quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Amor escorrido, de Abílio Bandeira Cardoso

O meu carro cheira a ti
O teu suor, preso nos vidros,
Pede que lhe desenhe corações
E setas.
Dos quais se soltem gotas
Não de sangue!
Mas de mais suor
Prazer que foi
Solto em gemidos,
Carícias evaporadas,
Beijos fervidos,
Corpos fundidos
E mais desejo
Escorrido em cada gota
Que nos abandonou o corpo
Nos vagueou na alma
E se condensou nos vidros baços
Que pedem corações
Desenhados,
Que cheirem a ti.

Abílio Bandeira Cardoso

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