Na política não vale tudo(?)... (Também acho e, por isso, vou ser comedido...)
Pelos vistos vale. Vale um vereador responder, num mero artigo de opinião, a criticas dirigidas ao partido que o elegeu e a criticas dirigidas ao órgão de que faz parte… Lembrando a lei, poderia dizer que “compete ao Presidente da Câmara representar o município” e a própria câmara, só competindo aos vereadores tais poderes de representação em caso de delegação de poderes. Mas, abandonando a lei, e entrando pelo domínio da ética, será, no mínimo, de pouco bom tom ultrapassar o Presidente da Câmara, em respostas de imprensa a criticas que lhe são dirigidas, que são dirigidas ao órgão a que preside e que são dirigidas também ao partido que assumiu a sua candidatura, ainda que em desgarrado artigo de opinião isolada. A menos que os comunicados que motivaram tal artigo de opinião estejam totalmente certos e não haja o mínimo de arrumação na equipe que o PS sujeitou a sufrágio à Câmara Municipal de Góis. Certeza que veio a ser confirmada pelo próprio Presidente da Concelhia do PS quando, por meias palavras, diz que não existem problemas de confiança política daquele órgão relativamente ao Sr. Presidente de Câmara, mas que poderão existir “problemas” relativamente aos senhores vereadores do mesmo partido (socialista).
Outro reparo, merece, tal artigo de opinião, bem como um comunicado dirigido à imprensa local que partiu do Gabinete do sr. Presidente da Câmara, desta feita dirigido a um munícipe de Góis e da freguesia de Alvares, a que o seu redactor chama “freguês” (talvez por confundir as competências dos cargos que acumula – Chefe de Gabinete do Presidente de Câmara de Góis e Presidente de Junta de Alvares – sem que a ética incomode também tal acumulação), onde se disserta e se rejubila pelos direitos que possuem ao serem eleitos, quando o exemplar exercício de tais cargos há-de ser visto como um grande dever. A todos os eleitores, munícipes ou fregueses – e esse, sim, é um legado de Abril – é concedido o direito (esse sim direito) de critica e de liberdade de expressão sobre o exercício dos poderes autárquicos, não tendo de se conformar com o que discordam. Muito menos podem os eleitos arvorar-se em exclusivos detentores da opinião dos eleitores ou de maiorias eleitorais, o que os eleitores lhes emprestam é tão só legitimidade para representatividade, não assinam em nenhum momento qualquer declaração de renúncia à possibilidade de discordância com o exercício de tal poder público. “Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele”, ou terá de uivar na mesma, ainda que se disfarce de cordeiro.
Um conselho, Sr. Chefe de Gabinete: não pode e não deve utilizar o cargo que possui para responder aos seus fregueses escondendo-se na penumbra anónima de um “Gabinete da Presidência” - fica-lhe mal e pode roçar a imoralidade.
Por último, e voltando ao artigo de opinião da Srª Vereadora do PS, vir desviar as atenções das criticas que se estabelecem (e até se comprovam, em acta e no próprio artigo), sugerindo que são meras plataformas político-eleitorais, é no mínimo de pouca perspicácia, dado o distanciamento a que estamos das eleições (dois anos e meio), a menos que (também sem querer) assuma que há motivos (óbvios) para eleições intercalares…
Abílio M. Bandeira Cardoso
in Diário As Beiras, de 14/02/2007
in Jornal de Arganil, de 15/02/2007
Outro reparo, merece, tal artigo de opinião, bem como um comunicado dirigido à imprensa local que partiu do Gabinete do sr. Presidente da Câmara, desta feita dirigido a um munícipe de Góis e da freguesia de Alvares, a que o seu redactor chama “freguês” (talvez por confundir as competências dos cargos que acumula – Chefe de Gabinete do Presidente de Câmara de Góis e Presidente de Junta de Alvares – sem que a ética incomode também tal acumulação), onde se disserta e se rejubila pelos direitos que possuem ao serem eleitos, quando o exemplar exercício de tais cargos há-de ser visto como um grande dever. A todos os eleitores, munícipes ou fregueses – e esse, sim, é um legado de Abril – é concedido o direito (esse sim direito) de critica e de liberdade de expressão sobre o exercício dos poderes autárquicos, não tendo de se conformar com o que discordam. Muito menos podem os eleitos arvorar-se em exclusivos detentores da opinião dos eleitores ou de maiorias eleitorais, o que os eleitores lhes emprestam é tão só legitimidade para representatividade, não assinam em nenhum momento qualquer declaração de renúncia à possibilidade de discordância com o exercício de tal poder público. “Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele”, ou terá de uivar na mesma, ainda que se disfarce de cordeiro.
Um conselho, Sr. Chefe de Gabinete: não pode e não deve utilizar o cargo que possui para responder aos seus fregueses escondendo-se na penumbra anónima de um “Gabinete da Presidência” - fica-lhe mal e pode roçar a imoralidade.
Por último, e voltando ao artigo de opinião da Srª Vereadora do PS, vir desviar as atenções das criticas que se estabelecem (e até se comprovam, em acta e no próprio artigo), sugerindo que são meras plataformas político-eleitorais, é no mínimo de pouca perspicácia, dado o distanciamento a que estamos das eleições (dois anos e meio), a menos que (também sem querer) assuma que há motivos (óbvios) para eleições intercalares…
Abílio M. Bandeira Cardoso
in Diário As Beiras, de 14/02/2007
in Jornal de Arganil, de 15/02/2007
Etiquetas: abílio cardoso, fotografia
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