Protocolos juntam entidades no ataque à doença do pinheiro
O “cerrar de fileiras” para atacar a doença do pinheiro em Arganil e Lousã vai motivar a assinatura de protocolos. A cerimónia está marcada para amanhã em Arganil. A CAP, por seu lado, reuniu ontem com Ascenso Simões
É um primeiro passo concreto para fazer face à praga de nemátodo que atingiu a região do Pinhal Interior Norte. As directivas vieram do Ministério da Agricultura e o objectivo é criar uma parceria, entre todas as entidades presentes no terreno, no sentido de começar a dar passos para combater a doença. Assim amanhã, numa cerimónia marcada apara as 10h30, no salão nobre dos Paços do Concelho de Arganil, são assinados protocolos de colaboração entre a Direcção Geral de Recursos Florestais (DGRF), as câmaras de Arganil e da Lousã e as organizações de produtores florestais. A cerimónia conta com a presença de Jaime Silva, ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das pescas, e também do secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Ascenso Simões.
Um encontro que promete trazer algumas novidades relativamente à situação do pinhal interior. Pelo menos é essa a expectativa de Ricardo Pereira Alves, presidente da autarquia de Arganil.
Entretanto, ontem Ascenso Simões recebeu um delegação da CAP, Confederação dos Agricultores de Portugal. Tratou-se de um encontro “de agenda”, já marcado há bastante tempo, no qual o nemátodo do pinheiro acabou por estar no centro das atenções. Luís Dias, vice-presidente daquela organização e responsável pelo sector das florestas, considerou a reunião positiva e elogiou, inclusivamente, o facto do secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas estar particularmente bem informado relativamente à doença do pinheiro.
Ascenso Simões deu conta de um conjunto de processos a desenvolver no imediato, a começar pela assinatura, amanhã, dos protocolos entre a Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF), as autarquias da Lousã e Arganil e as organizações de produtores, com vista a “cerrar fileiras” no combate à doença. «É importante dar este passo para garantir a erradicação do problema», afirma Luís Dias, enfatizando o envolvimento da autoridade florestal que, admite, numa «primeira fase não terá sido equacionado», mas que agora está consagrado pela tutela, acompanhando todo o processo.
Abate num raio de 50 metros em torno de árvores infectadas
Luís Dias afirma ainda estar já confirmada a necessidade – de resto imposta pela União Europeia – de proceder ao abate de todas as árvores num raio de 50 metros em redor de árvores «confirmadamente atingidas pelo nemátodo do pinheiro». O vice-presidente da CAP esclarece que não se trata de «árvores sintomáticas, mas sim, e só, de árvores comprovadamente infectadas pela doença».
Trata-se de uma medida profiláctica que, afirma, «já havia sido ventilada, mas que agora está confirmada». Relativamente a eventuais apoios, aquele responsável recorda o histórico da situação e sublinha que tal nunca foi consagrado. A excepção, recorda, prende-se com a criação da faixa fitossanitária de três quilómetros de largura, cujas compensações ainda não foram pagas.
O responsável da CAP para o sector das florestas recorda que a organização tem vindo, desde há dois anos, «a alertar para o alastramento da doença para a zona Centro do país», tendo em conta «questões de fiscalização», que reputa de «insuficientes» por um lado e, por outro, «a circulação de madeira». «Aquilo não caiu do céu, desloca-se», afirma, considerando que, apesar do grande impacto, a faixa de contenção acabou por se revelar infrutífera.
Aquele responsável referiu-se ainda às análises que estão a ser feitas, por equipas da DGRF no sentido de conhecer a real dimensão do problema. «São cerca de 1.200 amostras», afirmou, adiantando que, de acordo com informação de Ascenso Simões, só no final do mês se deverão conhecer os respectivos resultados.
A CAP aproveitou ainda o encontro com o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas para manifestar a sua preocupação relativamente aos processos de constituição das zonas de intervenção florestal (ZIF). «Sensibilizámos o secretário de Estado para a necessidade de tornar mais flexível o processo de constituição, que é muito burocrático e complexo, promovendo a sua simplificação, nomeadamente ao nível da prova de titularidade dos terrenos», disse. Em causa estão problemas que têm inviabilizado a criação de ZIF e que, de acordo com Ascenso Simões estarão a caminho da solução, uma vez que o Ministério da Agricultura está a tentar simplificar o processo.
in Diário de Coimbra, de 7/05/2008
É um primeiro passo concreto para fazer face à praga de nemátodo que atingiu a região do Pinhal Interior Norte. As directivas vieram do Ministério da Agricultura e o objectivo é criar uma parceria, entre todas as entidades presentes no terreno, no sentido de começar a dar passos para combater a doença. Assim amanhã, numa cerimónia marcada apara as 10h30, no salão nobre dos Paços do Concelho de Arganil, são assinados protocolos de colaboração entre a Direcção Geral de Recursos Florestais (DGRF), as câmaras de Arganil e da Lousã e as organizações de produtores florestais. A cerimónia conta com a presença de Jaime Silva, ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das pescas, e também do secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, Ascenso Simões.
Um encontro que promete trazer algumas novidades relativamente à situação do pinhal interior. Pelo menos é essa a expectativa de Ricardo Pereira Alves, presidente da autarquia de Arganil.
Entretanto, ontem Ascenso Simões recebeu um delegação da CAP, Confederação dos Agricultores de Portugal. Tratou-se de um encontro “de agenda”, já marcado há bastante tempo, no qual o nemátodo do pinheiro acabou por estar no centro das atenções. Luís Dias, vice-presidente daquela organização e responsável pelo sector das florestas, considerou a reunião positiva e elogiou, inclusivamente, o facto do secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas estar particularmente bem informado relativamente à doença do pinheiro.
Ascenso Simões deu conta de um conjunto de processos a desenvolver no imediato, a começar pela assinatura, amanhã, dos protocolos entre a Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF), as autarquias da Lousã e Arganil e as organizações de produtores, com vista a “cerrar fileiras” no combate à doença. «É importante dar este passo para garantir a erradicação do problema», afirma Luís Dias, enfatizando o envolvimento da autoridade florestal que, admite, numa «primeira fase não terá sido equacionado», mas que agora está consagrado pela tutela, acompanhando todo o processo.
Abate num raio de 50 metros em torno de árvores infectadas
Luís Dias afirma ainda estar já confirmada a necessidade – de resto imposta pela União Europeia – de proceder ao abate de todas as árvores num raio de 50 metros em redor de árvores «confirmadamente atingidas pelo nemátodo do pinheiro». O vice-presidente da CAP esclarece que não se trata de «árvores sintomáticas, mas sim, e só, de árvores comprovadamente infectadas pela doença».
Trata-se de uma medida profiláctica que, afirma, «já havia sido ventilada, mas que agora está confirmada». Relativamente a eventuais apoios, aquele responsável recorda o histórico da situação e sublinha que tal nunca foi consagrado. A excepção, recorda, prende-se com a criação da faixa fitossanitária de três quilómetros de largura, cujas compensações ainda não foram pagas.
O responsável da CAP para o sector das florestas recorda que a organização tem vindo, desde há dois anos, «a alertar para o alastramento da doença para a zona Centro do país», tendo em conta «questões de fiscalização», que reputa de «insuficientes» por um lado e, por outro, «a circulação de madeira». «Aquilo não caiu do céu, desloca-se», afirma, considerando que, apesar do grande impacto, a faixa de contenção acabou por se revelar infrutífera.
Aquele responsável referiu-se ainda às análises que estão a ser feitas, por equipas da DGRF no sentido de conhecer a real dimensão do problema. «São cerca de 1.200 amostras», afirmou, adiantando que, de acordo com informação de Ascenso Simões, só no final do mês se deverão conhecer os respectivos resultados.
A CAP aproveitou ainda o encontro com o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas para manifestar a sua preocupação relativamente aos processos de constituição das zonas de intervenção florestal (ZIF). «Sensibilizámos o secretário de Estado para a necessidade de tornar mais flexível o processo de constituição, que é muito burocrático e complexo, promovendo a sua simplificação, nomeadamente ao nível da prova de titularidade dos terrenos», disse. Em causa estão problemas que têm inviabilizado a criação de ZIF e que, de acordo com Ascenso Simões estarão a caminho da solução, uma vez que o Ministério da Agricultura está a tentar simplificar o processo.
in Diário de Coimbra, de 7/05/2008
Etiquetas: pinhal interior norte
1 Comments:
Mais um problema tratado com os pés...
E Góis? Está de fora disto? Olhem que Góis tem mais árvores infectadas que os outros dois concelhos juntos. Especialmente nas matas do Estado...
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