Em Góis as motos ficam no “descanso”
Durante quatro dias, bandos de motards, grupos de amigos e famílias fizeram das margens do rio Ceira o seu território
As frágeis portas de madeiras do “XI Bike Show” ainda estão fechadas e mal parecem segurar as dezenas de pessoas que se amontoam na entrada para garantir a estreia do espaço. Entre a multidão, dois motards que ostentam camisas de escuteiro, vão oferecendo, sem grande dificuldade, copos de cerveja. «É sem álcool, por causa da condução», alerta um dos falsos escutas.
Um pouco mais ao lado, o frenesim é substituído pela calma das famílias que gozam os ininterruptos raios de sol. E aqui, enquanto uns aproveitam para discutir negócios, como «a Shannon que o Vasco comprou», vários são os que ocupam as pequenas margens do Ceira. Para estes não há grandes complexos e toda a roupa é plausível de se despir. Toda, excepto os coletes, onde orgulhosamente envergam os emblemas do grupo a que pertencem. É o caso da mota e das estrelas que se sobrepõem ao dístico “Moto Clube de Borba” que enquadram as costas de Orlando Martins. Com uma caneca de estanho presa no cinto, para qualquer necessidade, garante que nesta edição da concentração «’tá tudo impecável, o único problema é mesmo o calor». Veterano do evento explica que «o melhor é mesmo o espaço e o companheirismo» e não desarma enquanto não deixa bem assente que este ano vai ser «o último da fila».
O sentimento parece ser partilhado por Adriano Valente, de Aveiro, o único sem colete do seu grupo, que só consegue encontrar uma expressão para descrever a concentração: «cinco estrelas».
Chuva não vence motards
O caminho que liga a zona do rio à “Área Radical” é feito de sucessivos atropelos. Sobretudo devido às inúmeras barracas de venda que se aglomeram nas orlas do corredor. Do pão com chouriço e das bifanas até aos capacetes e combustíveis, há tudo para todos os gostos, inclusive uma improvável tenda chupa-chupas e pirolitos, «coisa que não tem grande saída por aqui», lamenta o vendedor. Mas a grande oferta de mercado parecem ser mesmo as tatuagens e várias são as barracas onde gigantescos motards fazem as mais diversas expressões faciais depois do tatuador lhes passar com a agulha no braço.
A par dos doces, também a água parece não ter grande procura e Vítor Barata, funcionário da barraca da Super Bock, tem uma explicação para o fenómeno de mercado: «a cerveja sabe melhor». Ainda assim, o funcionário garante que «tanto a cerveja, como a água estão vender menos este ano».
Ali perto, no espaço que circunda a “Tenda Electrónica”, vive-se uma grande azáfama no stand da Associação Motard Cristã de Portugal. A razão é simples: os esforços têm que ser desdobrados entre o sorteio de uma Harley-Davidson e a distribuição da “Bíblia Motard”. «É uma Bíblia feita e adaptada ao estilo de vida motard», elucida o presidente da associação, que aproveita ainda para explicar que «Deus também tem lugar entre os motards e que é preciso divulgar isso».
Também à concentração de Góis já chegou o flagelo da actualidade e são incontáveis os cartazes de alerta à Gripe A e os lavatórios de plástico espalhados pelo recinto.
Entretanto, a exposição de motos, “Bike Show”, já abriu as portas e agora pouco espaço parece haver entre a multidão que lota o espaço. Num palco improvisado, os Dixie Boys variam entre o “rockabilly” e a música “country”. Algo que não soa muito bem entre as massas ávidas de algo mais pesado. «Vim aqui para ouvir rock», começam a gritar no meio do ajuntamento.
Cá no fundo, está Isabel Carvalho, de Serpins, a começar a explicar que vem «todos os anos, unicamente para acompanhar o filho», quando o tempo decide fazer das suas e abre-se uma enorme carga de chuva sobre o recinto. Contudo, nada que fizesse desmobilizar os milhares de motards que invadiram, durante quatro dias, as margens do rio Ceira.
20 mil pessoas
passaram por Góis
A terminar a 16ª edição da Concentração Mototurística de Góis, o vice-presidente do Góis Moto Clube, Jaime Garcia, adianta que a iniciativa «decorreu de uma forma positiva». Com uma previsão de 10 mil participantes e 10 mil visitantes, Jaime Garcia, assegura que o objectivo foi cumprido.
O vice-presidente explica ainda que a aposta deste ano foi dirigida para os concertos, dos quais receberam «inúmeros elogios». Outra das principais preocupações da organização bateu-se com a protecção ambiental e o cuidado com a natureza.
Também do ponto de vista da higiene, houve um incremento de melhoria das condições. «Tivemos, inclusive, uma sala especial para casos de gripe A», revela Jaime Garcia. A partir de amanhã a organização vai começar já a trabalhar na concentração de 2010», adianta o responsável.
in Diário de Coimbra, de 16/08/2009
As frágeis portas de madeiras do “XI Bike Show” ainda estão fechadas e mal parecem segurar as dezenas de pessoas que se amontoam na entrada para garantir a estreia do espaço. Entre a multidão, dois motards que ostentam camisas de escuteiro, vão oferecendo, sem grande dificuldade, copos de cerveja. «É sem álcool, por causa da condução», alerta um dos falsos escutas.
Um pouco mais ao lado, o frenesim é substituído pela calma das famílias que gozam os ininterruptos raios de sol. E aqui, enquanto uns aproveitam para discutir negócios, como «a Shannon que o Vasco comprou», vários são os que ocupam as pequenas margens do Ceira. Para estes não há grandes complexos e toda a roupa é plausível de se despir. Toda, excepto os coletes, onde orgulhosamente envergam os emblemas do grupo a que pertencem. É o caso da mota e das estrelas que se sobrepõem ao dístico “Moto Clube de Borba” que enquadram as costas de Orlando Martins. Com uma caneca de estanho presa no cinto, para qualquer necessidade, garante que nesta edição da concentração «’tá tudo impecável, o único problema é mesmo o calor». Veterano do evento explica que «o melhor é mesmo o espaço e o companheirismo» e não desarma enquanto não deixa bem assente que este ano vai ser «o último da fila».
O sentimento parece ser partilhado por Adriano Valente, de Aveiro, o único sem colete do seu grupo, que só consegue encontrar uma expressão para descrever a concentração: «cinco estrelas».
Chuva não vence motards
O caminho que liga a zona do rio à “Área Radical” é feito de sucessivos atropelos. Sobretudo devido às inúmeras barracas de venda que se aglomeram nas orlas do corredor. Do pão com chouriço e das bifanas até aos capacetes e combustíveis, há tudo para todos os gostos, inclusive uma improvável tenda chupa-chupas e pirolitos, «coisa que não tem grande saída por aqui», lamenta o vendedor. Mas a grande oferta de mercado parecem ser mesmo as tatuagens e várias são as barracas onde gigantescos motards fazem as mais diversas expressões faciais depois do tatuador lhes passar com a agulha no braço.
A par dos doces, também a água parece não ter grande procura e Vítor Barata, funcionário da barraca da Super Bock, tem uma explicação para o fenómeno de mercado: «a cerveja sabe melhor». Ainda assim, o funcionário garante que «tanto a cerveja, como a água estão vender menos este ano».
Ali perto, no espaço que circunda a “Tenda Electrónica”, vive-se uma grande azáfama no stand da Associação Motard Cristã de Portugal. A razão é simples: os esforços têm que ser desdobrados entre o sorteio de uma Harley-Davidson e a distribuição da “Bíblia Motard”. «É uma Bíblia feita e adaptada ao estilo de vida motard», elucida o presidente da associação, que aproveita ainda para explicar que «Deus também tem lugar entre os motards e que é preciso divulgar isso».
Também à concentração de Góis já chegou o flagelo da actualidade e são incontáveis os cartazes de alerta à Gripe A e os lavatórios de plástico espalhados pelo recinto.
Entretanto, a exposição de motos, “Bike Show”, já abriu as portas e agora pouco espaço parece haver entre a multidão que lota o espaço. Num palco improvisado, os Dixie Boys variam entre o “rockabilly” e a música “country”. Algo que não soa muito bem entre as massas ávidas de algo mais pesado. «Vim aqui para ouvir rock», começam a gritar no meio do ajuntamento.
Cá no fundo, está Isabel Carvalho, de Serpins, a começar a explicar que vem «todos os anos, unicamente para acompanhar o filho», quando o tempo decide fazer das suas e abre-se uma enorme carga de chuva sobre o recinto. Contudo, nada que fizesse desmobilizar os milhares de motards que invadiram, durante quatro dias, as margens do rio Ceira.
20 mil pessoas
passaram por Góis
A terminar a 16ª edição da Concentração Mototurística de Góis, o vice-presidente do Góis Moto Clube, Jaime Garcia, adianta que a iniciativa «decorreu de uma forma positiva». Com uma previsão de 10 mil participantes e 10 mil visitantes, Jaime Garcia, assegura que o objectivo foi cumprido.
O vice-presidente explica ainda que a aposta deste ano foi dirigida para os concertos, dos quais receberam «inúmeros elogios». Outra das principais preocupações da organização bateu-se com a protecção ambiental e o cuidado com a natureza.
Também do ponto de vista da higiene, houve um incremento de melhoria das condições. «Tivemos, inclusive, uma sala especial para casos de gripe A», revela Jaime Garcia. A partir de amanhã a organização vai começar já a trabalhar na concentração de 2010», adianta o responsável.
in Diário de Coimbra, de 16/08/2009
Etiquetas: fotografia, góis, motoclube
2 Comments:
Sem dúvida que as pessoas de Góis devem muito ao pessoal que trabalha por amor à camisola para que nestes 3 dias Góis seja o marco da Região Centro do país.
de borla...então porque falam alguns que ganhavam 10 outros 5 e uns poucos a ganhar 50...mas eram sandes e sumos,sim sumos porque não se pode beber bebidas alcoolicas em serviço.
Obrigado a todos.
Enviar um comentário
<< Home