As Medalhas e o Mérito
Tal como já foi noticiado na imprensa regional, decorreu em Góis no dia do feriado municipal, com toda a pompa e circunstância, a cerimónia de entrega das medalhas de mérito atribuídas aos fundadores da empresa "Irmãos Bandeira", ao senhor José de Matos Cruz (a título póstumo) e à Sociedade de Melhoramentos de Roda Cimeira, bem como as de bons serviços aos funcionários camarários distinguidos.
Trata-se duma cerimónia em que a Câmara Municipal de Góis distingue, todos os anos, os seus munícipes e funcionários que de alguma forma se destacaram, com mérito, na entrega à causa pública, ou no desempenho de alguma missão de benemerência. São actos simbólicos onde a Edilidade reconhece publicamente o esforço e a dedicação dos seus vizinhos, em casos como o do senhor Matos Cruz - homenagem proposta pela Casa do Concelho de Góis - de todo em todo merecida pelo homem, pelo cidadão e pela figura pública incontornável que foi. Pena é que, contrariamente ao que aconteceu em outras situações, este preito só tenha ocorrido quando o homenageado já não se encontra entre os vivos. De todo o modo ficou o tributo.
Porém, mais oportuno e inesperado foi o reconhecimento à Sociedade de Melhoramentos da Roda Cimeira - colectividade mais antiga do concelho -, pelos seus oitenta anos de dedicação à sua aldeia, ao seu povo e no fundo à causa do regionalismo, que se traduz em solidariedade e entreajuda. Este gesto é raro e premonitório de que algo vai mudar no relacionamento dentro deste âmbito, tal como sugeriu o presidente da Assembleia-Geral, Sr. João Baeta: "que nos ouçam mais, que dialoguem mais". Só unindo esforços e boas vontades conseguiremos melhorar e suprir as nossas dificuldades.
No espaço da União Europeia, a orientação é para, acima de tudo, se valorizar as regiões e as suas raízes culturais, evidenciar as diferenças e as suas características singulares, ir ao fundo do que é genuíno para enriquecer as gentes enquanto povo e defender o meio ambiente que nos rodeia. Dentro deste entendimento, faz todo o sentido incrementar e dar mais atenção ao movimento regionalista, buscar no seio dele aquilo que nos distingue.
Seguindo esta linha de raciocínio que há muito tempo vimos defendendo, ainda hoje não entendemos como não se aproveita e valoriza mais a força, a dedicação e a capacidade de mobilização do movimento regionalista no nosso espaço, que traria largas vantagens para o concelho. Talvez porque ainda se veja nele um poder "popularesco" que só incomoda, que fabrica mal-estar e cria rivalidades. Pese embora todas as razões que possam assistir a este juízo, não deixa de ser uma maneira enviesada e antiquada de sentir e avaliar este fenómeno que faz parte da nossa identidade cultural.
Contudo, a distinção de que foi alvo a referida colectividade, para além do seu merecimento, foi um gesto inesperado que pode contribuir em muito para o reacender da alma regionalista dos beirões dispersos pelos quatro cantos do mundo. Aos filhos da Beira Serra basta um simples gesto para que a alma se reacenda de novo.
Adriano Pacheco
in Jornal de Arganil, de 11/09/2008
Trata-se duma cerimónia em que a Câmara Municipal de Góis distingue, todos os anos, os seus munícipes e funcionários que de alguma forma se destacaram, com mérito, na entrega à causa pública, ou no desempenho de alguma missão de benemerência. São actos simbólicos onde a Edilidade reconhece publicamente o esforço e a dedicação dos seus vizinhos, em casos como o do senhor Matos Cruz - homenagem proposta pela Casa do Concelho de Góis - de todo em todo merecida pelo homem, pelo cidadão e pela figura pública incontornável que foi. Pena é que, contrariamente ao que aconteceu em outras situações, este preito só tenha ocorrido quando o homenageado já não se encontra entre os vivos. De todo o modo ficou o tributo.
Porém, mais oportuno e inesperado foi o reconhecimento à Sociedade de Melhoramentos da Roda Cimeira - colectividade mais antiga do concelho -, pelos seus oitenta anos de dedicação à sua aldeia, ao seu povo e no fundo à causa do regionalismo, que se traduz em solidariedade e entreajuda. Este gesto é raro e premonitório de que algo vai mudar no relacionamento dentro deste âmbito, tal como sugeriu o presidente da Assembleia-Geral, Sr. João Baeta: "que nos ouçam mais, que dialoguem mais". Só unindo esforços e boas vontades conseguiremos melhorar e suprir as nossas dificuldades.
No espaço da União Europeia, a orientação é para, acima de tudo, se valorizar as regiões e as suas raízes culturais, evidenciar as diferenças e as suas características singulares, ir ao fundo do que é genuíno para enriquecer as gentes enquanto povo e defender o meio ambiente que nos rodeia. Dentro deste entendimento, faz todo o sentido incrementar e dar mais atenção ao movimento regionalista, buscar no seio dele aquilo que nos distingue.
Seguindo esta linha de raciocínio que há muito tempo vimos defendendo, ainda hoje não entendemos como não se aproveita e valoriza mais a força, a dedicação e a capacidade de mobilização do movimento regionalista no nosso espaço, que traria largas vantagens para o concelho. Talvez porque ainda se veja nele um poder "popularesco" que só incomoda, que fabrica mal-estar e cria rivalidades. Pese embora todas as razões que possam assistir a este juízo, não deixa de ser uma maneira enviesada e antiquada de sentir e avaliar este fenómeno que faz parte da nossa identidade cultural.
Contudo, a distinção de que foi alvo a referida colectividade, para além do seu merecimento, foi um gesto inesperado que pode contribuir em muito para o reacender da alma regionalista dos beirões dispersos pelos quatro cantos do mundo. Aos filhos da Beira Serra basta um simples gesto para que a alma se reacenda de novo.
Adriano Pacheco
in Jornal de Arganil, de 11/09/2008
Etiquetas: adriano pacheco, regionalismo
4 Comments:
A entrega da Medalha de mérito a José de Matos Cruz foi uma das melhores acções de reconhecimento que a Câmara Municipal de Góis teve este ano mas se foi a Casa do concelho de Góis que sugeriu não sabia!!! Tanto quato li numa acta da câmara, não se faz nenhuma referência à dita Casa sobre esse assunto! No dia do municipio também não estava presente nenhum director da mesma. Se calhar a câmara esqueceu-se de os convidar ou então ignorou a importância que a Casa tem e teve no regionalismo. Não acredito que não fosse possivel a nenhum elemento da direcção estar presente em tão nobre acontecimento. Obrigado
Tirando a medalha do José Matos cruz, todas as outras foram uma vergonha só deram melhadas aos lambe c... da Câmara.
Deviam ter vergonha
O Adriano Pacheco também se anda a fazer a uma medalha.
Devia ter vergonha, não sabe escrever e lança livros, alias é sempre o mesmo vezes e vezes sem conta e nem com tantos lançamentos o consegue vender.
Nem com a "ajuda" do Mourato lá vai...
Mas o que ele quer é uma medalha...
Pois então dê-se a medalha. Outros a receberam por bem menos. E acrescente-se título nobiliárquico: Barão do Sinhel.
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