Fotografias do “Património de Góis” em exposição no Posto de Turismo

Até ao próximo dia 26 de Fevereiro, está patente no Posto de Turismo de Góis a exposição alusiva ao concurso de fotografia “Património de Góis”, lançado pela Câmara Municipal em Setembro do ano passado, no qual participaram 16 pessoas que apresentaram na totalidade 48 fotografias referentes a monumentos, paisagens e retratos de pessoas que caracterizam este concelho. Esta mostra foi inaugurada no dia 1 de Fevereiro, ocasião em que se procedeu à entrega dos prémios aos vencedores do concurso. Refira-se que o participante que ficou em primeiro lugar foi Alexandre Brás, com o trabalho denominado “Rapariga com Brinco de Ouro”, fotografia tirada no Cadafaz; o segundo prémio foi atribuído a Inês Antunes, com a “Ponte Velha” de Góis; o terceiro foi para Catarina de Matos, com “Menina”, fotografia tirada do telhado da capela de São Sebastião, em Góis.
É de salientar que para além destes três contemplados, houve ainda três menções honrosas atribuídas a Isabel Martins, com o trabalho “Águas vivas” [Ribeira da Pena]; a Alexandre Brás, com “Reflexo na ponte” [Góis]; e a Erminda Muro, com “Poço do Arco” [Sandinha]. Entretanto, todos os trabalhos apresentados a concurso vão poder ser apreciados nas restantes freguesias do concelho de Góis, sendo que de 28 de Fevereiro a 12 de Março esta mostra vai estar aberta ao público na junta de freguesia de Alvares, de 14 a 16 de Março, na Escola Primária da Cabreira [freguesia do Cadafaz], de 28 de Março a 12 de Abril, na junta de freguesia do Colmeal, e de 14 a 28 de Abril, na junta de freguesia de Vila Nova do Ceira.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Góis, o objectivo é também “tentar fazer uma colecção de postais com todas estas fotografias para distribuirmos por quem nos visita”, uma vez que “ilustram muito bem o que nós temos neste maravilhoso concelho”, realçou. Considerando que “foi em boa hora que a Câmara Municipal aproveitou esta iniciativa do IGESPAR”, José Girão Vitorino referiu no dia da inauguração desta exposição que “o património local foi muito bem agarrado pelos concorrentes”.
“Muitas vezes não são só os monumentos mas a paisagem e a pessoa humana aqui muito bem representada que também fazem parte do património do nosso concelho”, alegou, constatando que os participantes souberam “apanhar bem o tema”. O autarca aproveitou a ocasião para agradecer ao júri por ter feito a selecção das fotos, trabalho que “não foi fácil”, uma vez que “todas elas são boas”. “Em breve tentaremos lançar outros eventos deste género porque é uma maneira de divulgar o nosso concelho”, garantiu, deixando ainda uma palavra à vereadora Helena Moniz que “foi uma forte colaboradora nesta exposição”.
O vice-presidente da Câmara Municipal de Góis também se congratulou com esta iniciativa, que contou com a colaboração da Lousitânea, salientando que esta exposição superou as expectativas. “Estão aqui captadas imagens de outra forma, e sendo a fotografia uma arte, também quem fotografa põe um pouco de si na fotografia”, afirmou Diamantino Garcia, dando os parabéns em particular ao primeiro classificado porque “sempre fiz muita força para que o património humano também estivesse nestas fotografias”, revelou.
“A parte humana é o melhor que temos no património, todos nós estamos marcados pelo que somos, o ambiente que temos, e também pela paisagem”, frisou, defendendo que Alexandre Brás “conseguiu fazer uma foto espectacular de uma senhora que está com rugas na cara marcadas pelo tempo, em que cada uma das rugas deve ter uma história”. Salientando deste rosto “a maneira como está a olhar, mostrando uma beleza natural da própria idade”, o vice-presidente da autarquia goiense destacou ainda a “sensibilidade” de quem fotografou. Diamantino Garcia fez ainda referência a uma fotografia “de uma senhora, Maria, que está no adro da Igreja de Vila Nova do Ceira”, e que também ela pertence “ao património de Góis”. “É a senhora que toca o sino da igreja, representa muita coisa”, contou, alegando que “ver fotografar este tipo de coisas é algo excepcional”.
Armindo Neves, que foi escolhido para integrar o júri enquanto fotógrafo do concelho de Góis, quis também felicitar o primeiro contemplado, uma vez que “teve a sensibilidade de fotografar a minha própria mãe”, disse. Explicando que não estava à espera de ver nos trabalhos apresentados uma foto da sua mãe, o fotógrafo contou ao autor da fotografia que “aqueles brincos da minha mãe, que ficou sem pai com quatro anos de idade e sem mãe com 12, foram oferecidos por eles, e ela tem 77 anos e nunca os tirou”. Trata-se de “um rosto marcado pelo tempo que nos traz muitos ensinamentos”, prosseguiu, afirmando que este concurso de fotografia constituiu “um momento alto para Góis”.
Recorde-se que o jurí, composto por Helena Moniz [representante da Câmara Municipal de Góis], Anabela das Dores [representante do Turismo do Centro de Portugal], Armando Nogueira [representante da população do concelho de Góis], Armindo Neves [fotógrafo do concelho de Góis] e Fernando Romão [representante da Lousitânea – Liga dos Amigos da Serra da Lousã], reuniu-se em Dezembro para deliberar sobre as fotografias apresentadas e admitidas a concurso. Quanto à realização deste concurso, surgiu a convite do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico [IGESPAR], no âmbito das Jornadas Europeias do Património 2008, iniciativa que teve como objectivo sensibilizar os cidadãos europeus para a importância e salvaguarda do património.
in www.rcarganil.com