Desvendado o Segredo da Mala Perdida
Há um ano, a Agência Lusa divulgava em nota de imprensa, que o responsável pelo acervo do Museu Regional de Arqueologia de Arganil, Professor Doutor João de Castro Nunes, havia denunciado o desaparecimento de peças militares do período romano.
Segundo a agência noticiosa, em Janeiro de 2008, o “responsável e proprietário do acervo, denunciou também o desaparecimento de uma valiosa ara romana dedicada à divindade da indígena ilurbeda e proveniente do Concelho de góis” o que o terá levado a apresentar uma queixa crime, depois de peritagem de peritos do Ministério da Cultura.
Dado que os factos se reportavam ao mandato do Engº Rui Silva na presidência da Câmara Municial de Arganil, tanto ele como o então vereador do pelouro da Cultura, Mário Vale, foram constituídos arguidos, no processo que agora se encerrou.
Contactado pelo Jornal de Arganil, o então Presidente da Câmara que havia preferido manter o silêncio enquanto decorria o Inquérito do Magistério Público, declarou que durante o seu primeiro mandato” foi descoberto nas instalações do Municipio, o inventário do espólio da Lomba do Canho, ao que se constatou e confirmou, faltarem peças do espólio que deveriam estar no Museu Municipal”. Assim, recorda Rui Silva, o Professor Doutor Castro Nunes foi contactado e, ”após insistentes diligências”, entregou-as a Professora Doutora Regina Anacleto, em 2002, a fim de serem devolvidas ao Museu Municipal o que se veio a verificar, “já durante o meu segundo mandato” tendo as caixas onde se encontravam sido imediatamente depositadas num cofre do Banco Millenium, alugado para o efeito. “Nem sequer foram abertas”, afirma, “pois não havia condições de segurança para o espólio ser colocado no Museu, por estar devidamente acondicionado e não existir nenhuma relação escrita do mesmo”.
Sobre o assunto, em sessão de Câmara Municipal datada de 1 de Abril de 2008, o actual Vereador do Pelouro da Cultura, Dr. António Cardoso, como pode ler-se na respectiva acta, esclareceu que recebeu pessoalmente o Professor Castro Nunes e que perante a afirmação que o anterior Executivo lhe havia negado o acesso ao espólio “Nesse mesmo dia fomos ao Museu” e de seguida ao Banco Milleniem onde as caixas foram abertas. Quanto a uma mala com peças que tinham ido para Lisboa para uma exposição, também ela foi encontrada. Assim, pode ler-se na acta da reunião, “Analisado tudo o que estava na pasta, o Dr. Castro Nunes concluiu que ia confrontar com os seus dados, mas que em principio estava tudo e, disse-o à frente das próprias folhas e da funcionária da Câmara”. Neste contexto, o vereador António Cardoso solicitou que o processo que estava a decorrer contra o Dr. Rui Silva, Mário Vale e Drª Regina Anacleto fosse retirado, ao que Castro Nunes “respondeu que não, uma vez que se tinham negado a mostrar tudo isto e foi-se embora”. Dias mais tarde, esclarece o vereador, voltou a pedir o acesso ao espólio que lhe foi negado “uma vez que estava o processo em Tribunal, e deveria ser o Tribunal a solicitá-la”.
Mais tarde foram indigitados pelo Tribunal dois peritos tendo-se concluido “que havia muito mais peças do que aquelas que o Dr. João de Castro Nunes tinha fotografado numa exposição anterior e que tinha apresentado em Tribunal”. Perante isto, pode ler-se na acta que temos vindo a citar, Dr. António Cardoso “foi com espanto que vimos no jornal que a “Ara Romana” tinha desaparecido. Essa “Ara não consta daquilo que era necessário verificar na vistoria”.
Na mesma reunião a que nos estamos a reportar, o actual Presidente da Câmara Municipal, Engº Pereira Alves, deixou exarado em acta “sobre esta matéria, quero dizer, em primeiro lugar, que o espólio que existia é o que existe hoje. Em segundo lugar, dizer que as ofensas aos executivos anterior e actual, são à Câmara e devo dizer que se há matérias em que estou de acordo com o anterior executivo, é nesta; acho que tomaram as medidas que deveriam ser tomadas”.
Passado um ano sobre estes factos, foi a vez do Tribunal se pronunciar em 16 de Janeiro passado - “Da factualidade apurada resulta, à evidência, que nenhuma responsabilidade jurídico-penal pode ser imputada a qualquer título, aos arguidos”. Também a Drª Regina Anacleto foi completamente ilibada.
Apesar de aliviado pela clarificação deste caso, o Engº Rui Silva não deixa de lamentar que o actual executivo, “conhecendo o desenvolvimento do processo e sabendo das suspeitas que estavam a ser levantadas em Tribunal e na praça pública, não ter tentado esclarecer a verdade, preservando a dignidade das pessoas envolvidas”. Considera que os constituídos arguidos “mais não fizeram que defender o património do Munícipio, caso contrário”, conclui, “o referido espólio poderia ainda não se encontrar na sua posse.”
in Jornal de Arganil, edição electrónica
Segundo a agência noticiosa, em Janeiro de 2008, o “responsável e proprietário do acervo, denunciou também o desaparecimento de uma valiosa ara romana dedicada à divindade da indígena ilurbeda e proveniente do Concelho de góis” o que o terá levado a apresentar uma queixa crime, depois de peritagem de peritos do Ministério da Cultura.
Dado que os factos se reportavam ao mandato do Engº Rui Silva na presidência da Câmara Municial de Arganil, tanto ele como o então vereador do pelouro da Cultura, Mário Vale, foram constituídos arguidos, no processo que agora se encerrou.
Contactado pelo Jornal de Arganil, o então Presidente da Câmara que havia preferido manter o silêncio enquanto decorria o Inquérito do Magistério Público, declarou que durante o seu primeiro mandato” foi descoberto nas instalações do Municipio, o inventário do espólio da Lomba do Canho, ao que se constatou e confirmou, faltarem peças do espólio que deveriam estar no Museu Municipal”. Assim, recorda Rui Silva, o Professor Doutor Castro Nunes foi contactado e, ”após insistentes diligências”, entregou-as a Professora Doutora Regina Anacleto, em 2002, a fim de serem devolvidas ao Museu Municipal o que se veio a verificar, “já durante o meu segundo mandato” tendo as caixas onde se encontravam sido imediatamente depositadas num cofre do Banco Millenium, alugado para o efeito. “Nem sequer foram abertas”, afirma, “pois não havia condições de segurança para o espólio ser colocado no Museu, por estar devidamente acondicionado e não existir nenhuma relação escrita do mesmo”.
Sobre o assunto, em sessão de Câmara Municipal datada de 1 de Abril de 2008, o actual Vereador do Pelouro da Cultura, Dr. António Cardoso, como pode ler-se na respectiva acta, esclareceu que recebeu pessoalmente o Professor Castro Nunes e que perante a afirmação que o anterior Executivo lhe havia negado o acesso ao espólio “Nesse mesmo dia fomos ao Museu” e de seguida ao Banco Milleniem onde as caixas foram abertas. Quanto a uma mala com peças que tinham ido para Lisboa para uma exposição, também ela foi encontrada. Assim, pode ler-se na acta da reunião, “Analisado tudo o que estava na pasta, o Dr. Castro Nunes concluiu que ia confrontar com os seus dados, mas que em principio estava tudo e, disse-o à frente das próprias folhas e da funcionária da Câmara”. Neste contexto, o vereador António Cardoso solicitou que o processo que estava a decorrer contra o Dr. Rui Silva, Mário Vale e Drª Regina Anacleto fosse retirado, ao que Castro Nunes “respondeu que não, uma vez que se tinham negado a mostrar tudo isto e foi-se embora”. Dias mais tarde, esclarece o vereador, voltou a pedir o acesso ao espólio que lhe foi negado “uma vez que estava o processo em Tribunal, e deveria ser o Tribunal a solicitá-la”.
Mais tarde foram indigitados pelo Tribunal dois peritos tendo-se concluido “que havia muito mais peças do que aquelas que o Dr. João de Castro Nunes tinha fotografado numa exposição anterior e que tinha apresentado em Tribunal”. Perante isto, pode ler-se na acta que temos vindo a citar, Dr. António Cardoso “foi com espanto que vimos no jornal que a “Ara Romana” tinha desaparecido. Essa “Ara não consta daquilo que era necessário verificar na vistoria”.
Na mesma reunião a que nos estamos a reportar, o actual Presidente da Câmara Municipal, Engº Pereira Alves, deixou exarado em acta “sobre esta matéria, quero dizer, em primeiro lugar, que o espólio que existia é o que existe hoje. Em segundo lugar, dizer que as ofensas aos executivos anterior e actual, são à Câmara e devo dizer que se há matérias em que estou de acordo com o anterior executivo, é nesta; acho que tomaram as medidas que deveriam ser tomadas”.
Passado um ano sobre estes factos, foi a vez do Tribunal se pronunciar em 16 de Janeiro passado - “Da factualidade apurada resulta, à evidência, que nenhuma responsabilidade jurídico-penal pode ser imputada a qualquer título, aos arguidos”. Também a Drª Regina Anacleto foi completamente ilibada.
Apesar de aliviado pela clarificação deste caso, o Engº Rui Silva não deixa de lamentar que o actual executivo, “conhecendo o desenvolvimento do processo e sabendo das suspeitas que estavam a ser levantadas em Tribunal e na praça pública, não ter tentado esclarecer a verdade, preservando a dignidade das pessoas envolvidas”. Considera que os constituídos arguidos “mais não fizeram que defender o património do Munícipio, caso contrário”, conclui, “o referido espólio poderia ainda não se encontrar na sua posse.”
in Jornal de Arganil, edição electrónica
Etiquetas: góis, joão de castro nunes
6 Comments:
Mas afinal vamos lá esclarecer.
A "Ara" existia, não existia ou deixou de existir?
Se existia e agora já não existe deve ter-se evaporado ou será feita de material que não evapora?
Se não existia porque razão se falou dela?
Se deixou de existir ...
Bem contem lá bem como foi para podermos ajuizar ...
AH! e já agora onde pára o brinco de ouro encontrado, salvo erro, na Ribeira de Piães (de Góis concerteza)?
Estas e outras peças devm ficar mesmo bem no Museu de Góis, assim que esteja pronto claro ...
A ara existia mesmo que eu lembro-me bem de a ver exposta no tal museu regional de Arganil. Já lá vão muitos anos mas foi em Arganil que tive conhecimento da existência de material arqueológico com origem em Góis. Agora parece que o velhote já não diz coisa com coisa, nem sabe onde estão as peças andam, nem quantas são, nem o que são. Parece que os relatórios e as fotografias não batem certo! Enfim, uma trapalhada que nem o tribunal deslindou. Também o que é que estavam à espera?...
Ó seu filho de uma égua, olha que o "velhote" para ti ainda chega!
Querias o brinco, era? "Ó Evaristo, toma lá disto!"
Da tua "conclusão, senhor BARRACA ABANA, digo, engº Silva, cabe-me a mim concluir que efectivamente, em nome da Câmara Municipal de Arganil, te "apossate indevidamente do que não te pertencia. Pura roubalheira! Logicamente, não há volta a dar-lhe.
Vamos lá Goienses. Vamos exigir o que é NOSSO (do Concelho).
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