quarta-feira, 7 de maio de 2008

Destaparam o (In)Complexo da Candosa

Bem fizeram os que mandaram limpar as árvores que dificultavam ver na sua verdadeira grandeza, aquilo a que chamaram o Complexo da Candosa, pois assim podemos avaliar melhor a grande asneira que foi a de promover as construções que constituem o referido complexo, naquele local.
Não compreendo, que uma obra daquela envergadura tenha sido imposta aos varzeenses sem uma consulta prévia aos cidadãos que melhor estão preparados para poderem ajudar a resolver problemas que uma vez mal planeados e executados, ficam ao longo dos tempos a atestar a mediocridade de uma geração.
O local é péssimo, a uma cota inferior às estradas que o circundam e sem possibilidade de expansão, ficando encravado no baixio do Cerro da Candosa onde as obras deveriam ser orientadas por um arquitecto paisagista, de forma a não descaracterizar o local (Cerro da Candosa) que é paradisíaco.
Continuamos a andar de pior a pior.
Gostava que os autores desta obra me justificassem para que serve aquele conjunto de construções onde não falta uma piscina!!
Que benesses tirou a população da Várzea dos milhares de contos que ali estão enterrados?
Vamos a por os pés bem assentes no chão e não sonhar com obras que previamente já se sabia que não são aquelas que seriam necessárias para aquele local, mas que de imediato dão um certo protagonismo aos seus promotores.
Um pais pobre não pode dar-se ao luxo de gastar dinheiro com obras, que como esta se verifica não terem qualquer utilidade.
Precisamos de obras que tragam “mais valias” para a nossa Várzea, não desperdiçando verbas que bem poderiam ser gastas em acções reprodutivas.
Adriano Baeta Garcia
in O Varzeense, de 30/04/2008

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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não posso deixar de me manifestar perante este artigo e informar do que efectivamente se passou. Este jornalismo de impressões e de suposições feito, continua a proliferar na nossa região. Pena é que quem se preocupa com a “coisa pública” não credibilize o seu discurso com dados concretos. O Sr. Eng. Baeta Garcia é uma pessoa de bem, tenho a certeza disso, mas ou está mal informado, ou desconhece o que efectivamente se passou com a construção do Conjunto Turístico da Candosa.
O CONJUNTO TURÍSTICO DA CANDOSA nasceu na sequência de uma oportunidade igual a tantas outras que a Comunidade Europeia tem oferecido a Portugal.
Foi a Assembleia de Freguesia de Vila Nova do Ceira, em 1992, que apreciou a possibilidade de elaboração de uma candidatura ao programa "Leader" para financiar um empreendimento turístico na Candosa. Era um tempo em que não se podia usar o rio para tomar banho porque havia um problema qualquer com uma exploração de areias em Góis. (daí a existência da piscina nesse projecto)
A candidatura ao programa "Leader" é apresentada nesse mesmo ano, pelo presidente da Junta Mário Garcia, depois de obtida a concordância da Junta e da Assembleia de Freguesia.
A equipa projectista escolhida para a elaboração do projecto era composta por:
- Arquitectos: Paulo Jorge Pereira da Fonseca e Joaquim Armindo Tavares dos Santos;
- Arquitecto paisagista: Rui Campino Nascimento;
- Engenheiros de estruturas, de redes de água e esgotos: José Manuel Macedo Abrantes, Pedro Augusto Quaresma Albano, e João José Marques Vieira Gomes;
- Eng. de Electricidade e telefones: Virgílio Parreiral Toscano
- Eng. de Instalações mecânicas: Carlos Augusto Antunes Costa Pires.
Como se pode ver era uma grande equipa com a missão de projectar um empreendimento turístico para aquele espaço.
O projecto foi elaborado mas, entretanto, decorreram eleições autárquicas, tendo ficado como presidente da Junta de Freguesia o saudoso Eng. Saúl Santos.
Todos sabíamos os riscos que tal empreendimento poderia acarretar. Mas num espírito de grande empreendedor o Eng. Saúl dispõe-se a arrancar com o concurso público para a construção do empreendimento e, na altura, faz mais... assume ele próprio a direcção técnica da obra (sem qualquer contrapartida financeira, por ser Presidente da Junta, dona da obra) .
Aquela obra custou á volta de 50.000 contos, tendo a Comunidade Europeia financiado com perto de 30.000 contos.
O Eng. Saúl merece toda a minha consideração pela coragem demonstrada ao assumir esta construção, nunca tendo evidenciado qualquer interesse em “protagonismos”. O que ele ganhou foi trabalho, muito trabalho, muitíssimo trabalho, sem a justa recompensa.
A freguesia de Vila Nova do Ceira não gastou nenhum dinheiro nesta obra... fez, isso sim um bom investimento: construiu 6 casas com cerca de 60 m2 cada, compostas por um quarto, uma sala com lareira, casa de banho e cozinha; um bar restaurante com cave e 1º andar e uma piscina.
Tanto as casas como o restaurante possuem inscrição, na conservatória de Góis, individualizada: são sete números de registo diferentes.
Parece ser um bom investimento. Em qualquer altura que a Junta se queira desfazer dele pode vende-lo todo ou em partes. Eu sei que há gente interessada em adquirir algumas daquelas casitas.
Mas também acho que ninguém quer isso. Os Varzeenses querem ali um bom conjunto turístico a funcionar bem, com um serviço que honre aquele local privilegiado de Vila Nova do Ceira
Lamento que apesar do Verão se estar a aproximar aquele empreendimento continue a clamar por ser fruído.
Os Goienses empreendedores devem ser louvados. Muitas vezes falham, mas é nesta dialéctica de tentativas e erros que se constrói o desenvolvimento. A construção do Conjunto Turístico da Candosa foi uma tentativa bem sucedida. Já a sua exploração não tem corrido bem. Espero que a Junta de Freguesia acerte com o parceiro desta vez.

07 maio, 2008 22:32  
Anonymous Anónimo said...

Como se vê, o problema não foi a falta de engenheiros. A falta existiu mas foi na efectiva falta de "Engenheiros" (com letra grande). E também de executantes da obra, porque os problemas técnicos e de deficiência de construção são tantos que até hoje não foram resolvidos. E tem razão o articulista porque aquilo como está, além de não servir a ninguém, não passa de um reles mamarracho.
Mas também não me parece que, quanto à exploração, a Junta tenha as culpas todas. Ela tem tentado mas os "empreendedores" têm sido o que se vê. É só "chicos-espertos" ou "inteligentes", nem um profissional. Depois vem o resultado: nenhum cumpre e têm sido despejados à força.
O problema é outro. E não é o local. É a atractividade turística geral da região que, muito embora todas as loas que por aí vão sendo apregoadas, não presta de facto. Não tem oferta cultural e as ofertas naturais apreciam-se em 2 ou 3 horas.
Acresce que a Junta cumpriu com o seu papel de promover o desenvolvimento da freguesia com a construção do empreendimento.
Mas não se fez qualquer estudo de mercado, e de amadorismo, especialmente económico, está este mundo cheio. Para não dizer outra coisa...

10 maio, 2008 10:17  

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