quinta-feira, 16 de novembro de 2006

O direito ao descanso

Para além das merecidas férias, todos temos direito ao descanso.
Em meados do século XX, alguns cientistas previam que: "tendo em conta o progresso tecnológico, os operários do ano 2000 apenas terão que trabalhar três ou quatro horas por dia".
Isso seria possível se a tecnologia disponível estivesse ao serviço dos trabalhadores e não das empresas, apenas, como é o caso.
Se todos trabalhássemos apenas três ou quatro horas por dia, como tinha sido previsto, não haveria desemprego, havia mais tempo para a família, havia menos stress, havia mais qualidade de vida, maior motivação para o trabalho e maior produção. Isto só não acontece, porque os trabalhadores pouco beneficiam com o enorme avanço tecnológico dos últimos tempos, continuam escravos do trabalho, enquanto as grandes empresas, beneficiando da tecnologia, produzem cada vez mais, com menos trabalhadores. Por outro lado, está provado que não é por trabalhar mais que se vive melhor.
Segundo alguns cientistas:" o trabalho faz mal à saúde, faz mal à cultura e à ciência, faz mal aos nossos filhos, faz mal à sociedade e não é por se trabalhar mais horas que se consegue melhores resltados." Porém, se alguém disse que não gosta de trabalhar, isso é quase uma heresia, porque esta sociedade de consumo, que nos consome, obriga-nos a trabalhar cada vez mais.
A Sociologia diz-nos que devemos trabalhar, mas quando nos mandam trabalhar cada vez mais e até mais tarde (por este andar, qualquer dia temos que ir trabalhar de muletas), isso não é justo. O que é justo é dar trabalho a quem nada faz.
Os sindicatos e alguns partidos políticos lutam pelo direito ao trabalho, esquecendo o direito ao descanso e ao bem-estar dos trabalhadores. Batem-se pelo aumento dos salários e esquecem a redução dos horários, o bom ambiente e os descansos periódicos durante o trabalho, os ginásios e outros benefícios, aos quais, os trabalhadores deviam ter direito. Ou seja: o bem-estar fisíco e psicológico de quem trabalha.
" O tempo de maior produção, não é quando trabalhamos, ma quando paramos para pensar".
José Rodrigues
in O Varzeense, de 15/11/2006

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