Lamentações com 74 anos

“...em Góis nunca mais se pode fazer nada, porque Góis está morta e não há nada que a possa ressuscitar. A descrença de uns, o ‘não te rales’ de outros, levaram a nossa terra a esta situação...”

Ao começamos o nosso editorial com esta frase tão pessimista não estamos a reproduzir as lamentações de qualquer leitor de um jornal actual.

Elas foram publicadas num jornal sim, mas… na Comarca de Arganil de 17 de Junho de 1932!

Parece que em 74 anos nada mudou e que as lamentações que se ouvem hoje parecem tiradas a papel químico das de 1932.

Não é liminar porém tal conclusão. O Góis de hoje é tão completamente diferente do Góis de 1932, parecendo pois que aquela frase que transcrevemos não faz qualquer sentido.

No entanto se em 1932 e nas gerações que se seguiram, todos estivessem conformados e não houvesse vozes que denunciassem o que não estava bem, talvez o Góis de 2007 não fosse assim tão diferente do Góis de 1932.

O Góis do futuro faz-se não com as vozes louvaminhas, reverenciadoras e obrigadas mas sim com aquelas que denunciam o que está mal, incentivando as boas e saudáveis soluções.
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