Góis ganha novos alunos
A escola de Cortes fechou este ano, mas no concelho de Góis assiste-se a um fenómeno curioso de aumento da população escolar. Na sede do concelho já foi necessário transferir crianças para um estabelecimento próximo
Com notórios problemas de desertificação, Góis tem sido um concelho massacrado pelo encerramento de escolas básicas. Todavia, na linha do que aconteceu o ano passado, apenas com o encerramento da escola de Colmeal, este ano só fechou a EB de Cortes, na Freguesia de Alvares, cujas crianças, que rondam a dezena, foram transferidas para a sede de freguesia, que dista três a quatro quilómetros.
«Felizmente conseguimos manter a escola de Ponte do Sótão», localizada na freguesia de Góis, afirma, manifestamente satisfeita, a vice-presidente da autarquia. De acordo com Helena Moniz, esta era a segunda escola com “ordem para encerrar”, por parte da DREC (Direcção Regional de Educação do Centro). «Todavia, conseguimos mantê-la», refere Helena Moniz, sublinhando que a «DREC compreendeu que a escola tem boas condições» para os 14 alunos que a frequentem.
No entanto, não foi apenas uma questão de boa vontade, uma vez que a alternativa para colocar aquelas crianças era a EB1 de Góis, na sede do concelho, «o que era impossível, pois esta escola está esgotada», refere Helena Moniz.
De resto, a vice-presidente da autarquia afirma que esta escola, com quatro turmas e um número de alunos que ultrapassa a centena, já teve de “transferir” algumas crianças para a EB1 de Bordeiro. Um processo sereno, segundo a vice-presidente da Câmara de Góis, atempadamente acautelado com os pais, que deram o seu consentimento à “deslocalização” dos seus educandos, que acabaram por ser transferidos para a escola de Bordeiro, a cerca de dois quilómetros de Góis.
Experiência integradora
Este aumento de crianças que demandam a escola está directamente relacionado com a recente fixação, em Góis, de muitos estrangeiros, que se esforçam por se integrar na comunidade. «Há muitos estrangeiros que estão a fixar-se em Góis, pessoas com filhos em idade escolar e que fazem questão de frequentar a nossa escola», esclarece Helena Moniz. Um facto que a vice-presidente regista com notório agrado, uma vez que se trata de uma experiência nova e enriquecedora, que contrasta com a «relutância que os imigrantes tinham, há anos, em colocar os seus filhos nas nossas escolas». «Chegámos a ter problemas e a pedir a intervenção da GNR», recorda a autarca, lembrando que até os hábitos alimentares serviam de desculpa para as crianças não entrarem no circuito educativo. Hoje, ao contrário deste passado ainda relativamente recente, «os imigrantes estão perfeitamente integrados na comunidade».
A presença de mais de uma centena de alunos da escola poderá levar, a breve trecho, a autarquia a pensar na ampliação daquele estabelecimento de ensino, de forma a aumentar a sua capacidade. «Será certamente necessário», reconhece a vice-presidente. Todavia, «o projecto mais imediato é a construção de um Centro Educativo em Alvares, para colmatarmos o fecho da escola de Cortes», adianta. Um projecto que, aliás, já está consagrado na Carta Educativa, homologada em Maio pelo Ministério da Educação.
Apesar da ameaça de encerramento, a escola de Ponte do Sótão continua activa este ano, facto para o qual, confessa Helena Moniz, muito contribuiu a sensibilização que a autarquia fez junto dos pais, incentivando-os a matricularem os filhos na área de residência, ao invés de os levarem para a sede do concelho, onde, por norma, trabalham. «E os pais responderam positivamente», refere, sublinhando que, contrariamente ao que se possa pensar, «todas as escolas oferecem as mesmas condições». «Neste momento todas as escolas do concelho têm óptimas condições, pois há dois anos todo o parque escolar foi reabilitado, com obras e equipamentos novos», acrescenta a vice-presidente.
Refira-se ainda que, ontem, Góis deu as boas-vindas os professores que este ano vão leccionar no concelho. Uma recepção que começou na EB 2,3 e contemplou uma viagem pelas cinco freguesias, na qual os docentes se puderem familiarizar com as belezas únicas, em termos naturais e arquitectónicos, que “esconde” o Vale do Ceira.
in Diário de Coimbra, de 13/09/2007
Com notórios problemas de desertificação, Góis tem sido um concelho massacrado pelo encerramento de escolas básicas. Todavia, na linha do que aconteceu o ano passado, apenas com o encerramento da escola de Colmeal, este ano só fechou a EB de Cortes, na Freguesia de Alvares, cujas crianças, que rondam a dezena, foram transferidas para a sede de freguesia, que dista três a quatro quilómetros.
«Felizmente conseguimos manter a escola de Ponte do Sótão», localizada na freguesia de Góis, afirma, manifestamente satisfeita, a vice-presidente da autarquia. De acordo com Helena Moniz, esta era a segunda escola com “ordem para encerrar”, por parte da DREC (Direcção Regional de Educação do Centro). «Todavia, conseguimos mantê-la», refere Helena Moniz, sublinhando que a «DREC compreendeu que a escola tem boas condições» para os 14 alunos que a frequentem.
No entanto, não foi apenas uma questão de boa vontade, uma vez que a alternativa para colocar aquelas crianças era a EB1 de Góis, na sede do concelho, «o que era impossível, pois esta escola está esgotada», refere Helena Moniz.
De resto, a vice-presidente da autarquia afirma que esta escola, com quatro turmas e um número de alunos que ultrapassa a centena, já teve de “transferir” algumas crianças para a EB1 de Bordeiro. Um processo sereno, segundo a vice-presidente da Câmara de Góis, atempadamente acautelado com os pais, que deram o seu consentimento à “deslocalização” dos seus educandos, que acabaram por ser transferidos para a escola de Bordeiro, a cerca de dois quilómetros de Góis.
Experiência integradora
Este aumento de crianças que demandam a escola está directamente relacionado com a recente fixação, em Góis, de muitos estrangeiros, que se esforçam por se integrar na comunidade. «Há muitos estrangeiros que estão a fixar-se em Góis, pessoas com filhos em idade escolar e que fazem questão de frequentar a nossa escola», esclarece Helena Moniz. Um facto que a vice-presidente regista com notório agrado, uma vez que se trata de uma experiência nova e enriquecedora, que contrasta com a «relutância que os imigrantes tinham, há anos, em colocar os seus filhos nas nossas escolas». «Chegámos a ter problemas e a pedir a intervenção da GNR», recorda a autarca, lembrando que até os hábitos alimentares serviam de desculpa para as crianças não entrarem no circuito educativo. Hoje, ao contrário deste passado ainda relativamente recente, «os imigrantes estão perfeitamente integrados na comunidade».
A presença de mais de uma centena de alunos da escola poderá levar, a breve trecho, a autarquia a pensar na ampliação daquele estabelecimento de ensino, de forma a aumentar a sua capacidade. «Será certamente necessário», reconhece a vice-presidente. Todavia, «o projecto mais imediato é a construção de um Centro Educativo em Alvares, para colmatarmos o fecho da escola de Cortes», adianta. Um projecto que, aliás, já está consagrado na Carta Educativa, homologada em Maio pelo Ministério da Educação.
Apesar da ameaça de encerramento, a escola de Ponte do Sótão continua activa este ano, facto para o qual, confessa Helena Moniz, muito contribuiu a sensibilização que a autarquia fez junto dos pais, incentivando-os a matricularem os filhos na área de residência, ao invés de os levarem para a sede do concelho, onde, por norma, trabalham. «E os pais responderam positivamente», refere, sublinhando que, contrariamente ao que se possa pensar, «todas as escolas oferecem as mesmas condições». «Neste momento todas as escolas do concelho têm óptimas condições, pois há dois anos todo o parque escolar foi reabilitado, com obras e equipamentos novos», acrescenta a vice-presidente.
Refira-se ainda que, ontem, Góis deu as boas-vindas os professores que este ano vão leccionar no concelho. Uma recepção que começou na EB 2,3 e contemplou uma viagem pelas cinco freguesias, na qual os docentes se puderem familiarizar com as belezas únicas, em termos naturais e arquitectónicos, que “esconde” o Vale do Ceira.
in Diário de Coimbra, de 13/09/2007
Etiquetas: cortes, escolas, góis, ponte de sótão
3 Comments:
As professoras deviam abrir os olhos e ver aquilo que existe nessa escola e a CMG devia era ter vergonha.
A CMG tem que abrir os olhos e, depressa.
A população estrangeira está a aumentar neste momento, mas não vai ficar, pois querem os filhos num bom ambiente e, não no meio de pessoas que não se interessam por nada, a não ser no dinheiro que eles trazem.
Estão habituados a outras coisas, a terem apoio e, aqui... nem da CMG, nem a nível da escola, do pessoal que lá trabalha.....
Não é só o centro da vila que precisa, ( ou melhor dizendo, algumas pessoas a quem convém ter o centro da vila arranjado, pois vão enchendo os bolsos ), o concelho é grande.... arranjem o que já existe. As nossas pequenas, velhas e, valiosas escolas primárias..... deixem de gastar o nosso dinheiro, no que só convém a meia duzia de pessoas.
Bem dito!!!!!!!!
Enviar um comentário
<< Home