quinta-feira, 8 de maio de 2008

O Açude do Linteiro

Caros amigos, eis a história do açude do Linteiro: já passaram dezenas, talvez centenas de anos sobre a sua construção. Os nossos antepassados ao construí-lo fizeram uma obra de muita utilidade, pois a água que ele envia através de uma levada vai regar desde o Linteiro até à Mata (é a levada mais comprida que eu conheço), são muitos hectares de terra regadas por esta levada.
A robustez da sua construção, levou a que todos estes anos passassem sobre ele muitas e muitas cheias daquelas que ficam retidas na nossa memória. Lembro-me quando era menino de uma que alagou a quinta da América e a estrada que liga o Inviando ao Linteiro, noutros tempos em que as nossas serras enviavam mais águas através das suas barrocas para o rio Ceira.
Mas, nada é eterno, e tantas foram as diabruras e talvez a falta de manutenção que, no Inverno de 2007, numa pequena cheia, o nosso açude não aguentou e desmoronou-se um pouco, o suficiente para não enviar água para a dita levada. Claro que surgiu a aflição dos proprietários dos terrenos por ela regados, ficaram em pânico.
A nossa câmara perante este problema achou por bem tomar conta da obra, para tanto convidou alguém para fazer a dita, não sei se pela urgência se por amizade. Não correu da melhor forma, isto de acordo com informações por mim recolhidas, houve várias ocorrências dignas de registo, as quais passa a relatar: o empreiteiro quando veio para executar a obra vai começar os trabalhos num açude a jusante que por sinal tinha tido obras no ano anterior, portanto não necessitava de qualquer arranjo pelo contrário já andavam a deteriorá-lo, no caso as pessoas do Inviando ai detectarem o erro lá foram avisar que o açude não era aquele mas o outro mais a nascente, o empreiteiro lá se deslocou com os seus homens e equipamentos para o outro sítio, mas por falta de informação ou sabe-se lá porquê passaram pelo açude do Linteiro e foram parar a outro mais a nascente que actualmente não tem a utilidade que teve outrora, neste caso foram as pessoas do Linteiro que lá foram a correr avisarem que não era aquele açude mas o mais a jusante que necessitava das referidas obras.
Perante o relato faço questão em questionar o seguinte, não é suposto quando se ajusta uma obra pedir orçamentos, e neste caso ao fazerem o mesmo, haveria necessidade de o interessado ir ao local da obra ver um loco o que era preciso, para poder dar um valor correcto, ao ser assim a quando da realização da mesma já não se enganava. Segunda questão a câmara não terá fiscais para acompanhar a obra? A não ser que andassem ocupados em verificar alguma construção de algum galinheiro que as pessoas tem necessidade de construir para evitar que as mesmas andem na via pública mas que me dizem ser proibido sem licença camarária e projecto.
Quando tive conhecimento destes factos fui com curiosidade ver o açude pois nutro por este local um sentimento muito grande devido à minha meninice, devo confessar que fiquei apavorado e muito apreensivo pelo que constatei no local. Existe uma estrada que passa sobre a boca da levada que dá ligação da parte de terra ao rio, os nossos antepassados colocaram três grandes lajes de pedra a servirem de passagem, provavelmente com o peso das máquinas uma das pedras partiu, para meu espanto não tiveram o cuidado de reparar o erro, pergunto: No Verão é hábito as colónias de férias irem para lá com as crianças se alguma cair e for arrastada pelas águas para dentro da levada que por sinal entra em túnel naquele sítio de quem será a culpa?
Deixo a pergunta, responda quem souber.
ch/vs
in O Varzeense, de 30/04/2008

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pois! Não há problema, contrata-se um nadador salvador. Sempre é mais um tacho...

10 maio, 2008 09:55  

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