Folhas Soltas de Cadafaz
A Freguesia de Cadafaz foi à cidade de Lisboa e mesmo sem o Magalhães levou e trouxe na bagagem projectos inovadores e com ambição, segundo li na imprensa regional. Fiquei feliz, mas também surpreendida e apreensiva, por breves segundos pensei se estaria a sonhar, o que seria normal devido às demasiadas repetições de projectos, ideias novas inconclusivas. Mas depois de fazer um rápido retrocesso aos meus neurónios encontrei o porquê da minha surpresa é que:- Em Fevereiro de 2008, alguém disse que não via projectos inovadores para esta Freguesia. Também se disse, que a Freguesia de Cadafaz era a mais distante do Concelho. Também se disse que era a Freguesia mais despovoada. Também se diz que é a Freguesia mais pobre (sobre esta versão escreverei outro artigo).
Claro que confiando nestas e outras tristes leituras de "sina" para esta Freguesia, tenho ido compreendendo ao longo destes últimos anos a razão de: Não ter sido ainda feito o alcatroamento da estrada Municipal Cadafaz - Selade Braçal, cerca de 6 km, e que tanto beneficiava esta e outras povoações no sentido Pampilhosa da Serra - Castelo Branco. (A não ser que com a passagem da 3.ª auto-estada de Lisboa-Porto pelo Centro, fique esta situação resolvida).
Que era também o motivo ainda de não ter sido feito um tanque para a utilização em caso de incêndios e segundo me parece é a única Freguesia do Concelho onde não existe qualquer tanque para esse fim. Também as mesmas razões afectam com certeza a falta de obras de conservação no lavadouro público com o telhado em ruína. A casa de convívio na mesma situação com o telhado e janelas em péssimo estado e estas seriam as obras prioritárias para esta edifício, porque não pudemos ser exigentes em pretender adquirir um auditório com ar condicionado. Circuito fechado de T.V., Internet, etc, etc.
Já se ficaria satisfeito com as obras acima descritas e o equipamento que lá existia há anos e que serviu para servir banquetes, fins culturais e ou apenas encontros da comunidade, até porque como se sabe, tem cozinha e forno de pão com os respectivos utensílios. Também o Parque de merendas dos Portos espera a conclusão das obras desde 2004.
Também o acesso à piscina, antes muito bem idealizado com bancos mesa com pedra de xisto e uma belíssima sombra. Hoje está uma escavação arqueológica. Também a tão badalada e inaugurada extensão do Centro de Dia para idosos que se diz concluída graças ao muito esforço dos seus empreendedores, parece não ter mesmo utilidade alguma. Porque entretanto os utentes vão ficando cansados de esperar e adormecem no sono eterno.
E as cerca de quinze casas de xisto na Boiça com os respectivos eirados cujo local merecia ser aproveitado de acordo com os proprietários para que não fique perdido como se está verificando. Aliás quando se promove as Aldeias de Xisto do Concelho, parece que tal património só existe onde convém: Mas como diz o ditado "O azar não está sempre atrás da porta". Portanto depois de ter conhecimento da grande e nova apologia inovadora e saudável que veio da cidade, decerto que vamos ver todos os projectos antes prometidos e repetidos concretizados e, então certamente iremos confiar nos próximos sonhos mas... acordados.
No entanto, é pela muita deferência e admiração que tenho pela Entidade promotora e responsável por esta comunidade que não posso deixar de lhe confessar a minha ingénua apreensão. Será que o conceituado Sr. Eng.º projectista conhece o terreno que pisa? Porque com os tempos tão maus que correm não será conveniente projectos de ilusionismo para uma plateia já muito cansada de bater palmas. Aliás esta povoação tal como muitas outras do País está, decerto muito depauperada em vários aspectos. E um deles é que nada se tem feito para recuperar a relação e confiança dos Cadafazenses ausentes, mas que não esquecem a sua terra, onde nasceram têm valores e ou família, onde talvez gostassem de vir mais vezes ou gozar a merecida reforma. Parece-me que tem havido um pouco de esquecimento e eles devem e merecem ser informados e chamados a colaborar nas obrigações, opiniões e problemas comunitários de modo a que dêem aos seus filhos e netos a possibilidade e encaminhamento para a continuidade desta povoação que é Cadafaz. Não pode nem deve formar-se um núcleo fechado em que são sempre os mesmos à volta dos mesmos assuntos e obrigações, e onde por vezes nem sequer a comunidade residente sabe o que passa por falta de informação quer verbal ou afixada.
Há portanto que incentivar a vinda à aldeia e pelo menos no Verão promover reunião, actividades culturais e recreativas acessíveis a todas as idades etc. E então sim haverá oportunidade de idealizar e concretizar o que todos nós muito ambicionamos "Ver o Cadafaz de novo a Mexer". Não pretendo com o meu artigo desmoralizar sonhadores nem sequer ideais políticos. Simplesmente faço parte desta grande comunidade desde 1941 e gostaria de os ver muito protegidos, beneficiados e respeitados, inclusive a preservação do trabalho duma vida inteira.
A. Silva
in Jornal de Arganil, de 4/06/2009
Claro que confiando nestas e outras tristes leituras de "sina" para esta Freguesia, tenho ido compreendendo ao longo destes últimos anos a razão de: Não ter sido ainda feito o alcatroamento da estrada Municipal Cadafaz - Selade Braçal, cerca de 6 km, e que tanto beneficiava esta e outras povoações no sentido Pampilhosa da Serra - Castelo Branco. (A não ser que com a passagem da 3.ª auto-estada de Lisboa-Porto pelo Centro, fique esta situação resolvida).
Que era também o motivo ainda de não ter sido feito um tanque para a utilização em caso de incêndios e segundo me parece é a única Freguesia do Concelho onde não existe qualquer tanque para esse fim. Também as mesmas razões afectam com certeza a falta de obras de conservação no lavadouro público com o telhado em ruína. A casa de convívio na mesma situação com o telhado e janelas em péssimo estado e estas seriam as obras prioritárias para esta edifício, porque não pudemos ser exigentes em pretender adquirir um auditório com ar condicionado. Circuito fechado de T.V., Internet, etc, etc.
Já se ficaria satisfeito com as obras acima descritas e o equipamento que lá existia há anos e que serviu para servir banquetes, fins culturais e ou apenas encontros da comunidade, até porque como se sabe, tem cozinha e forno de pão com os respectivos utensílios. Também o Parque de merendas dos Portos espera a conclusão das obras desde 2004.
Também o acesso à piscina, antes muito bem idealizado com bancos mesa com pedra de xisto e uma belíssima sombra. Hoje está uma escavação arqueológica. Também a tão badalada e inaugurada extensão do Centro de Dia para idosos que se diz concluída graças ao muito esforço dos seus empreendedores, parece não ter mesmo utilidade alguma. Porque entretanto os utentes vão ficando cansados de esperar e adormecem no sono eterno.
E as cerca de quinze casas de xisto na Boiça com os respectivos eirados cujo local merecia ser aproveitado de acordo com os proprietários para que não fique perdido como se está verificando. Aliás quando se promove as Aldeias de Xisto do Concelho, parece que tal património só existe onde convém: Mas como diz o ditado "O azar não está sempre atrás da porta". Portanto depois de ter conhecimento da grande e nova apologia inovadora e saudável que veio da cidade, decerto que vamos ver todos os projectos antes prometidos e repetidos concretizados e, então certamente iremos confiar nos próximos sonhos mas... acordados.
No entanto, é pela muita deferência e admiração que tenho pela Entidade promotora e responsável por esta comunidade que não posso deixar de lhe confessar a minha ingénua apreensão. Será que o conceituado Sr. Eng.º projectista conhece o terreno que pisa? Porque com os tempos tão maus que correm não será conveniente projectos de ilusionismo para uma plateia já muito cansada de bater palmas. Aliás esta povoação tal como muitas outras do País está, decerto muito depauperada em vários aspectos. E um deles é que nada se tem feito para recuperar a relação e confiança dos Cadafazenses ausentes, mas que não esquecem a sua terra, onde nasceram têm valores e ou família, onde talvez gostassem de vir mais vezes ou gozar a merecida reforma. Parece-me que tem havido um pouco de esquecimento e eles devem e merecem ser informados e chamados a colaborar nas obrigações, opiniões e problemas comunitários de modo a que dêem aos seus filhos e netos a possibilidade e encaminhamento para a continuidade desta povoação que é Cadafaz. Não pode nem deve formar-se um núcleo fechado em que são sempre os mesmos à volta dos mesmos assuntos e obrigações, e onde por vezes nem sequer a comunidade residente sabe o que passa por falta de informação quer verbal ou afixada.
Há portanto que incentivar a vinda à aldeia e pelo menos no Verão promover reunião, actividades culturais e recreativas acessíveis a todas as idades etc. E então sim haverá oportunidade de idealizar e concretizar o que todos nós muito ambicionamos "Ver o Cadafaz de novo a Mexer". Não pretendo com o meu artigo desmoralizar sonhadores nem sequer ideais políticos. Simplesmente faço parte desta grande comunidade desde 1941 e gostaria de os ver muito protegidos, beneficiados e respeitados, inclusive a preservação do trabalho duma vida inteira.
A. Silva
in Jornal de Arganil, de 4/06/2009
Etiquetas: cadafaz
1 Comments:
lá esta ninguem comenta nada do cadafaz,já descobri os lingarudos são todos do cadafaz.
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