Comeal - Figuras e factos
“Quem sobe o nosso Colmeal em direcção às Seladas e no local denominado “cimo do lugar”, encontra à sua esquerda, uma modesta e humilde casinha, na qual nasceu a 8 de Abril de 1913, António Domingos Neves, um rapaz como tantos outros, mas que por imperativos do destino, bem cedo ficou órfão de pai, quando tinha apenas quatro anos e meio.
Em face deste desenlace sua extremosa mãe, tomando uma decisão arrojada, mas como o tempo o havia de provar, a mais acertada, seguiu o caminho de Lisboa levando consigo sua filha mais nova.
O nosso António Neves ficou no Colmeal, ao cuidado de sua avó, até concluir a instrução primária. Após esta concluída, e tendo na altura dez anos, seguiu também para a capital indo viver com sua mãe e irmã, para o Largo da Guia, em pleno coração da Mouraria, onde ao tempo existia uma regular colónia colmealense.
Como não podia deixar de ser, o torrão natal e a casa que lhe serviu de berço, nunca mais os esqueceu bem como os seus amigos, porque felizmente tinha muitos.
Diversos anos se passaram e quando em 1931 se começou a ventilar a hipótese de se fundar uma agremiação regionalista, para cada vez mais unir os colmealenses, ele, o António Domingos Neves, com apenas 18 anos, foi um dos primeiros a aderir a esta iniciativa e a lutar para que a mesma se viesse a concretizar, o que, com grande alegria sua, havia de suceder a 20 de Setembro desse mesmo ano, em que se fundou a União Progressiva da Freguesia do Colmeal.
Apesar de ainda ser de menoridade quando da sua fundação, começou por ocupar o cargo de secretário da Direcção, da qual foi um dos seus mais directos colaboradores.
O abastecimento de água ao Colmeal até 1936, era por meio de fonte de chafurdo, sistema inadequado e anti-higiénico, pelo que este foi um dos assuntos que mereceram a sua melhor atenção, tendo também contribuído para que fossem as águas exploradas convenientemente, e para que se viesse a construir uma fonte de harmonia com as necessidades da povoação, obra esta concluída em 1937. Ao tempo foi considerada uma das melhores obras existentes em todo o concelho.
Na Primavera de 1938, foi feito o estudo da estrada Rolão-Colmeal, a cuja obra também dedicou o melhor do seu esforço e saber.
Mais tarde, mas continuando sempre ligado à União, foi em 1943, eleito presidente da Direcção, cargo que ocupou com singular brilho. Durante a sua gerência deu continuidade à estrada do Rolão, a então grande aspiração de todos os naturais da freguesia.
O seu amor à causa era tão grande, que chegou a afirmar que “se algum dia perder a minha mãe e a União o meu desgosto é igual”.
Posteriormente, em 1952, foi nomeado presidente da Assembleia-Geral, mas infelizmente não chegou a terminar o seu mandato visto ter sido atacado por doença irremediável e da qual veio a falecer a 25 de Janeiro desse mesmo ano.
Foram homens como António Domingos Neves que tornaram possível o Colmeal de hoje e para eles vai a nossa eterna gratidão.
Paz à sua alma.”
Daniel
In Jornal “O Colmeal” nº 53 – Dezembro de 1964
Na data em que faz 56 anos que nos deixou, recordamos o percurso deste “Homem da União”.
in A Comarca de Arganil, de 31/01/2008
Em face deste desenlace sua extremosa mãe, tomando uma decisão arrojada, mas como o tempo o havia de provar, a mais acertada, seguiu o caminho de Lisboa levando consigo sua filha mais nova.
O nosso António Neves ficou no Colmeal, ao cuidado de sua avó, até concluir a instrução primária. Após esta concluída, e tendo na altura dez anos, seguiu também para a capital indo viver com sua mãe e irmã, para o Largo da Guia, em pleno coração da Mouraria, onde ao tempo existia uma regular colónia colmealense.
Como não podia deixar de ser, o torrão natal e a casa que lhe serviu de berço, nunca mais os esqueceu bem como os seus amigos, porque felizmente tinha muitos.
Diversos anos se passaram e quando em 1931 se começou a ventilar a hipótese de se fundar uma agremiação regionalista, para cada vez mais unir os colmealenses, ele, o António Domingos Neves, com apenas 18 anos, foi um dos primeiros a aderir a esta iniciativa e a lutar para que a mesma se viesse a concretizar, o que, com grande alegria sua, havia de suceder a 20 de Setembro desse mesmo ano, em que se fundou a União Progressiva da Freguesia do Colmeal.
Apesar de ainda ser de menoridade quando da sua fundação, começou por ocupar o cargo de secretário da Direcção, da qual foi um dos seus mais directos colaboradores.
O abastecimento de água ao Colmeal até 1936, era por meio de fonte de chafurdo, sistema inadequado e anti-higiénico, pelo que este foi um dos assuntos que mereceram a sua melhor atenção, tendo também contribuído para que fossem as águas exploradas convenientemente, e para que se viesse a construir uma fonte de harmonia com as necessidades da povoação, obra esta concluída em 1937. Ao tempo foi considerada uma das melhores obras existentes em todo o concelho.
Na Primavera de 1938, foi feito o estudo da estrada Rolão-Colmeal, a cuja obra também dedicou o melhor do seu esforço e saber.
Mais tarde, mas continuando sempre ligado à União, foi em 1943, eleito presidente da Direcção, cargo que ocupou com singular brilho. Durante a sua gerência deu continuidade à estrada do Rolão, a então grande aspiração de todos os naturais da freguesia.
O seu amor à causa era tão grande, que chegou a afirmar que “se algum dia perder a minha mãe e a União o meu desgosto é igual”.
Posteriormente, em 1952, foi nomeado presidente da Assembleia-Geral, mas infelizmente não chegou a terminar o seu mandato visto ter sido atacado por doença irremediável e da qual veio a falecer a 25 de Janeiro desse mesmo ano.
Foram homens como António Domingos Neves que tornaram possível o Colmeal de hoje e para eles vai a nossa eterna gratidão.
Paz à sua alma.”
Daniel
In Jornal “O Colmeal” nº 53 – Dezembro de 1964
Na data em que faz 56 anos que nos deixou, recordamos o percurso deste “Homem da União”.
in A Comarca de Arganil, de 31/01/2008
Etiquetas: colmeal, fotografia
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