Matemática inspira GóisArte
A GóisArte – mostra internacional de arte– tem início amanhã numa das mais pitorescas vilas do distrito de Coimbra. Até domingo, no Parque do Cerejal, vão estar patentes ao público dezenas de obras, entre pintura, escultura, serigrafia e fotografia, inspiradas no tema “A Arte e a Matemática”.
A Escola Básica 2,3 lançou o repto e a Câmara Municipal de Góis meteu mãos à obra desafiando os artistas a apresentarem-se na GóisArte com obras inspiradas na Matemática.
Segundo Helena Moniz, vice-presidente da autarquia goiense, responsável pelo certame, os artistas corresponderam às expectativas e apresentaram-se a concurso com obras dignas de uma visita à “Capital do Ceira”.
“A Arte e a Matemática” será também o tema da palestra inaugural, amanhã, às 17h00, pelo catedrático Marques de Sá, do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
A GóisArte volta este ano ao Parque do Cerejal e ao contacto com a natureza que esteve na sua génese. Este regresso ao local de origem explica-se pelo facto de uma parte dos serviços administrativos camarários estar temporariamente alojada nas galerias da Casa do Artista, devido à obra de requalificação dos Paços do Concelho cujo terminus está previsto para finais de 2009.
Para além de artistas portugueses, sendo este um acontecimento de âmbito internacional, participam artistas plásticos de França, Itália, Inglaterra, Japão, Holanda, Bélgica e Espanha, sendo os do país vizinho os que têm maior representatividade.
A crescente adesão dos espanhóis deve-se muito, segundo a vereadora, a uma parceria com Oroso, uma terra da Corunha germinada com Góis desde 2007, em que a arte é o principal vínculo entre as duas vilas.
Ligados ao evento desde o início, por via dos professores de Matemática que sugeriram o tema à autarquia, alunos da EB 2,3 vão apresentar no sábado, às 19h00, na Associação Educativa e Recreativa de Góis, uma encenação alusiva ao tema.
Entretanto, na escola, estará patente uma exposição interactiva - “Viva@Matemática” - que, entre outros objectivos, vai procurar cativar miúdos e graúdos para uma das disciplinas que mais amores e ódios desperta.
Programa diversificado
O programa de animação é diversificado, desde o primeiro dia. Proporcionar à população local e todas os visitantes que procuram Góis por estes dias, diversas expressões artísticas, para além das artes plásticas, é um dos objectivos do certame. Assim se explica, a presença da dança, através da Academia de Bailado da Lousã, na Praia Fluvial da Peneda, em plena vila; o fado e a guitarra, com Sílvio Girão, na Casa de Convívio da Cabreira, e o concerto de música jazz, pelos Dixie Boys.
No sábado, é inaugurado um monumento em homenagem ao “Resineiro”, Alvares; a encenação teatral “A Matemática e a Arte”, por alunos da EB 2,3, na Associação Educativa e Recreativa de Góis; um concerto pelo Coral Ensaio do Millenium BCP, na Igreja Matriz de Góis, um concerto pelo Quarteto de “Claricool”, no Centro Paroquial Padre Anselmo – Colmeal, e ainda, um concerto pela Orquestra Típica Albicastrense, na Praia Fluvial da Peneda.
Domingo, a partir das 10h00, os artistas mostram o seu talento trabalhando ao vivo na tenda montada no Parque do Cerejal, e de tarde actua o Coral Calçada Romana, na
Igreja de Cortes. O programa de animação da GóisArte encerra com teatro - “Viúva, porém honesta” pelo Fantástico” Grupo de Teatro da Sta. Casa da Misericórdia Vagos -, Casa do Povo de Vila Nova do Ceira, e com a ópera “As Damas Trocadas”, por um grupo de Lisboa.
Monumento perpetua memória dos resineiros
Inserido no programa da GoisArte 2008, a freguesia de Alvares inaugura sábado um momento em homenagem ao resineiro, uma profissão condenada ao desaparecimento devido aos incêndios florestais que de ano para ano têm vindo a dizimar a mancha de pinhal.
A escultura, em pedra, tem mais de dois metros de altura e é obra do artista Camarro, do Barreiro, que a trabalhou no local, durante dois meses. Nela está representada a figura do resineiro, o pinheiro e os utensílios utilizados na actividade.
Esta é uma homenagem há muito desejada na freguesia e que agora se concretiza por iniciativa da Junta de Freguesia de Alvares, da Comissão de Melhoramentos e do Centro Paroquial, unidas num projecto comum.
A estátua está à entrada da sede de freguesia de Alvares, na EN 2, próximo do quartel dos Bombeiros. Vítor Duarte, o autarca local, manifesta o seu entusiasmo perante esta iniciativa sublinhando o facto de que a profissão de resineiro “foi muito marcante” no concelho de Góis, e não só.
Em Alvares, continua em laboração uma única fábrica, a Proresinaleixo, fundada em 1921, pelo avô de Amílcar Aleixo, actual proprietário. Segundo disse ao “Campeão”, a empresa, que emprega 11 pessoas na unidade de produção e dá trabalho indirecto a 60 pessoas, é a única do ramo a Norte do distrito de Leiria. As restantes quatro estão concentradas no concelho de Leiria.
O empresário recorda que há 25 anos, havia duas fábricas na freguesia, que davam trabalho a grande parte da população local e limítrofe. Naquela altura, quase todas as famílias tinha um familiar no sector. Os incêndios levaram-lhes o sustento e só “à custa de muito sacrifício” Amílcar Aleixo mantém ainda as portas abertas, pois à falta de matéria-prima e de mão-obra junta-se a forte concorrência de países como a “China, Indonésia e Brasil”.
A Proresinaleixo produz pez louro (um tipo de alcatrão utilizado no revestimento de barcos, como é o caso da barca serrana) e aguarrás (um solvente). Ainda segundo o empresário, de 52 anos, Portugal chegou a ter seis dezenas de empresas e uma associação representativa do sector.
Relativamente à homenagem, Amílcar Aleixo louva a iniciativa e faz questão de estar presente. Ainda não viu a estátua, prefere ser surpreendido na ocasião.
Ópera cómica a encerrar
Um espectáculo de ópera encerra a GóisArte, no domingo, à noite. Este será um acontecimento inédito na vila, revestido de diversas particularidades, entre as quais o facto de decorrer ao ar livre com o enquadramento cénico proporcionado pelo Largo Francisco Inácio Dias Nogueira, também conhecido por Largo do Pombal, requalificado recentemente.
A ideia da realização de uma ópera chegou a gerar alguma apreensão, por questões de espaço, mas todos os receios revelaram-se infundados depois de uma visita dos promotores do espectáculo ao local.
A peça a apresentar - “As Damas Trocadas” – é produzida pela empresa “By The Music”, dirigida por Carlos Vicente. Trata-se, de acordo com nota informativa dos promotores, “uma das melhores e mais perfeitas comédias” do compositor português, Marcos Portugal (Séc. XVIII-Séc. XIX), que se notabilizou em Portugal, Itália, Áustria, Holanda, Londres e Brasil.
“O enredo desta divertida comédia, que tem eco ainda hoje, parodia os conflitos matrimoniais com outros que evocam o fantástico e o sobrenatural. Duas mulheres casadas, uma dominadora e outra submissa, são vítimas de um poderoso feiticeiro que pretende fazer justiça moral com as suas artes mágicas. Assim, trocando-as de corpo, recompensa uma e castiga a outra. No final, desfeito o equívoco, todos prometem mudar e serem felizes”, adianta a mesma fonte.
Ainda assim, a produtora deverá transportará um piano até Góis, visto não haver na vila um instrumento musical do género.
Onde ficar…
A GóisArte aliada ao bom tempo que se faz sentir é um bom pretexto para uma visita prolongada, não só à vila, como também ao concelho de Góis, dotado de beleza paisagística e de infra-estruturas de lazer aprazíveis, como as praias fluviais aonde sabe bem um mergulho nas águas do Ceira.
O certame, por si só, proporciona a presença de forasteiros, a começar pelos artistas plásticos, portugueses e estrangeiros que participam. Arranjar estadia por estes dias é uma dificuldade que a vereadora Helena Moniz reconhece dizendo que “este é o ‘calcanhar de Aquiles’” de Góis, que não possui uma unidade hoteleira.
As alternativas são casas de campo – Casa de S. Francisco (Chãs de Alvares), Casa da Cerejinha (Góis), Casa da Comareira (aldeia da Comareira) e a Casa de Santo António (Góis) -, alojamento em turismo rural – Quinta da Simantorta (Simantorta) -, e o Parque Municipal de Campismo (Góis).
Aos poucos os acessos têm vindo a ser melhorados, como é o caso da EN 342, que foi repavimentada, e existe a promessa de uma ligação ao IC-3 e IC-6, pela EN 343.
in Campeão das Provínvias, edição electrónica
A Escola Básica 2,3 lançou o repto e a Câmara Municipal de Góis meteu mãos à obra desafiando os artistas a apresentarem-se na GóisArte com obras inspiradas na Matemática.
Segundo Helena Moniz, vice-presidente da autarquia goiense, responsável pelo certame, os artistas corresponderam às expectativas e apresentaram-se a concurso com obras dignas de uma visita à “Capital do Ceira”.
“A Arte e a Matemática” será também o tema da palestra inaugural, amanhã, às 17h00, pelo catedrático Marques de Sá, do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
A GóisArte volta este ano ao Parque do Cerejal e ao contacto com a natureza que esteve na sua génese. Este regresso ao local de origem explica-se pelo facto de uma parte dos serviços administrativos camarários estar temporariamente alojada nas galerias da Casa do Artista, devido à obra de requalificação dos Paços do Concelho cujo terminus está previsto para finais de 2009.
Para além de artistas portugueses, sendo este um acontecimento de âmbito internacional, participam artistas plásticos de França, Itália, Inglaterra, Japão, Holanda, Bélgica e Espanha, sendo os do país vizinho os que têm maior representatividade.
A crescente adesão dos espanhóis deve-se muito, segundo a vereadora, a uma parceria com Oroso, uma terra da Corunha germinada com Góis desde 2007, em que a arte é o principal vínculo entre as duas vilas.
Ligados ao evento desde o início, por via dos professores de Matemática que sugeriram o tema à autarquia, alunos da EB 2,3 vão apresentar no sábado, às 19h00, na Associação Educativa e Recreativa de Góis, uma encenação alusiva ao tema.
Entretanto, na escola, estará patente uma exposição interactiva - “Viva@Matemática” - que, entre outros objectivos, vai procurar cativar miúdos e graúdos para uma das disciplinas que mais amores e ódios desperta.
Programa diversificado
O programa de animação é diversificado, desde o primeiro dia. Proporcionar à população local e todas os visitantes que procuram Góis por estes dias, diversas expressões artísticas, para além das artes plásticas, é um dos objectivos do certame. Assim se explica, a presença da dança, através da Academia de Bailado da Lousã, na Praia Fluvial da Peneda, em plena vila; o fado e a guitarra, com Sílvio Girão, na Casa de Convívio da Cabreira, e o concerto de música jazz, pelos Dixie Boys.
No sábado, é inaugurado um monumento em homenagem ao “Resineiro”, Alvares; a encenação teatral “A Matemática e a Arte”, por alunos da EB 2,3, na Associação Educativa e Recreativa de Góis; um concerto pelo Coral Ensaio do Millenium BCP, na Igreja Matriz de Góis, um concerto pelo Quarteto de “Claricool”, no Centro Paroquial Padre Anselmo – Colmeal, e ainda, um concerto pela Orquestra Típica Albicastrense, na Praia Fluvial da Peneda.
Domingo, a partir das 10h00, os artistas mostram o seu talento trabalhando ao vivo na tenda montada no Parque do Cerejal, e de tarde actua o Coral Calçada Romana, na
Igreja de Cortes. O programa de animação da GóisArte encerra com teatro - “Viúva, porém honesta” pelo Fantástico” Grupo de Teatro da Sta. Casa da Misericórdia Vagos -, Casa do Povo de Vila Nova do Ceira, e com a ópera “As Damas Trocadas”, por um grupo de Lisboa.
Monumento perpetua memória dos resineiros
Inserido no programa da GoisArte 2008, a freguesia de Alvares inaugura sábado um momento em homenagem ao resineiro, uma profissão condenada ao desaparecimento devido aos incêndios florestais que de ano para ano têm vindo a dizimar a mancha de pinhal.
A escultura, em pedra, tem mais de dois metros de altura e é obra do artista Camarro, do Barreiro, que a trabalhou no local, durante dois meses. Nela está representada a figura do resineiro, o pinheiro e os utensílios utilizados na actividade.
Esta é uma homenagem há muito desejada na freguesia e que agora se concretiza por iniciativa da Junta de Freguesia de Alvares, da Comissão de Melhoramentos e do Centro Paroquial, unidas num projecto comum.
A estátua está à entrada da sede de freguesia de Alvares, na EN 2, próximo do quartel dos Bombeiros. Vítor Duarte, o autarca local, manifesta o seu entusiasmo perante esta iniciativa sublinhando o facto de que a profissão de resineiro “foi muito marcante” no concelho de Góis, e não só.
Em Alvares, continua em laboração uma única fábrica, a Proresinaleixo, fundada em 1921, pelo avô de Amílcar Aleixo, actual proprietário. Segundo disse ao “Campeão”, a empresa, que emprega 11 pessoas na unidade de produção e dá trabalho indirecto a 60 pessoas, é a única do ramo a Norte do distrito de Leiria. As restantes quatro estão concentradas no concelho de Leiria.
O empresário recorda que há 25 anos, havia duas fábricas na freguesia, que davam trabalho a grande parte da população local e limítrofe. Naquela altura, quase todas as famílias tinha um familiar no sector. Os incêndios levaram-lhes o sustento e só “à custa de muito sacrifício” Amílcar Aleixo mantém ainda as portas abertas, pois à falta de matéria-prima e de mão-obra junta-se a forte concorrência de países como a “China, Indonésia e Brasil”.
A Proresinaleixo produz pez louro (um tipo de alcatrão utilizado no revestimento de barcos, como é o caso da barca serrana) e aguarrás (um solvente). Ainda segundo o empresário, de 52 anos, Portugal chegou a ter seis dezenas de empresas e uma associação representativa do sector.
Relativamente à homenagem, Amílcar Aleixo louva a iniciativa e faz questão de estar presente. Ainda não viu a estátua, prefere ser surpreendido na ocasião.
Ópera cómica a encerrar
Um espectáculo de ópera encerra a GóisArte, no domingo, à noite. Este será um acontecimento inédito na vila, revestido de diversas particularidades, entre as quais o facto de decorrer ao ar livre com o enquadramento cénico proporcionado pelo Largo Francisco Inácio Dias Nogueira, também conhecido por Largo do Pombal, requalificado recentemente.
A ideia da realização de uma ópera chegou a gerar alguma apreensão, por questões de espaço, mas todos os receios revelaram-se infundados depois de uma visita dos promotores do espectáculo ao local.
A peça a apresentar - “As Damas Trocadas” – é produzida pela empresa “By The Music”, dirigida por Carlos Vicente. Trata-se, de acordo com nota informativa dos promotores, “uma das melhores e mais perfeitas comédias” do compositor português, Marcos Portugal (Séc. XVIII-Séc. XIX), que se notabilizou em Portugal, Itália, Áustria, Holanda, Londres e Brasil.
“O enredo desta divertida comédia, que tem eco ainda hoje, parodia os conflitos matrimoniais com outros que evocam o fantástico e o sobrenatural. Duas mulheres casadas, uma dominadora e outra submissa, são vítimas de um poderoso feiticeiro que pretende fazer justiça moral com as suas artes mágicas. Assim, trocando-as de corpo, recompensa uma e castiga a outra. No final, desfeito o equívoco, todos prometem mudar e serem felizes”, adianta a mesma fonte.
Ainda assim, a produtora deverá transportará um piano até Góis, visto não haver na vila um instrumento musical do género.
Onde ficar…
A GóisArte aliada ao bom tempo que se faz sentir é um bom pretexto para uma visita prolongada, não só à vila, como também ao concelho de Góis, dotado de beleza paisagística e de infra-estruturas de lazer aprazíveis, como as praias fluviais aonde sabe bem um mergulho nas águas do Ceira.
O certame, por si só, proporciona a presença de forasteiros, a começar pelos artistas plásticos, portugueses e estrangeiros que participam. Arranjar estadia por estes dias é uma dificuldade que a vereadora Helena Moniz reconhece dizendo que “este é o ‘calcanhar de Aquiles’” de Góis, que não possui uma unidade hoteleira.
As alternativas são casas de campo – Casa de S. Francisco (Chãs de Alvares), Casa da Cerejinha (Góis), Casa da Comareira (aldeia da Comareira) e a Casa de Santo António (Góis) -, alojamento em turismo rural – Quinta da Simantorta (Simantorta) -, e o Parque Municipal de Campismo (Góis).
Aos poucos os acessos têm vindo a ser melhorados, como é o caso da EN 342, que foi repavimentada, e existe a promessa de uma ligação ao IC-3 e IC-6, pela EN 343.
in Campeão das Provínvias, edição electrónica
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