Tectos
A sumptuosidade das salas palacianas obrigava a condizente acabamento dos seus tectos e não são raros os que, por seu valor artístico, se tornaram peças principais no conjunto onde se integram.
Pelas próprias dimensões ou por motivos de ordem estética ou técnica, optou-se pelas abóbadas como remate superior das salas, variando os tipos empregados segundo os vãos e os estilos arquitectónicos. Abóbadas de berço, de aresta, de barrete de clérigo, de cruzaria de ogivas, são das que mais encontramos, em grande parte discretamente ou mesmo nada ornamentadas, pois a própria beleza das suas linhas e superfícies dispensam adornos.
Em contrapartida, o preciosismo decorativo leva a dar-se o nome de tectos ricos a alguns outros como os de alfarge, complexo entrelaçado geométrico de molduras em arabescos, típico da marcenaria mulçumana, que se manteve durante o largo tempo do mudejarismo - arte árabe em teritório cristão. Também tectos ricos são os artesoados, isto é, ornados com artesãos, molduras lavradas e em muitos casos pintadas ou em talhas com douramentos, especialmente os de caixotões, vigamentos à vista e com serrafos perpendiculares, formando painéis quadrangulares ou poligonais. Existem numerosos tectos de caixotões talhados em pedra.
Muitos outros tipos de tectos valorizam os nossos palácios - por exemplo, os de vigas à vista e os sanqueados que se ligam às paredes por sancas, normalmente usadas como cavada moldura que guarnece a superfície central pintada ou estucada. Austero e belo o tecto masseira, tão do gosto portugês, a partir do século XVII, é aconchado, como um tabuleiro de amassar pão, ou uma gamela de boca para baixo.
in Os Mais Belos Palácios de Portugal, Verbo
Pelas próprias dimensões ou por motivos de ordem estética ou técnica, optou-se pelas abóbadas como remate superior das salas, variando os tipos empregados segundo os vãos e os estilos arquitectónicos. Abóbadas de berço, de aresta, de barrete de clérigo, de cruzaria de ogivas, são das que mais encontramos, em grande parte discretamente ou mesmo nada ornamentadas, pois a própria beleza das suas linhas e superfícies dispensam adornos.
Em contrapartida, o preciosismo decorativo leva a dar-se o nome de tectos ricos a alguns outros como os de alfarge, complexo entrelaçado geométrico de molduras em arabescos, típico da marcenaria mulçumana, que se manteve durante o largo tempo do mudejarismo - arte árabe em teritório cristão. Também tectos ricos são os artesoados, isto é, ornados com artesãos, molduras lavradas e em muitos casos pintadas ou em talhas com douramentos, especialmente os de caixotões, vigamentos à vista e com serrafos perpendiculares, formando painéis quadrangulares ou poligonais. Existem numerosos tectos de caixotões talhados em pedra.
Muitos outros tipos de tectos valorizam os nossos palácios - por exemplo, os de vigas à vista e os sanqueados que se ligam às paredes por sancas, normalmente usadas como cavada moldura que guarnece a superfície central pintada ou estucada. Austero e belo o tecto masseira, tão do gosto portugês, a partir do século XVII, é aconchado, como um tabuleiro de amassar pão, ou uma gamela de boca para baixo.
in Os Mais Belos Palácios de Portugal, Verbo
O edifício da Câmara Municipal de Góis tem o seu interesse principal nos tectos de algumas salas, construídos em castanho e ornamentados com pinturas. O da sala nobre é apainelado, com molduras sobrecarregadas, enquadrando as decorações. Num quarto ao lado, o tecto com molduras mais sóbrias e os painéis (século XVII), em que estão representadas cenas do Velho Testamento, conservam um colorido tão fino que consegue fazer esquecer o amaneirado das figuras e da paisagem.
in Guia de Portugal
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