segunda-feira, 2 de julho de 2007

D. Duarte reconstituiu a visita do rei D. Carlos passando por Góis

Para assinalar o centenário da visita do rei D. Carlos a Arganil e concelhos limítrofes, Duarte Pio, duque de Bragança, visitou a região.

A Confraria do Bucho de Arganil decidiu reconstituir os acontecimentos de 8, 9 e 10 de Junho de 1907, datas em que o rei D. Carlos e o príncipe real D. Luís Filipe visitaram aquela zona, convidando D. Duarte Pio, duque de Bragança, herdeiro do trono de Portugal, a deslocar-se à região. Viajando de comboio até à Lousã, D. Duarte Pio passou por Góis, seguindo para Arganil, onde foi recebido pela Filarmónica Flor do Alva, de Vila Cova de Alva, autarcas, confrades e os muitos populares que se concentraram no Largo da Fonte de Amandos.
Durante a sessão solene nos Paços do Concelho foi feita a apresentação de uma publicação da autoria de António Quaresma Ventura, membro da Confraria, que retratou os pormenores da visita de 1907. A cerimónia contou com a presença de Joaquim Nora, presidente da Real Associação de Coimbra, do presidente da Câmara de Arganil, Ricardo Pereira Alves, do presidente da junta de freguesia de Arganil, Ramiro Jorge, do presidente do Conselho Fiscal da Confraria do Bucho de Arganil, Rogério Leal, entre outras entidades.
Após a cerimónia efectuou-se um passeio ao Vale do Alva, com passagem por Côja, Vila Cova de Alva, Avô e Ponte das Três Entradas. Já ao final do dia, no cemitério de Folques, foi prestada uma homenagem em memória do padre José Lourenço de Matos, que foi o último director do jornal “Portugal”. O programa culminou com a realização de um jantar na Quinta do Mosteiro, em Folques, que não contou com a presença de D. Duarte Pio, por motivos de doença da esposa. Contudo, a noite incluiu fados de Coimbra e Lisboa, com o intuito de evocar o sarau de guitarradas que em 1907 foi oferecido a D. Carlos por Antero Alte da Veiga, notável intérprete em Coimbra.
Coube a António Carvalhais Costa, juiz da Confraria do Bucho de Arganil e representante da Assembleia Municipal, iniciar a sessão solene, durante a qual sublinhou que se “em 8 de Junho de 1907 a Câmara se deslocou a Bordeiro para apresentar as boas-vindas ao rei D. Carlos”, agora o presidente da Câmara de Arganil recebeu D. Duarte Pio no salão nobre da autarquia, “onde está evocada a antiguidade concelhia”.
“Há cem anos o rei D. Carlos esteve em Arganil e foi recebido de braços abertos, hoje recebemos vossa excelência com a mesma hospitalidade, alegria e simplicidade típica das gentes beirãs e de Arganil”, reiterou o presidente da Câmara de Arganil, Ricardo Pereira Alves.
Na sua intervenção, a confrade-mor da Confraria do Bucho de Arganil recordou a realização do 1.º capítulo e entronização da Confraria, no dia 14 de Outubro, e realçou que com esta iniciativa se pretende também “chamar a atenção para os buchos”, especialidades que são produzidas em Folques, Vila Cova de Alva, Benfeita e Barril de Alva.
D. Duarte Pio encerrou a cerimónia salientando que se tratou da sua primeira visita oficial ao concelho de Arganil, embora já conhecesse Serpins, onde ia passar férias a casa de uma tia. O duque de Bragança, concordando com o presidente da Câmara Municipal, advogou a necessidade de “preservar a identidade cultural”, constatando que o país “tem tendência a transformar-se num subúrbio e numa zona deserta”. O herdeiro do trono português sugeriu ainda que seja feita uma campanha pelas confrarias, câmaras municipais e outros movimentos, de modo a incentivar a construção de uma linha ferroviária até Arganil, passando por Góis. “As auto-estradas são fontes de poluição”, alegou.
in Diário As Beiras, de 2/07/2007

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3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A população não foi avisada da passagem do duque de Bragança por Góis e na Câmara só estava a mulher da limpeza quando ele chegou. E a mulher de limpeza não era a vice.

02 julho, 2007 14:23  
Anonymous Anónimo said...

O que é o sr. engenheiro Duarte Pio a mais do que eu? Não vejo porque devesse ter sido recebido, com pompa e circunstância, pela Câmara Municipal. Se razão houvesse para comemorações sobre os 100 anos da passagem do rei D. Carlos por Góis, estas deviam ser feitas de uma maneira séria (exposições com fotografias antigas, notícias e documentos da época, ou objectos emprestados pela própria Fundação Casa de Bragança; colóquios sobre a evolução de Góis em 100 anos, ou sobre o que será Góis nos próximos 100, ou sobre a desertificação do interior, etc). Não interessam nada estes fait-divers para o povo ver passar e o séquito real ir, a seguir, comer à custa o erário público.

03 julho, 2007 21:55  
Anonymous Anónimo said...

O único problema disto tudo é que o Duarte Pio muniu-se de "amiguinhos" para o ajudarem na promoção das mentiras e na conservação do trono e, em troca, concede-lhes umas medalhinhas e honras afins.

Para que conste: a única sucessora directa da coroa portuguesa foi D. Maria Pia de Saxe Coburgo Bragança, filha do Rei D. Carlos I de Portugal com D. Maria Amélia Laredo e Murca e, consequentemente, irmã do Rei D. Manuel II.

A seu tempo a verdade virá ao de cima e cairão por terra muitos dos monárquicos que andam enganados pela falsa Causa Real Duartina.

25 fevereiro, 2008 18:34  

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