Podemos ser melhores
Quando se fala sobre desenvolvimento – seja do país, de uma região ou do próprio concelho, acabamos sempre por falar no potencial turístico e nas oportunidades associadas a este. Tem sido assim no início de cada ciclo político. É assim também há anos nos discursos autárquicos de circunstância. Depois, o que vemos na realidade? Amiúde o turismo surge como uma suposta parte da solução, pelo menos nos discursos (mais uma vez). Quando na verdade é, muitas vezes, uma parte do problema, ou seja, das nossas incapacidades.
Obviamente que não podemos ignorar o peso que o sector turístico tem na criação de riqueza para o país, nem ignorar os investimentos previstos para a costa Alentejana ou para o Algarve (no valor de 1,4 mil milhões de euros, envolvendo 9.532 postos de trabalho).
Depois temos a nossa realidade, à nossa escala. Há dias tive a oportunidade de participar em 2 workshops, em 2 concelhos diferentes, destinados a recolher contributos para a elaboração do designado Plano de Estratégico de Desenvolvimento do Pinhal Interior Norte – e lá veio outra vez em força "O Turismo". Trazido como é costume pelos senhores Presidentes da Câmara. E, mais uma vez, abordado de uma forma que modestamente considero desfasada: fala-se no potencial turístico da região, fala-se do potencial turístico do concelho X, fala-se do potencial turístico do vale do Alva, fala-se do potencial turístico do vale do Ceira, … Tudo e todos têm potencial. É quase verdade, em todas as regiões há potencial. Faltam é produtos turísticos. Falta o que vender para o mercado turístico nacional e internacional – e até isso não podemos escamotear: hoje há uma procura cada vez maior de destinos turísticos com as características do nosso concelho – pela paisagem, pelo sossego, pelos rios, pelas serras, porque há alojamento de qualidade, etc, etc, …
Daí que insista: há que passar do discurso do "temos potencial turístico", para a acção concreta, demonstrando realmente que temos produtos turísticos. Produtos turísticos organizados, interligados entre si, que criem valor acrescentado e sustentem empregos. Porque só os produtos são vendáveis no mercado, neste caso no mercado turístico. Turismo é negócio que rende milhões, interiorizemos isto de uma vez por todas. Agora, temos que saber que produtos turísticos queremos vender e como vamos organizar a oferta. Alojamento, de que tipo? Animação Turística, promovida e executada por quem? Gastronomia, em que condições? Pólos e locais de interesse, dinamizados por quem? Infra-estruturas e equipamentos, onde e realizados por quem? Promoção turística do concelho, região, …, quem a faz, dirigida a quem e em que canais? Facilmente chegamos à conclusão que há aqui trabalho para os operadores turísticos, os privados e, obrigatoriamente para a autarquia, tendo cada qual que assegurar a sua parte. Por exemplo, entendo que à excepção de uma Pousada da Juventude, o Município não tem que criar alojamento turístico. Mas tem que tratar da componente promoção, divulgação e, na medida certa, da animação turística. E prioritariamente agilizar os licenciamentos dos investimentos privados, ao invés de criar obstáculos impensáveis.
José Francisco Rolo
in Folha do Centro, edição electrónica
Obviamente que não podemos ignorar o peso que o sector turístico tem na criação de riqueza para o país, nem ignorar os investimentos previstos para a costa Alentejana ou para o Algarve (no valor de 1,4 mil milhões de euros, envolvendo 9.532 postos de trabalho).
Depois temos a nossa realidade, à nossa escala. Há dias tive a oportunidade de participar em 2 workshops, em 2 concelhos diferentes, destinados a recolher contributos para a elaboração do designado Plano de Estratégico de Desenvolvimento do Pinhal Interior Norte – e lá veio outra vez em força "O Turismo". Trazido como é costume pelos senhores Presidentes da Câmara. E, mais uma vez, abordado de uma forma que modestamente considero desfasada: fala-se no potencial turístico da região, fala-se do potencial turístico do concelho X, fala-se do potencial turístico do vale do Alva, fala-se do potencial turístico do vale do Ceira, … Tudo e todos têm potencial. É quase verdade, em todas as regiões há potencial. Faltam é produtos turísticos. Falta o que vender para o mercado turístico nacional e internacional – e até isso não podemos escamotear: hoje há uma procura cada vez maior de destinos turísticos com as características do nosso concelho – pela paisagem, pelo sossego, pelos rios, pelas serras, porque há alojamento de qualidade, etc, etc, …
Daí que insista: há que passar do discurso do "temos potencial turístico", para a acção concreta, demonstrando realmente que temos produtos turísticos. Produtos turísticos organizados, interligados entre si, que criem valor acrescentado e sustentem empregos. Porque só os produtos são vendáveis no mercado, neste caso no mercado turístico. Turismo é negócio que rende milhões, interiorizemos isto de uma vez por todas. Agora, temos que saber que produtos turísticos queremos vender e como vamos organizar a oferta. Alojamento, de que tipo? Animação Turística, promovida e executada por quem? Gastronomia, em que condições? Pólos e locais de interesse, dinamizados por quem? Infra-estruturas e equipamentos, onde e realizados por quem? Promoção turística do concelho, região, …, quem a faz, dirigida a quem e em que canais? Facilmente chegamos à conclusão que há aqui trabalho para os operadores turísticos, os privados e, obrigatoriamente para a autarquia, tendo cada qual que assegurar a sua parte. Por exemplo, entendo que à excepção de uma Pousada da Juventude, o Município não tem que criar alojamento turístico. Mas tem que tratar da componente promoção, divulgação e, na medida certa, da animação turística. E prioritariamente agilizar os licenciamentos dos investimentos privados, ao invés de criar obstáculos impensáveis.
José Francisco Rolo
in Folha do Centro, edição electrónica
Etiquetas: pinhal interior norte, turismo
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