sábado, 10 de março de 2007

Raízes do azulejo português

Elemento ornamental preponderante entre nós, o azulejo atingiria elevado nível estético e singular afirmação da personalidade e da originalidade portuguesas.
A nossa produção de azulejos, cujo maior esplendor se verificou nos séculos XVII e XVIII, baseou-se e seguiu três caminhos distintos, segundo José Meco: os revestimentos medievais, a produção ibero-americana e a majólica italiana difundida pela Europa.
Os azulejos medievais - os engobes - eram placas quadradas de barro vermelho com decoração impressa por moldes de madeira, causando depressões que se enchiam com argila líquida (engobe).
Excepcional importância teria a segunda via, com seu núcleo fundamental no reino da Granada e centros importantes em Málaga, Sevilha e Manises. Nos séculos XV e XVI, Portugal importou grandes quantidades de rajolas levantinas (placas para pavimentos, decoradas a azul ou azul e roxo). Provenientes de Granada e Sevilha vinham os azulejos alicatados, peças cortadas de grandes placas à picadeira (dizia-se ser com alicate e daí o nome). Também de Sevilha e de Córdova vinham as peças de corda seca, assim chamadas pela separação a traço negro de tom metálico que impedia a mistura das cores. No século XVI a corda seca foi substituída pela técnica da aresta - nome vindo das saliências que ficavam da aplicação no barro cru de moldes com reentrâncias.
Também a majólica italiana, faiança da Toscana, em especial a de reflexos metálicos, nos influenciou francamente. Vinha de Palma de Maiorca (majólica), fabricada no Levante e na Andaluzia (século XV) e os Italianos imitavam a sua técnica.
in Os Mais Belos Palácios de Portugal, Verbo


A vila de Góis possui um belo conjunto de azulejaria: a cisterna da Fonte do Pombal está revestida por belos azulejos hispano-arabes, do século XVI, originários de Sevilha. As fotos que se seguem são deste espaço.