sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Ardes-me no peito como fogo bravo
um calor que me chega a sofocar
nó de garganta com que nao sei lutar
luta de desejos que já nem travo

cedo no instante em que me cravo
em ti como punhal de raio de luar
que em teu cabelo sempre vai brilhar
cedo a tua boca no beijo escravo

Ardes como fogo e ferida aberta
num peito que se abre à hora certa
pra te recolher sem que dele hajas saído

Ardes em paixão de cinzas não coberta
nada se extingue nem é diminuido
no fogo de amor... em desejo construído

Abílio Bandeira Cardoso

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