Filarmónica Varzeense
Era domingo da paixão o dia 6 de Abril de 1902.
O tempo estava vario embora fosse primavera.
A missa paroquial celebrada pelo Padre Francisco de Carvalho Lucas, que também era presidente da junta tinha 58 anos embora com os dramas litúrgicos não tirava àquele grupo de 14 rapazes que a ela assistiram compenetrados da responsabilidade que iam assumir perante a história da Várzea.
Após a missa dirigiram-se para a porta da casa em frente e esperaram que o Sr. Carlos Maria Cortez os mandasse entrar.
Na sala já estavam os Srs. Artur Augusto Cortez, António Sousa Gomes, António da Costa Garcia e ainda o notário de Góis. Sr. Eduardo da Cunha Frias. Compareceram ainda como testemunhas, os Srs. Anselmo Rodrigues e Alexandre Barata Carneiro.
Ao notário foi dito e ele escreveu que a finalidade era formar uma sociedade com capital de 13 mil reis que tinha como nome Filarmónica Varzeense e nas seguintes condições.
A sociedade teria 14 sócios e teria como finalidade prestar serviços musicais por meio de paga.
O número de sócios poderia ir até 25 e seria administrada pelos quatro últimos indivíduos, estranhos à sociedade.
A dissolução da sociedade só se poderia efectuar quando duas terças partes o quisessem ou quando tivesse morrido a maior parte.
Se o sócio tiver que sair da terra para ganhar a vida ou a serviço da lei, poderá ser readmitido se o lugar, nos 25, não estiver preenchido.
Se alguém saísse teria direito à parte que lhe coubesse por rateio do dinheiro em cofre.
Nenhum sócio poderia fazer parte de qualquer agrupamento da mesma natureza sob pena de ter de pagar uma multa de 20 mil reis e ser riscado da sociedade.
Todos os músicos tinham obrigação de reunir para ensaio sempre que fossem convocados pele direcção ou mestre sob pena de quarenta reis por cada vez que faltassem.
Os que faltassem aos ensaios de véspera de festividade seriam punidos com a multa de 500 reis e quem faltasse às festividades pagaria 5 mil reis de multa.
As multas teriam que ser pegas dentro de cinco dias.
A sociedade não permitia que fosse tocar a manifestações políticas.
A direcção disse que assumia com as atribuições de: manter a disciplina, despedir os sócios pelo pouco zelo ou maus costumes, multar ou absolver os infractores, tendo também obrigação de arranjar casa, luz e utensílios para a sociedade.
A ele também competia arranjar festas e outras actividades, receber os lucros e dar-lhe a aplicação conveniente; contratar novo mestre e contratar músicos estreantes.
E todos assinaram dizendo assim que todos concordavam.
Tomaram-se uns copos e a música arrancou e foi vivendo com altos e baixo.
Em 1932, já tinham morrido o José Pinto Soares, António Matos Cruz, José Seco, Francisco Rodrigues Olivença, José de Matos Cruz, José Maria Carvalho e Francisco Matos Cruz e todos da direcção e não foi possível evitar que a Filarmónica cessasse as suas actividades.
Durante 36 anos exibiram-se na inauguração do telefone público e nas festas de formatura do Sr. Dr. Francisco Augusto Cortês e do Sr. Dr. Octávio Dias Garcia.
Em 1968, congregados os esforços de muitos varzeenses ressurge cheia de entusiasmo, pela mão do hábil regente Sr. Pleno.
Em 1981, sob a presidência de Sr. António Fernandes Marta, foi feita nova escritura de constituição de Sociedade por a antiga, por muitos motivos não dar existência legal a filarmónica e assim num sentido mais amplo, que só o futuro poderá apreciar passou a dominar-se Associação Desportiva Recreativa e Cultural Filarmónica Varzeense (FILVAR), em que se englobou a antiga com o seu património.
Assinavam-na além do presidente António Fernandes Marta, José de Matos Cruz, Humberto Dias de Matos, António Simões Carneiro, Mário Barata Garcia, José Rodrigues, Serafim Antunes do Nascimento, Octávio Simões Ferreira e Fernando Rodrigues Ribeiro.
É de notar que dois dos nomes são idênticos aos dois fundadores José Rodrigues e José de Matos Cruz que são netos daqueles.
O Humberto Dias de Matos, já falecido, era sobrinho do António Filipe de Matos. A família continua.
Mais de 300 executantes já passaram pela escola de música do paciente Chico Barbeiro e se fizeram bons músicos, mas a guerra de ultramar e procura de vida em outras terras, tem desfalcado implacavelmente a nossa banda.
No momento parece querer firmar-se depois de um início de ano um pouco dramático.
Voltaram alguns músicos e alguns aprendizes, quatro já tocam com geral agrado…
Outros aprendizes treinam já em instrumentos enquanto alguns se iniciam no solfejo.
Temos de aproveitar este entusiasmo contagiante para dar a banda os executantes necessários.
Mas para isso temos de arranjar dinheiro.
Todos os varzeenses têm de colaborar aumentando as suas cotas, ajudando na festa do próximo dia 10 e aplaudindo e entusiasmando os executantes nessa nobre arte a que eles se dedicaram.
in www.cm-gois.pt
O tempo estava vario embora fosse primavera.
A missa paroquial celebrada pelo Padre Francisco de Carvalho Lucas, que também era presidente da junta tinha 58 anos embora com os dramas litúrgicos não tirava àquele grupo de 14 rapazes que a ela assistiram compenetrados da responsabilidade que iam assumir perante a história da Várzea.
Após a missa dirigiram-se para a porta da casa em frente e esperaram que o Sr. Carlos Maria Cortez os mandasse entrar.
Na sala já estavam os Srs. Artur Augusto Cortez, António Sousa Gomes, António da Costa Garcia e ainda o notário de Góis. Sr. Eduardo da Cunha Frias. Compareceram ainda como testemunhas, os Srs. Anselmo Rodrigues e Alexandre Barata Carneiro.
Ao notário foi dito e ele escreveu que a finalidade era formar uma sociedade com capital de 13 mil reis que tinha como nome Filarmónica Varzeense e nas seguintes condições.
A sociedade teria 14 sócios e teria como finalidade prestar serviços musicais por meio de paga.
O número de sócios poderia ir até 25 e seria administrada pelos quatro últimos indivíduos, estranhos à sociedade.
A dissolução da sociedade só se poderia efectuar quando duas terças partes o quisessem ou quando tivesse morrido a maior parte.
Se o sócio tiver que sair da terra para ganhar a vida ou a serviço da lei, poderá ser readmitido se o lugar, nos 25, não estiver preenchido.
Se alguém saísse teria direito à parte que lhe coubesse por rateio do dinheiro em cofre.
Nenhum sócio poderia fazer parte de qualquer agrupamento da mesma natureza sob pena de ter de pagar uma multa de 20 mil reis e ser riscado da sociedade.
Todos os músicos tinham obrigação de reunir para ensaio sempre que fossem convocados pele direcção ou mestre sob pena de quarenta reis por cada vez que faltassem.
Os que faltassem aos ensaios de véspera de festividade seriam punidos com a multa de 500 reis e quem faltasse às festividades pagaria 5 mil reis de multa.
As multas teriam que ser pegas dentro de cinco dias.
A sociedade não permitia que fosse tocar a manifestações políticas.
A direcção disse que assumia com as atribuições de: manter a disciplina, despedir os sócios pelo pouco zelo ou maus costumes, multar ou absolver os infractores, tendo também obrigação de arranjar casa, luz e utensílios para a sociedade.
A ele também competia arranjar festas e outras actividades, receber os lucros e dar-lhe a aplicação conveniente; contratar novo mestre e contratar músicos estreantes.
E todos assinaram dizendo assim que todos concordavam.
Tomaram-se uns copos e a música arrancou e foi vivendo com altos e baixo.
Em 1932, já tinham morrido o José Pinto Soares, António Matos Cruz, José Seco, Francisco Rodrigues Olivença, José de Matos Cruz, José Maria Carvalho e Francisco Matos Cruz e todos da direcção e não foi possível evitar que a Filarmónica cessasse as suas actividades.
Durante 36 anos exibiram-se na inauguração do telefone público e nas festas de formatura do Sr. Dr. Francisco Augusto Cortês e do Sr. Dr. Octávio Dias Garcia.
Em 1968, congregados os esforços de muitos varzeenses ressurge cheia de entusiasmo, pela mão do hábil regente Sr. Pleno.
Em 1981, sob a presidência de Sr. António Fernandes Marta, foi feita nova escritura de constituição de Sociedade por a antiga, por muitos motivos não dar existência legal a filarmónica e assim num sentido mais amplo, que só o futuro poderá apreciar passou a dominar-se Associação Desportiva Recreativa e Cultural Filarmónica Varzeense (FILVAR), em que se englobou a antiga com o seu património.
Assinavam-na além do presidente António Fernandes Marta, José de Matos Cruz, Humberto Dias de Matos, António Simões Carneiro, Mário Barata Garcia, José Rodrigues, Serafim Antunes do Nascimento, Octávio Simões Ferreira e Fernando Rodrigues Ribeiro.
É de notar que dois dos nomes são idênticos aos dois fundadores José Rodrigues e José de Matos Cruz que são netos daqueles.
O Humberto Dias de Matos, já falecido, era sobrinho do António Filipe de Matos. A família continua.
Mais de 300 executantes já passaram pela escola de música do paciente Chico Barbeiro e se fizeram bons músicos, mas a guerra de ultramar e procura de vida em outras terras, tem desfalcado implacavelmente a nossa banda.
No momento parece querer firmar-se depois de um início de ano um pouco dramático.
Voltaram alguns músicos e alguns aprendizes, quatro já tocam com geral agrado…
Outros aprendizes treinam já em instrumentos enquanto alguns se iniciam no solfejo.
Temos de aproveitar este entusiasmo contagiante para dar a banda os executantes necessários.
Mas para isso temos de arranjar dinheiro.
Todos os varzeenses têm de colaborar aumentando as suas cotas, ajudando na festa do próximo dia 10 e aplaudindo e entusiasmando os executantes nessa nobre arte a que eles se dedicaram.
in www.cm-gois.pt
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