Vila Nova do Ceira foi cantar a Lisboa
Apesar da sua já provecta idade, José de Matos Cruz "agarrou" ainda a direcção da Comissão de Lisboa de Propaganda e Melhoramentos em Vila Nova do Ceira com coragem e determinação, disposto a fazer coisas após alguns anos de inactividade da colectividade. As Várzeas constituem uma freguesia importante do concelho de Góis, com gente determinada e capaz de dar vida à sua Comissão de Melhoramentos.
A Comissão tem um passado honroso que merecia continuidade. Os seus associados sempre demosntraram que sentiam a necessidade de se juntar para fazer coisas, que um homem só por si não pode fazer. Depois, há a solidariedade e o convívio que fazem parte da boa convívência, de uma vida em sociedade que é a continuação da família de que as pessoas não podem prescindir.
Após o encontro em Vila Nova do Ceira no fim do Verão passado, pensou e muito bem o presidente da direcção da colectividade promover um novo encontro, agora em Lisboa. E para isso, o melhor local seria sem dúvida, a Casa do Concelho de Góis, a que sempre estiveram ligados muitos e dedicados varzeenses. E para esse encontro de conterrâneos, pensou-se na vinda de uma embaixada de varzeenses que trouxeram consigo um grupo musical de muita qualidade - o Grupo de Músicas e Cantares Tradicionais das Várzeas.
E pelo que se viu e ouviu, ficou-se consciente de que há ali cultura e saber, imprescindíveis para fazer coisa de qualidade. São seis tocadores, todos com instrumentos de cordas e seis mulheres que cantam, mais uma que é porta-voz e acompanha no mini-bombo. Com uma ou outra voz masculina para ajudar ao coro. É um grupo simpático que é agadável ouvir, que tem por detrás (ou à sua frente) um homem que se dedicou a uma causa com o conhecimento suficiente para mobilizar o grupo e lhe dar a qualidade que se exige nestas coisas, com a certeza de que em todas as idades da vida se podem utilizar os tempos livres para fazer coisas úteis e agradáveis - o sr. eng. Adriano Baeta Garcia.
De Vila Nova do Ceira veio uma meia centena de pessoas, número que os varzeenses de Lisboa dobrou pelo menos duas vezes, enchendo a Casa como raramente acontece.
A propósito de um magusto, houve convívio, boa música, bonitas canções populares a recordar o Mondego e Coimbra, a nossa cidade de"doutores e amores", e para todos houve no fim um bom jantar em mesas que tiveram que se estender até à porta para que todos pudessem sentar-se.
Foi um encontro muito agardável, bem demonstrativo do que é o Regionalismo, esse movimento de solidariedade, de convívio e desenvolvimento da nossa terra, que sempre motivou aqueles provincianos que emigram para Lisboa (ou para qualquer outra parte do país ou do mundo) mas nunca deixaram de estar ligados aos seus locais de origem.
* * *
A música é uma arte antiga e sublime, muito ligada à poesia e ao canto, que as pessoas começaram a usar, matinalmente embaladas pelo vento e pela chuva, pelas águas dos rios e pelo canto das aves, ou pela Primavera que todos os anos faz renascer a vida das plantas e das árvores em milagre da criação que transforma os troncos nús em flores e em fruto.
Gente simples de locais distantes dos grandes centros de cultura foram criando e aperfeiçoando ao longo dos tempos conjuntos musicais e filarmónicas, que constituem hoje as mais antigas manifestações culturais entre povos remotos, algumas com mais de um século de vida.
E têmo-las por aí, como em Vila Nova do Ceira, a dar boa conta de si, constituindo instituições que honram as suas terras, impulsionando o gosto pela música.
Vieram depois as Tunas, que mais não são do que grupos musicais em que predominam os mais vulgares instrumentos de corda, com o gosto refinado pela boa música. Os cantos tradicionais das Várzeas (de que talvez seja um exemplo os ranchos de sachadeiras do milho), encontram neste Grupo um bom repositório.
Estou convencido de que este Grupo de Vila Nova do Ceira vai ter história porque tem qualidade.
António Lopes Machado
in A Comarca de Arganil, de 28/11/2006
A Comissão tem um passado honroso que merecia continuidade. Os seus associados sempre demosntraram que sentiam a necessidade de se juntar para fazer coisas, que um homem só por si não pode fazer. Depois, há a solidariedade e o convívio que fazem parte da boa convívência, de uma vida em sociedade que é a continuação da família de que as pessoas não podem prescindir.
Após o encontro em Vila Nova do Ceira no fim do Verão passado, pensou e muito bem o presidente da direcção da colectividade promover um novo encontro, agora em Lisboa. E para isso, o melhor local seria sem dúvida, a Casa do Concelho de Góis, a que sempre estiveram ligados muitos e dedicados varzeenses. E para esse encontro de conterrâneos, pensou-se na vinda de uma embaixada de varzeenses que trouxeram consigo um grupo musical de muita qualidade - o Grupo de Músicas e Cantares Tradicionais das Várzeas.
E pelo que se viu e ouviu, ficou-se consciente de que há ali cultura e saber, imprescindíveis para fazer coisa de qualidade. São seis tocadores, todos com instrumentos de cordas e seis mulheres que cantam, mais uma que é porta-voz e acompanha no mini-bombo. Com uma ou outra voz masculina para ajudar ao coro. É um grupo simpático que é agadável ouvir, que tem por detrás (ou à sua frente) um homem que se dedicou a uma causa com o conhecimento suficiente para mobilizar o grupo e lhe dar a qualidade que se exige nestas coisas, com a certeza de que em todas as idades da vida se podem utilizar os tempos livres para fazer coisas úteis e agradáveis - o sr. eng. Adriano Baeta Garcia.
De Vila Nova do Ceira veio uma meia centena de pessoas, número que os varzeenses de Lisboa dobrou pelo menos duas vezes, enchendo a Casa como raramente acontece.
A propósito de um magusto, houve convívio, boa música, bonitas canções populares a recordar o Mondego e Coimbra, a nossa cidade de"doutores e amores", e para todos houve no fim um bom jantar em mesas que tiveram que se estender até à porta para que todos pudessem sentar-se.
Foi um encontro muito agardável, bem demonstrativo do que é o Regionalismo, esse movimento de solidariedade, de convívio e desenvolvimento da nossa terra, que sempre motivou aqueles provincianos que emigram para Lisboa (ou para qualquer outra parte do país ou do mundo) mas nunca deixaram de estar ligados aos seus locais de origem.
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A música é uma arte antiga e sublime, muito ligada à poesia e ao canto, que as pessoas começaram a usar, matinalmente embaladas pelo vento e pela chuva, pelas águas dos rios e pelo canto das aves, ou pela Primavera que todos os anos faz renascer a vida das plantas e das árvores em milagre da criação que transforma os troncos nús em flores e em fruto.
Gente simples de locais distantes dos grandes centros de cultura foram criando e aperfeiçoando ao longo dos tempos conjuntos musicais e filarmónicas, que constituem hoje as mais antigas manifestações culturais entre povos remotos, algumas com mais de um século de vida.
E têmo-las por aí, como em Vila Nova do Ceira, a dar boa conta de si, constituindo instituições que honram as suas terras, impulsionando o gosto pela música.
Vieram depois as Tunas, que mais não são do que grupos musicais em que predominam os mais vulgares instrumentos de corda, com o gosto refinado pela boa música. Os cantos tradicionais das Várzeas (de que talvez seja um exemplo os ranchos de sachadeiras do milho), encontram neste Grupo um bom repositório.
Estou convencido de que este Grupo de Vila Nova do Ceira vai ter história porque tem qualidade.
António Lopes Machado
in A Comarca de Arganil, de 28/11/2006
Etiquetas: vila nova do ceira
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