sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Padre António Barata Reis

29-09-2003 - cinco anos passaram e na memória ficou a imagem do trabalho, dedicação e coragem nos locais por onde passou… A família lembra assiduamente uma das suas mais importantes referências…
Como padre começou, em 1959, sendo ajudante do Pe. José Marques dos Santos em Seixo da Beira e Ervedal da Beira. Esteve como pároco em Pomares e depois em Góis onde foi, também, um dos primeiros professores da telescola, por coincidência, na sede do seu concelho de nascido. Esteve em Vila Cabral e Vila Nova Freixo (Moçambique) onde ainda hoje se encontram algumas obras de sua responsabilidade. Ali trabalhou com sua Exia. Reverendíssima Sr. D. Eurico Dias Nogueira.
Quando regressou de África paroquiou Figueira do Lorvão (Penacova), Vila Facaia, Vila Nova do Ceira, Portela do Fojo e Machios, localidades onde deixou muitas amizades e quando por ali passo, e o seu nome vem à conversa, existem muitas saudades de quem lidou com ele.
Apesar de todo o trabalho nas freguesias onde passou conseguiu a Licenciatura em História.
Os últimos vinte anos da sua vida foram de grande sofrimento, por doença irreversível, mas doente e mesmo muito doente nunca deixou de cumprir os seus deveres eclesiásticos e de homem bom.
Ao longo de toda a sua vida sacerdotal, vinha a Cortes sempre que podia e quando acontecia era raro o dia que a localidade ficasse sem a celebração da santa missa. Era norma vir passar férias a Cortes e sempre que podia dava uma ajuda, nas diversas tarefas, aos párocos que passaram pela freguesia de Alvares. Aconteceu ter auxiliado algumas famílias Cortenses carenciadas nos mais diversos tipos de apoio.
Foi sócio da Comissão de Melhoramentos de Cortes até à data da sua morte.
Deixou instruções e uma verba para que fosse adquirido um órgão para que melhor fosse acompanhada a santa missa e outras celebrações na capela de Cortes.
Quando construiu casa em Cortes fê-lo por amor à sua terra e à família.
Família que o acompanhou ao longo de toda a sua vida de pároco nas citadas localidades, pela irmã Graça, pela mãe Isaura, ou ainda pela irmã Isabel, excepção apenas no tempo que esteve em Moçambique.
Para quem o acompanhou nos últimos anos de vida sabe que o sofrimento foi muito e a doença mais os medicamentos foram-lhe esgotando as forças no leito da morte.
Estiveram trinta amigos padres e o Sr. D. Albino Cleto, bispo de Coimbra, na missa de corpo presente realizada na capela de Cortes no dia 30 de Setembro de 2003, bem como um grande número de ex-paroquianos, para alem dos conterrâneos.
Está sepultado no cemitério de Cortes, sendo, até esta data, o único padre natural de uma terra que foi “escolhida” para ter um filho como o Padre Antonino…
Padre Antonino “és sacerdote eterno”
João Reis Antão
in O Varzeense, de 30/09/2008

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