terça-feira, 3 de junho de 2008

Chã de Alvares - Concertinos reuniram-se em evento musical

Realizou-se, no final do mês de Maio, o 5.º Encontro de Concertinas em Chã de Alvares, com a participação de cerca de vinte tocadores vindos de várias partes do país, principalmente da região do Minho, sediados em Lisboa.

Para Marcelo Francisco, da comissão organizadora, a qualidade continua a superar as expectativas. Notando que há cada vez mais pessoas a aprender a tocar concertina, considera que os mestres terão descendência na matéria. De qualquer forma, o evento pautou-se pela aposta na qualidade em detrimento da quantidade, originando o que foi “um grande encontro de concertinas”.

Havendo tradição na área, o certame começou, precisamente, a ser realizado para se divulgar a concertina, que estava ser, aos poucos, esquecida. Com o objectivo alcançado, hoje, a comissão vê-se mesmo obrigada a recusar alguns concertinos para dar oportunidades a todos de mostrar o seu valor. Ainda assim, deixou o recado através do Jornal de Arganil. “Tentem vir à Chã”, porque embora a selecção estivesse já feita, “mesmo que não toquem no palco, têm oportunidade de estar aqui a conviver”. Sem concurso, e portanto sem vencedores e vencidos, o encontro contou, segundo o dirigente, com os “melhores tocadores de concertinas do país”. Conforme explicou, a dinâmica do encontro obedeceu a critérios específicos. Cada actuação regia-se pelo tempo de 10 minutos e na organização “meti os adultos à frente e a juventude ficou para trás porque a qualidade tinha de ser guardada para o final”, disse, enaltecendo o número de pessoas presentes a assistir ao evento.

Aliás, em declarações ao nosso jornal, o presidente da Junta de Freguesia de Alvares destacou a aposta que tem sido feita no sentido de valorizar a cultura local, sendo que as concertinas “fazem parte de toda essa cultura. “É um instrumento de marca na freguesia”, justificou Victor Duarte. Reiterando o apoio incondicional ao evento, explicou que este já se tornou um acontecimento regional e ao mesmo tempo dos alvarenses e amigos. Além disso, acrescenta o seu valor ao facto de ajudar a que o lugar não se torne em “territórios mortos e terras esquecidas”. Pelo contrário, atentou, “vão ganhando por si só a capacidade de atracção de pessoas”, contribuindo, por conseguinte, para a valorização económica, social e cultural.

Na vontade de continuar a valorizar e preservar a cultura local, vai ser inaugurado, a 12 de Julho, uma estátua de homenagem ao resineiro, visto que “é uma profissão que marcou várias gerações” e uma actividade económica relevante na freguesia. Segundo o autarca ainda há resineiros vivos, mas não a exercer a profissão, mas realçou que “ ainda temos uma das poucas fábricas de resina que existe no país”. A escultura vai ser instalada logo à entrada da Alvares, estando a ser esculpida de momento.
in Jornal de Arganil, edição electrónica

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