vira-se no sentido de Góis.
A vila, pacata, apresenta-se singularmente, num vale estreito e profundo, de terras de xistos e penhascos abruptos, entre as serras da Carvalhal e do Rabadão, deixando-se banhar pelo rio Ceira que a atravessa. As verdes margens, o quase imaculado branco do casario, transmitem uma sensação de tranquilidade protegida por altos montes quase circundantes - para norte a planície segue o Ceira e amplia-se; nos outros lados crescem montanhas rapidamente numa continuidade ininterrupta de lindas paisagens, cuja apoteose de grande espectáculo se encontra no impressionante, escalvado, vertical Penedo de Góis, a sul da vila, que atinge uma altitude aproximada de 1045 metros.
O concelho, rural, confina com os de Arganil, Castanheira de Pêra, Pampilhosa da Serra, Pedrogão Grande e Vila Nova de Poiares. Não tem mais de 16 km N/S e de 17,72 km E/O. Mas como as terras "não se medem aos palmos", as cinco freguesias que o compõem e lhe dão vida - Alvares, Cadafaz, Colmeal, Góis e Vila Nova do Ceira -, ocupam a área de 284,72 km2 e acolhem uma população residente de 7 000 pessoas.

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2 Comments:

Anonymous Claudia Goes said...

ola, que bom saber do seu Blog. Chamo-me Claudia Góes e sou nascida na cidade de Penedo no estado de Alagoas, no Nordeste do Brasil. Tenho desejo de tentar ver se consigo encontrar algum antepassado meu.Pode me ajudar me dizendo onde posso achar alguma informação? Obrigada, abs, Claudia

12 julho, 2009 22:30  
Anonymous Anónimo said...

O topónimo Góis tem ascedência germânica, numa forma latinizada, e aparece pela primeira vez documentado numa doação de D. Teresa, com a ortografia Goes que sofreria muitas variações pelos séculos adiante - Gooes, Goões, Guoes, Goees, Gooees, Gois... - voltando uma e outra vez a Goes até ser fixada oficialmente a forma actual.

Da família Gois (que foram Senhores de Góis) que se estende ao longo de onze gerações (1114 - 1459), refero apenas alguns dos seus donatários, ligados a factos relevantes na vida do concelho:
Gonçalo Dias de Goes – Genro do primeiro donatário Anaia Vestrares, que, ao usar o homónimo Goes, tirado do topónimo local, dá início à nova família.
Vasco Farinha de Goes – Institui, em 1290, o morgado de Góis, um dos primeiros que foram constituídos no reino, uma instituição que iria fortalecer, durante séculos, a unidade do senhorio. Constrói o Paço Velho, no largo do Pombal, que vai servir de residência dos Senhores, até à construção do Novo Paço, terminado em 1532, junto ao rio Ceira.
Gonçalo Vasques de Goes – Escrivão da puridade (hoje chamaríamos Primeiro Ministro) de D. Pedro I, estabelece, em 1314, o primeiro foral de Góis. Não foral do poder central, mas um regularizando a organização local.
Mécia Vasques de Goes – É uma das figuras emblemáticas do concelho, pela sua forte personalidade e envolvimento na vida local. Bem podia ser considerada como símbolo da mulher goiense. E com direito a estátua. Foi dona do senhorio entre os anos 1395 e 1444.
Une-se pelo casamento à família Lemos, mas fica viúva muito cedo. Com uma grande fortuna, faz aplicações no forte mercado financeiro italiano e, em Portugal, conhecem-se ajudas financeiras ao Infante D. Henrique, para os seus negócios e actividades marítimas. Bate-se com energia numa longa batalha jurídica, travada entre os seus filhos mais velhos, para que os negócios do senhorio de Góis pudessem prosseguir no bom rumo. Morre nos Paços Velhos, em 1444, no Largo de Pombal.
Beatriz Lemos de Goes – O último donatário a usar o apelido de família. Casa com Diogo da Silveira, escrivão da puridade de D. Afonso V, da família alentejana Silveira, então em vertiginosa ascensão social e política do reino.
Fora do concelho, outros Goes e Góis (a partir de certa altura usaram-se as duas grafias), escreviam algumas das melhores páginas da história de Portugal.
Ao longo deste período dos Góis, e à medida que Portugal também se ia constituindo de Norte para Sul, o concelho vai tomando, pouco a pouco, uma forma administrativa e jurídica cada vez mais perfeita. A palavra concelho raramente aparece antes de meados do século XIII, sendo mais frequente usar-se a expressão "reunião dos homens da governança municipal".
No início, estendia-se por áreas actualmente pertencentes aos concelhos de Arganil e Penacova, com fronteiras que se foram modificando de acordo com a vontade dos vizinhos.



Recordo este poema dum poeta de Góis: João de Castro Nunes.

Os Góis

Góis de apelido ou Goes talvez primeiro,
há muita gente assim denominada
e por diversas causas espalhada
no território luso-brasileiro.

Herdado ou simplesmente procedente
da respectiva zona ou região,
tirando os raros casos de brasão
tornou-se um antropónimo corrente.

Conforme alguém com créditos firmados
nos estudos históricos ligados
à vida do concelho deste nome,

longe chegou o áulico apelido
que à dita cuja vila anda cingido
por qualquer lado ou prisma que se tome!

12 julho, 2009 22:38  

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