terça-feira, 14 de abril de 2009

Recriação da tradição do Enterro do Bacalhau em Góis

Pelo terceiro ano consecutivo, o Grupo de Escoteiros 74 de Góis levou a efeito o Enterro do Bacalhau, na sexta-feira santa, iniciativa que incluiu a apresentação de uma peça teatral pelos escoteiros e alguns populares que recriaram uma tradição que já não se realizava há cerca de 50 anos, e que visa marcar o final da Quaresma e da altura do Jejum, dando lugar à Páscoa. As principais personagens são o bacalhau, a Páscoa, a Quaresma, o advogado de defesa, o advogado de acusação, as testemunhas, e o juíz, que, após ouvir todos os intervenientes, decidiu condenar o bacalhau à pena de morte, passando a ser permitido comer carne.
“Foi uma tentativa do grupo fazer alguma coisa para agradecer à população de Góis que nos tem apoiado”, revelou ao RCA NOTICIAS a chefe dos Escoteiros, contando que a ideia de realizar esta iniciativa surgiu há três anos, “através de um senhor que já tinha feito o Enterro do Bacalhau”. “Entregou-nos os textos e nós prometemos não deixar morrer esta tradição”, realçou Sandra Marques, adiantando que este ano foi feita uma alteração no texto, já que “Clarisse Sanches fez quadras com coisas mais modernas”.
O objectivo é “fechar de forma popular a vinda da carne e da Páscoa”, enalteceu, frisando que “segundo o que se conta, há mais de 50 anos que já não se fazia esta recriação”. Tendo em conta a antiguidade desta tradição, o Grupo de Escoteiros 74 de Góis teve algumas dificuldades em saber como este evento era feito, uma vez que “só tínhamos um texto e faltavam alguns passos”, frisou a chefe dos escoteiros. De acordo com Sandra Marques, “isto não é propriamente um teatro, é uma brincadeira que passa por ser um convívio”, afirmou, explicando que as personagens são feitas pelos próprios escoteiros e por alguns populares, apesar de inicialmente participarem apenas as pessoas mai velhas e a chefia do grupo.
“Este ano temos alguns escoteiros a entrar para ver se começam a aprender e a ficar com o gosto pela tradição”, disse ao RCA NOTICIAS a chefe do Grupo 74 de Góis, realçando que os diálogos não são fáceis de decorar, uma vez que se apresentam em quadras. “As testemunhas são aquelas que criam mais animação”, referiu, explicando ainda que este ano a peça contou com a participação de uma personagem que fez alusão à realidade, o “Obama”, que, tentando levar uma mensagem de esperança, “foi tentar fazer com que o bacalhau não morresse porque já chega de guerras”.
Refira-se que depois do bacalhau ter sido condenado à morte, as personagens, acompanhadas pela população numa procissão, deslocaram-se até ao castelo de Góis onde o bacalhau foi enforcado e foi oferecido pão com chouriço a todos os presentes, de forma a simbolizar a permissão de comer carne. Para além desta simbologia, a recriação do Enterro do Bacalhau permite, tal como antigamente, fazer algumas críticas à sociedade actual, sendo que através dos textos transmitidos é possível fazer “a libertação do povo”.
Segundo Sandra Marques, “o próprio bacalhau queixou-se que estava no desemprego”, sendo esta uma das temáticas abordadas, assim como a questão da crise que se tem feito sentir e a justiça feita no país. Nesta ocasião, a chefe do Grupo de Escoteiros congratulou-se pelo facto da sede da Associação Educativa e Recreativa de Góis ter estado repleta de pessoas para assistir a este evento, que, inicialmente, era para ter lugar no Largo do Pombal, mas por questões climatéricas o espaço teve de ser alterado. “Sentimos que a população de Góis nos apoia muito”, reforçou, adiantando que depois desta actividade vocacionada para a população de Góis, o Grupo de Escoteiros vai desenvolver actividades escotistas, estando disponível também para ajudar “os bombeiros ou associações locais”.
Em declarações ao RCA NOTICIAS, a chefe dos escoteiros, que contou que neste momento fazem parte do grupo cerca de 70 elementos, na maioria da freguesia de Góis, recordou que o principal projecto é a criação de uma sede. “Já temos algumas verbas mas falta bastante para termos um espaço digno”, lamentou, esclarecendo que actualmente o grupo utiliza um espaço cedido pela ADIBER para realizar as actividades escotistas, tendo feito os ensaios para apresentação desta peça teatral numa das salas dos Bombeiros Voluntários de Góis. Para já, o grupo possui, durante 20 anos, um terreno cedido por um particular, onde se encontra “uma casa que precisa de ser reconstruída”, projecto que poderá vir a ser concretizado “daqui a dois anos”.
À população de Góis e entidades locais, Sandra Marques apelou para que “apoiem mais a juventude e os adultos que estão com a juventude”, confessando que “sentimos um grande cansaço”. A chefe dos Grupo de Escoteiros 74 de Góis deixou ainda algumas palavras de reconhecimento pelo trabalho “espectacular” desenvolvido pela chefia.
in www.rcarganil.com

Etiquetas: ,

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bacalhau quer alho.

14 abril, 2009 22:35  
Anonymous Anónimo said...

é o melhor tempero

14 abril, 2009 22:43  
Anonymous Anónimo said...

Não andará o chefe Tozé--Mourão a bater-se para ser candidato á junta de freguesia de Góis?.

15 abril, 2009 14:38  
Anonymous Anónimo said...

quem comer alho fica rijo com um pero

15 abril, 2009 22:11  
Anonymous Anónimo said...

Cuidado com Miguel Mourão
Ele sabe trabalhar bem nos votos mas eu agora não deixo ele fazer batota.
Vou levar bacalhau e alho e pimenta

16 abril, 2009 20:09  
Anonymous Anónimo said...

Leva-lhe antes o BIBI que ele gosta é de salpicão

17 abril, 2009 11:18  
Anonymous Anónimo said...

O Miguel agora anda sempre a guardar a dra Lurdes,porqe será ?
Anda todo com muita banga nini.
Um abraço
atenção com os votos ele e um autentico Ronaldo a colocar votos na urna,até os mortos votam.
É como no tempo do SALAZR,não sei como ele aprendeu aquilo mas ninguem chega aos calcanhares do rapaz é mesmo bom

21 abril, 2009 02:00  

Enviar um comentário

<< Home