Protecção Civil debatida em Reunião Internacional em Góis
No âmbito da geminação existente entre os concelhos de Oroso e Góis, e numa organização da autarquia goiense e do Governo Civil de Coimbra, realizou-se na sexta-feira, no auditório da Biblioteca Municipal António Francisco Barata, em Góis, uma reunião internacional sobre a protecção civil [Coimbra/ Galiza]. Para além das autoridades da Galiza, deslocaram-se a Góis, para participar nesta iniciativa, o secretário de Estado da Protecção Civil, José Miguel Medeiros, e o Governador Civil de Coimbra, Henrique Fernandes, entidades que após a reunião efectuaram uma visita ao Centro de Meios Aéreos da Lousã, culminando este dia com uma reunião no Governo Civil do distrito de Coimbra.
Tendo em conta as semelhanças existentes entre os concelhos de Oroso e Góis, nesta reunião foram apresentadas algumas das medidas e acções implementadas por ambos os Governos, no sentido de garantir a segurança das pessoas e bens, particularmente no que respeita aos incêndios florestais, considerado o principal problema existente em Portugal. “Estamos no bom caminho”, começou por referir o presidente da Câmara Municipal de Góis, congratulando-se pela forma como funciona a protecção civil no concelho, no distrito e no país. Recordando que um dos maiores incêndios que fustigou a floresta no concelho este ano deflagrou no Colmeal, José Girão Vitorino alegou que “é a floresta que faz com que Góis tenha este encanto e os rios de boa qualidade”.
Já o Alcaide de Oroso considerou que estas jornadas internacionais são “muito produtivas para ambos os concelhos”, revelando que este projecto de coooperação entre Góis e Oroso já deu frutos, uma vez que agora também se realiza o OrosoArte, à semelhança do GóisArte. “Temos de reivindicar mais coisas e fazer com que os concelhos pequenos sejam tidos mais em conta”, apelou Manuel Fraqueira, fazendo ainda votos para que desapareçam as fronteiras físicas entre Portugal e Espanha, de forma “a termos uma sociedade melhor e mais justa”.
Realçando também que este intercâmbio entre Góis e Oroso “tem permitido acrescentar um contributo na área da protecção civil”, o Governador Civil de Coimbra referiu que ao nível do distrito, este ano, “temos a consolidação de um comando único que se revelou eficaz”, tendo sido feita uma intervenção “acima das expectativas”, que possibilitou que “os grandes incêndios passassem a ser pequenos fogos”. De acordo com Henrique Fernandes, há mais equipas de intervenção permenente, e no distrito de Coimbra, “só tivemos um incêndio que ultrapassou os 100 hectares”. Deste modo, e devido ao sistema de comunicações, à relação estabelecida com os corpos de bombeiros e à sensibilização da população, “tivemos uma redução da área ardida e do número de incêndios”, destacou, acrescentando que arderam cerca de 400 hectares de floresta, verificando-se apenas dois incêndios de maior dimensão.
No uso da palavra, o secretário de Estado da Protecção Civil enalteceu que “temos já alguma tradição de cooperação entre estes dois Governos [Portugal e Espanha]”, anunciando que vai decorrer em Madrid uma conferência para preparar a Cimeira Ibero-Americana. No que respeita à estrutura da Protecção Civil em Portugal, José Miguel Medeiros afirmou que “os incêndios foram durante muitos anos o nosso maior problema”, razão pela qual “o nosso país se estruturou em termos de Protecção Civil”. “A grande alteração que introduzimos em 2006 foi um Plano Nacional que definiu s e objectivos relacionados com os problemas florestais”, recordou, acrescentando que existe um Programa de Operações de Socorro “que define em que patamar é tomada determinada decisão”.
“Os incêndios foi a área que mais evoluiu na Protecção Civil”, destacou o secretário de Estado, explicando que várias entidades estão envolvidas na prevenção e vigilância dos fogos florestais, tais como a Autoridade Florestal Nacional e a Guarda Nacional Republicana. “Profissionalizámos cerca de 220 bombeiros, força especial que presta todo o tipo de socorro e que na época de incêndios estão ligados à primeira intervenção”, explicou José Miguel Medeiros, assegurando que o Governo mantém o apoio dado às Associações de Bombeiros e “incentivamos a criação de equipas de intervenção permanente”. Segundo o governante, foram ainda definidas diferentes fases, consoante o grau de risco dos incêndios vai aumentando, sendo que na fase Charlie, que comporta maior risco, estiveram à disposição 56 meios aéreos, 50 mil homens e mulheres em permanência para combate e 2500 viaturas. “Fora desse período, temos meios e recursos que podem ser mobilizados”, garantiu, esclarecendo que “o nosso país adquiriu 10 helicópteros para uso próprio”. Nesta ocasião, o secretário de Estado anunciou que o Governo vai apoiar, no âmbito do Quadro Comunitário, as obras a realizar no quartel dos Bombeiros Voluntários de Góis e na secção de Alvares.
Refira-se que nesta reunião participaram ainda a Autoridade Nacional de Protecção Civil, a GNR e a Autoridade Florestal Nacional, que fizeram uma apresentação da intervenção que efectuam no âmbito da defesa da floresta contra incêndios.
Protecção Civil em Góis e Oroso
Coube a Susana Moita, técnica do Gabinete Técnico Florestal da Câmara Municipal de Góis explicar a função deste Gabinete em termos de protecção civil no concelho, salientando que é o responsável por elaborar o Plano Municipal de Defesa Contra Incêndios, bem como o Plano Operacional Municipal. Para além disso, o Gabinete “faz o acompanhamento de projectos de defesa contra incêndios, a centralização de informação relativamente aos incêndios, acompanhamento do índice de incêndio florestal e tentamos criar regras nos proprietários florestais”, constatou. Caraterizando o concelho de Góis, que possui cerca de 26 mil hectares de floresta, Susana Moita realçou que se trata de uma zona onde o risco de incêndio é maior, uma vez que “temos aglomerados inseridos em espaços florestais, o relevo é bastante acentuado, as infraestruturas de acesso estão dificultadas e há desordenamento do espaço florestal”.
Quanto aos meios de intervenção, existem no concelho três equipas de sapadores florestais, duas equipas de vigilância de primeira intervenção e uma equipa afocelca, para além dos bombeiros que têm duas equipas ECIN e uma equipa ELAC. Por outro lado, existem três torres de vigia e ainda 12 pontos de água municipais sinalizados. No âmbito da prevenção florestal, há também a preocupação de, sobretudo no Inverno, desenvolver projectos de silvicultura preventiva, beneficiação da rede viária e acções de sensibilização.
De acordo com a apresentação feita pela directora geral de Protecção Civil da junta da Galiza, neste território, onde existem cerca de 2 milhões de hectares de superfície florestal e perto de 3 milhões de habitantes, há também a preocupação de analisar os riscos ao nível da protecção civil e averiguar “como se pode atacar em situações de emergência”. Desta forma, Maria Esther Saavedra explicou que também elaboram meios de planificação e planos de emergência, definindo mapas de riscos. “Na Galiza, temos os riscos temporais, o risco de nevadas, risco sísmico, risco de inundações, risco de incêndios florestais, risco de mercadorias perigosas e o risco nas praias”, contou, reforçando que no sentido de atenuar os efeitos destes riscos, são elaborados planos territoriais e especiais.
in www.rcarganil.com
Tendo em conta as semelhanças existentes entre os concelhos de Oroso e Góis, nesta reunião foram apresentadas algumas das medidas e acções implementadas por ambos os Governos, no sentido de garantir a segurança das pessoas e bens, particularmente no que respeita aos incêndios florestais, considerado o principal problema existente em Portugal. “Estamos no bom caminho”, começou por referir o presidente da Câmara Municipal de Góis, congratulando-se pela forma como funciona a protecção civil no concelho, no distrito e no país. Recordando que um dos maiores incêndios que fustigou a floresta no concelho este ano deflagrou no Colmeal, José Girão Vitorino alegou que “é a floresta que faz com que Góis tenha este encanto e os rios de boa qualidade”.
Já o Alcaide de Oroso considerou que estas jornadas internacionais são “muito produtivas para ambos os concelhos”, revelando que este projecto de coooperação entre Góis e Oroso já deu frutos, uma vez que agora também se realiza o OrosoArte, à semelhança do GóisArte. “Temos de reivindicar mais coisas e fazer com que os concelhos pequenos sejam tidos mais em conta”, apelou Manuel Fraqueira, fazendo ainda votos para que desapareçam as fronteiras físicas entre Portugal e Espanha, de forma “a termos uma sociedade melhor e mais justa”.
Realçando também que este intercâmbio entre Góis e Oroso “tem permitido acrescentar um contributo na área da protecção civil”, o Governador Civil de Coimbra referiu que ao nível do distrito, este ano, “temos a consolidação de um comando único que se revelou eficaz”, tendo sido feita uma intervenção “acima das expectativas”, que possibilitou que “os grandes incêndios passassem a ser pequenos fogos”. De acordo com Henrique Fernandes, há mais equipas de intervenção permenente, e no distrito de Coimbra, “só tivemos um incêndio que ultrapassou os 100 hectares”. Deste modo, e devido ao sistema de comunicações, à relação estabelecida com os corpos de bombeiros e à sensibilização da população, “tivemos uma redução da área ardida e do número de incêndios”, destacou, acrescentando que arderam cerca de 400 hectares de floresta, verificando-se apenas dois incêndios de maior dimensão.
No uso da palavra, o secretário de Estado da Protecção Civil enalteceu que “temos já alguma tradição de cooperação entre estes dois Governos [Portugal e Espanha]”, anunciando que vai decorrer em Madrid uma conferência para preparar a Cimeira Ibero-Americana. No que respeita à estrutura da Protecção Civil em Portugal, José Miguel Medeiros afirmou que “os incêndios foram durante muitos anos o nosso maior problema”, razão pela qual “o nosso país se estruturou em termos de Protecção Civil”. “A grande alteração que introduzimos em 2006 foi um Plano Nacional que definiu s e objectivos relacionados com os problemas florestais”, recordou, acrescentando que existe um Programa de Operações de Socorro “que define em que patamar é tomada determinada decisão”.
“Os incêndios foi a área que mais evoluiu na Protecção Civil”, destacou o secretário de Estado, explicando que várias entidades estão envolvidas na prevenção e vigilância dos fogos florestais, tais como a Autoridade Florestal Nacional e a Guarda Nacional Republicana. “Profissionalizámos cerca de 220 bombeiros, força especial que presta todo o tipo de socorro e que na época de incêndios estão ligados à primeira intervenção”, explicou José Miguel Medeiros, assegurando que o Governo mantém o apoio dado às Associações de Bombeiros e “incentivamos a criação de equipas de intervenção permanente”. Segundo o governante, foram ainda definidas diferentes fases, consoante o grau de risco dos incêndios vai aumentando, sendo que na fase Charlie, que comporta maior risco, estiveram à disposição 56 meios aéreos, 50 mil homens e mulheres em permanência para combate e 2500 viaturas. “Fora desse período, temos meios e recursos que podem ser mobilizados”, garantiu, esclarecendo que “o nosso país adquiriu 10 helicópteros para uso próprio”. Nesta ocasião, o secretário de Estado anunciou que o Governo vai apoiar, no âmbito do Quadro Comunitário, as obras a realizar no quartel dos Bombeiros Voluntários de Góis e na secção de Alvares.
Refira-se que nesta reunião participaram ainda a Autoridade Nacional de Protecção Civil, a GNR e a Autoridade Florestal Nacional, que fizeram uma apresentação da intervenção que efectuam no âmbito da defesa da floresta contra incêndios.
Protecção Civil em Góis e Oroso
Coube a Susana Moita, técnica do Gabinete Técnico Florestal da Câmara Municipal de Góis explicar a função deste Gabinete em termos de protecção civil no concelho, salientando que é o responsável por elaborar o Plano Municipal de Defesa Contra Incêndios, bem como o Plano Operacional Municipal. Para além disso, o Gabinete “faz o acompanhamento de projectos de defesa contra incêndios, a centralização de informação relativamente aos incêndios, acompanhamento do índice de incêndio florestal e tentamos criar regras nos proprietários florestais”, constatou. Caraterizando o concelho de Góis, que possui cerca de 26 mil hectares de floresta, Susana Moita realçou que se trata de uma zona onde o risco de incêndio é maior, uma vez que “temos aglomerados inseridos em espaços florestais, o relevo é bastante acentuado, as infraestruturas de acesso estão dificultadas e há desordenamento do espaço florestal”.
Quanto aos meios de intervenção, existem no concelho três equipas de sapadores florestais, duas equipas de vigilância de primeira intervenção e uma equipa afocelca, para além dos bombeiros que têm duas equipas ECIN e uma equipa ELAC. Por outro lado, existem três torres de vigia e ainda 12 pontos de água municipais sinalizados. No âmbito da prevenção florestal, há também a preocupação de, sobretudo no Inverno, desenvolver projectos de silvicultura preventiva, beneficiação da rede viária e acções de sensibilização.
De acordo com a apresentação feita pela directora geral de Protecção Civil da junta da Galiza, neste território, onde existem cerca de 2 milhões de hectares de superfície florestal e perto de 3 milhões de habitantes, há também a preocupação de analisar os riscos ao nível da protecção civil e averiguar “como se pode atacar em situações de emergência”. Desta forma, Maria Esther Saavedra explicou que também elaboram meios de planificação e planos de emergência, definindo mapas de riscos. “Na Galiza, temos os riscos temporais, o risco de nevadas, risco sísmico, risco de inundações, risco de incêndios florestais, risco de mercadorias perigosas e o risco nas praias”, contou, reforçando que no sentido de atenuar os efeitos destes riscos, são elaborados planos territoriais e especiais.
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