A Carta Educativa do Concelho de Góis
Na sequência das notícias vindas a público, fomos em busca de algo que matasse a nossa curiosidade, no que diz respeito ao documento em título, com a ideia de que iríamos encontrar apenas a enumeração física e localizada dos edifícios escolares do Concelho de Góis, tipo inventário do parque escolar. Engano o nosso!
Com esta espantosa facilidade que o mundo de hoje e as novas tecnologias de informação nos permitem, tivemos acesso ao célebre documento elaborado, bem documentado e orientado no sentido da explanação da realidade concelhia (triste realidade), de modo a "prever uma resposta adequada às necessidades do redimensionamento da rede escolar".
Trata-se de um "instrumento fundamental de planeamento que permite aos responsáveis desenvolver uma estratégia no sentido de: orientar o sistema educativo, tomar decisões relativamente à construção de novos equipamentos, definir prioridades, optimizar a utilização dos recursos existentes, evitar rupturas e desadequação da rede educativa".
São estas as linhas orientadoras, mencionadas no documento referido. A Carta estende-se por 135 páginas e fala: das realidades "nuas e cruas" do território concelhio (I-Parte, 2-Caracterização Sócio-Económica), enuncia o parque escolar existente; a taxa de analfabetismo; a população estudantil nos diversos níveis do ensino; as taxas de sucesso e abandono escolar e refere o esforço financeiro da Câmara Municipal para manter o funcionamento desta rede dispersa por 276 km2.
Traça depois, um diagnóstico em síntese: propondo medidas de intervenção a tomar; apontando objectivos a alcançar; não numa forma generalizada e abstracta, mas enunciando freguesia a freguesia e caso a caso. Estamos porquanto, perante um documento extremamente valioso com dados precisos e concretos, os quais vão necessitar duma actualização contínua, ano após ano, para manter a sua permanente utilidade. É um bom manual de consulta para quem se interessa por estas coisas.
Não queremos "chorar sobre o leite derramado", mas o quadro real que este documento traz até nós mostra bem, através dos números frios, a dimensão do despovoamento da nossa região o que, não sendo propriamente desconhecida, torna-a ainda mais evidente através duma estatística que nos provoca alguns engulhos: o índice de envelhecimento do Concelho é de 255,38% para os 102,25% do País; o grupo etário superior a 65 anos representa 32,4% da população concelhia (é quase um terço); a taxa de natalidade é de 5,0% para 18,6% da taxa de mortalidade. Isto são apenas alguns dos indicadores que nos deixam assustados.
Poderíamos entrar em apreciação de vários e outros indicadores sociais, e são muitos, mas como já foi mencionado, trata-se dum documento de consulta própria, pelo que, deixamos isso ao critério e ao gosto de cada um. Falta, porém, deixar expresso os nossos parabéns à Câmara Municipal de Góis pelo valioso documento que mandou aqui o justo reconhecimento à dr.ª Maria de Lurdes Castanheira por este belíssimo trabalho que elaborou, ao qual dedicou todo o seu empenhamento (adivinhamos) e agora lhe deu o rosto.
Adriano Pacheco
in Jornal de Arganil, de 26/07/2007
Com esta espantosa facilidade que o mundo de hoje e as novas tecnologias de informação nos permitem, tivemos acesso ao célebre documento elaborado, bem documentado e orientado no sentido da explanação da realidade concelhia (triste realidade), de modo a "prever uma resposta adequada às necessidades do redimensionamento da rede escolar".
Trata-se de um "instrumento fundamental de planeamento que permite aos responsáveis desenvolver uma estratégia no sentido de: orientar o sistema educativo, tomar decisões relativamente à construção de novos equipamentos, definir prioridades, optimizar a utilização dos recursos existentes, evitar rupturas e desadequação da rede educativa".
São estas as linhas orientadoras, mencionadas no documento referido. A Carta estende-se por 135 páginas e fala: das realidades "nuas e cruas" do território concelhio (I-Parte, 2-Caracterização Sócio-Económica), enuncia o parque escolar existente; a taxa de analfabetismo; a população estudantil nos diversos níveis do ensino; as taxas de sucesso e abandono escolar e refere o esforço financeiro da Câmara Municipal para manter o funcionamento desta rede dispersa por 276 km2.
Traça depois, um diagnóstico em síntese: propondo medidas de intervenção a tomar; apontando objectivos a alcançar; não numa forma generalizada e abstracta, mas enunciando freguesia a freguesia e caso a caso. Estamos porquanto, perante um documento extremamente valioso com dados precisos e concretos, os quais vão necessitar duma actualização contínua, ano após ano, para manter a sua permanente utilidade. É um bom manual de consulta para quem se interessa por estas coisas.
Não queremos "chorar sobre o leite derramado", mas o quadro real que este documento traz até nós mostra bem, através dos números frios, a dimensão do despovoamento da nossa região o que, não sendo propriamente desconhecida, torna-a ainda mais evidente através duma estatística que nos provoca alguns engulhos: o índice de envelhecimento do Concelho é de 255,38% para os 102,25% do País; o grupo etário superior a 65 anos representa 32,4% da população concelhia (é quase um terço); a taxa de natalidade é de 5,0% para 18,6% da taxa de mortalidade. Isto são apenas alguns dos indicadores que nos deixam assustados.
Poderíamos entrar em apreciação de vários e outros indicadores sociais, e são muitos, mas como já foi mencionado, trata-se dum documento de consulta própria, pelo que, deixamos isso ao critério e ao gosto de cada um. Falta, porém, deixar expresso os nossos parabéns à Câmara Municipal de Góis pelo valioso documento que mandou aqui o justo reconhecimento à dr.ª Maria de Lurdes Castanheira por este belíssimo trabalho que elaborou, ao qual dedicou todo o seu empenhamento (adivinhamos) e agora lhe deu o rosto.
Adriano Pacheco
in Jornal de Arganil, de 26/07/2007
Etiquetas: adriano pacheco, escolas, góis
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