A Vila de Góis
As verdes margens, o rio Ceira, o casario da vila transmitem uma sensação de tranquilidade protegida por altos montes quase circundantes. Para sul encontra-se escalvado, o vertical Penedo de Góis, que atinge uma altitude superior aos mil metros.
Com mais de 8 séculos de existência, a Vila de Góis está situada a 40 km de Coimbra, num vale (Vale do Ceira) estreito e profundo, entre as serras do Carvalhal e do Rabadão, tendo, actualmente cerca de 6000 habitantes.
Terras fertéis, ricos aluviões de ouro e variadas minas fixaram povos nesta região muito antes da civilização romana. Das explorações mineiras romanas, especialmente das de ouro, há numerosos vestígios por estes montes e naturalmante naquela época levantou-se povoado e protecção militar. É possível que os vestígios de uma fortificação rectangular torreada nos ângulos, situada na Quinta da Capela, próximo da vila - segundo o bem documentado Arquivo Histórico de Góis, de 1957 -, correspondam à defesa do seu centro de recolha de minério e administração da zona mineira romana.
Com a estabelização dos invasores germânicos nova povoação teria sido edificada no sítio conhecido por Góis Velho, junto à antiga Forca. Mais tarde arrasada - invasão árabe?, reconquista cristã? - para nascer no local definitivo quando D. Teresa e seu filho, o infante D. Afonso Henriques, fazem a doação do castelo e terras em volta a D. Anião (ou Analo) Vestariz, Trastares ou Estrada e sua mulher Hermesinda, em 1114. Tal castelo seria possivelmente a primitiva fortificação romana, mais ou menos modificada e depois totalmente destruída.
Existem muitas incógnitas sobre os tempos anteriores pela pouca documentação sobrevivente a tantas dispersões e destruições sofridas pelos arquivos. De certaza certa o que se sabe é ter nascido a nova Góis antes da fundação do Reino e ter sido depois e durante largo tempo o seu senhorio motivo de disputas, pelo muito que representava.
Foi com o 7.º Senhor de Góis que se iniciou a Casa e Morgado de Goes. O Foral de Góis data de 1516, concedido por D. Manuel I. Nesta altura, D. Luiz da Silveira desenvolveu diversas obras que constituem hoje património de relevo na Vila.
Massacrada pelos franceses de Napoleão e durante as lutas liberais, com todo o sudário de roubos, incêndios, destruições e violações de muita espécie, Góis voltou a ser o que sempre foi - uma das mais belas vilas de Portugal.
O senhorio de Góis termina em 1832 quando D. Mouzinho da Silveira extingue os forais, ocorrendo por esta altura também a extinção da Comarca de Góis.
No conjunto arquitectónico, Góis tem vários monumentos, entre os quais a Igreja Matriz; a Ponte Manuelina (chamada Ponte Real até ao século XIX), uma estrutura viária de grande importância com 3 arcos, mandada construir por D. João III; os tectos apainelados dos Paços do Concelho, são uma obra de grande valor artístico onde estão representadas figuras bíblicas e de fantasia, são considerados igualmente monumento nacional; o Castelo de Góis, é igualmente um local onde a história e a beleza paisagística se entrecruzam, obtendo uma linda panorâmica da Vila, num horizonte muito alargado.
O presente de Góis é uma realidade que se saúda: o conjunto de acções e investimentos realizados nestes últimos anos na Vila, permite que os seus habitantes e visitantes desfrutem de um moderno Parque de Campismo, das Praias Fluviais, do Parque do Cerejal, do Cerro da Candosa e do Penedo de Góis, que são indispensáveis à valorização e ao desenvolvimento da Vila.
Em redor de Góis um vale de sonho, convida para um passeio, cruzando pontes centenárias, paisagens bucólicas, onde o socalco é rei e esbeltas florestas pelas Serras do Rabadão e do Carvalhal, ou por recantos onde salta o rio com eterna impetuosidade, sobre a majestosa fraga na qual se ergue a Ermida da Nossa Senhora da Candosa.
A Natureza fez de Góis o encontro perfeito entre o Rio e a Montanha.
Etiquetas: fotografia, góis
2 Comments:
pena que n se aproveitem as potencialidades da região. Somos tão ricos e tão pobres nisso!
pena que n se aproveitem as potencialidades da região. Somos tão ricos e tão pobres nisso!
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