Aldeias de Xisto: um património único que serpenteia toda a região Centro
As Aldeias de Xisto afirmam-se cada vez mais como um dos destinos de eleição de portugueses e estrangeiros. Distribuídas por 13 municípios do Pinhal Interior, as 24 aldeias assumem-se como um “produto turístico de eleição e exclusivo da região Centro”, que tem conquistado, ano após ano, cada vez mais visitantes, atraindo anualmente por mais de 450 mil visitantes. À beleza natural e à simpatia das suas gentes alia-se um vasto e diversificado programa de animação permanente que aposta, sobretudo, na reconstituição das tradições que ao longo dos anos marcaram estas aldeias.
São 24 as Aldeias de Xisto que se encontram dispersas um pouco por toda a região Centro, num total de 13 municípios. Com um património tão rico como diversificado e com uma beleza natural que oferece infinitas possibilidades de lazer, estas aldeias afirmam-se, cada vez mais, como uma “excelente alternativa” aos produtos turísticos ditos tradicionais.
Nos últimos anos, em parte devido à recuperação das aldeias e à forte aposta na sua divulgação, as Aldeias de Xisto foram visitadas por mais de 450 mil visitantes, um número que deixa todas as entidades ligadas a este projecto bastante satisfeitas.
“As Aldeias de Xisto são um produto de excepção para a região e para o país. Sendo um produto exclusivo da zona Centro, tem conquistado cada vez mais visitantes, tanto no domínio nacional como nos mercados externos, em particular no alemão, holandês e inglês”, explica Pedro Machado. O presidente da Região de Turismo do Centro realça também que este é um produto turístico que se conjuga na perfeição com outros produtos, como o turismo de natureza, gastronómico e em espaço rural.
“Do nosso ponto de vista as Aldeias de Xisto oferecem um conjunto polivalente, ao terem a capacidade de fazer uma integração perfeita naquilo que é o coração da nossa natureza mas também chamando à atenção para outros produtos com os quais convive na verdadeira ascensão da palavra”, realça.
São 24 aldeias distribuías por um território de enorme beleza e que oferece experiências únicas em vários sectores, como gastronomia, artesanato, alojamento e animação cultural. Aqui, das coisas da terra fazem-se novos produtos; de um rio faz-se pista de canoagem; de uma floresta faz-se trilho para caminhadas; uma tradição antiga transforma-se num evento cultural único…
Nestas 24 aldeias encontra-se de tudo o que de mais belo a natureza ainda oferece. Há praias fluviais de água pura, monumentos, castelos, museus… e sempre muitas actividades e muita conversa para partilhar, sobretudo com os habitantes, pessoas com quem dá gosto partilhar tradições, artes e histórias.
É este conjunto que faz destas aldeias um destino único. Pedro Machado sublinha que uma prova desta importância foi a distinção, em Março deste ano, com o reconhecido Prémio Palma de Prata Descoberta 2008 pela revista alemã Geo Saison, de tiragem mundial.
As Aldeias do Xisto receberam a distinção de Melhor Viagem de Descoberta pela conceituada revista de viagens, uma distinção que a Rede das Aldeias do Xisto considerou da “maior importância, uma vez que sublinha e reforça a aposta estratégica que a ADXTUR- Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, juntamente com a Marca Centro de Portugal vem desenvolvendo no Mercado Alemão”.
Esta distinção deixa também animada a própria população, pessoas que, como realça Pedro Machado, acompanham com “muito carinho e atenção a reabilitação das suas aldeias”. O presidente da RTC lembra ainda que as aldeias não conquistam apenas turistas. “Muitos dos filhos da terra que tinham procurado o seu mercado de emprego noutros destinos do país regressam agora para recuperar a sua própria casa, enquanto outras pessoas se deixam seduzir pela beleza destas aldeias e adquirem o seu alojamento, provando de facto a excepcional qualidade de vida que elas podem proporcionar”, explica.
24 aldeias mostram o que de melhor há no Centro do país
Cada uma destas 24 aldeias tem muito para oferecer. Muito poderia ser escrito sobre cada uma delas e muito continuaria a ficar por dizer. Assim sendo, aqui fica apenas um pouco de cada uma, um convite para que parta à descoberta do que não é possível descrever.
Benfeita, concelho de Arganil. Percorra as ruas e sinta a frescura no encontro de duas ribeiras. No recuperado moinho do Figueiral e alambique ainda é possível ver como antigamente se aproveitava a força da água. Do outro lado da rua encontra-se a Igreja Paroquial e um pouco mais ao lado o atelier da Feltrosofia, onde se fazem artesanalmente peças de feltro com um design inovador. Aqui encontra já uma das tradicionais lojas das Aldeias do Xisto e o Centro Documental, na recuperada Casa Simões Dias. Ao passear pela aldeia, desfrute do conjunto de casario branco, com as suas ruelas e passadiços característicos.
Martim Branco, Castelo Branco. Enquanto a ribeira de Almaceda faz cantar as águas e os rouxinóis, lá fora, o forno comunitário ainda exala o cheiro do pão acabado de cozer, uma tradição aqui mantida bem viva mas que se tem vindo a perder quase em todo o país. Os fornos assumem-se assim como um dos elementos mais interessantes de Martim Branco, daí a preocupação e o investimento que tem sido feito na sua recuperação. Martim Branco destaca-se também pela sua paisagem, tão agreste como tranquila, com o xisto e o granito a conjugarem-se na perfeição na ornamentação das casas, construções modestas mas de uma genuinidade que o tempo não destruiu.
Sarzedas, Castelo Branco. Esta aldeia distingue-se pelos traços de cor que lhe marcam as fachadas das casas rebocadas a caminho da Fonte da Vila. Antiga vila e sede de concelho, o seu Pelourinho, o Largo, as igrejas e capelas, sobressaem de uma malha urbana com casas de belo traçado e volumes grandiosos, que atestam a presença marcante da História da vila e dos seus habitantes.
Casal de S. Simão, Figueiró dos Vinhos. Esta aldeia baseia-se numa só rua, com a fonte a encantar visitantes. Disponibiliza uma loja Aldeias de Xisto, um restaurante e uma Associação cujo nome se confunde com o que nos promete esta aldeia: Refúgios de Pedra. Esta é uma das aldeias que tem assistido ao regresso dos “filhos da terra”, com muitas pessoas a apostarem na recuperação das habitações, muitas vezes pelas próprias mãos.
Barroca, Fundão. A Casa Grande, antigo solar do séc. XVIII onde hoje funciona o Centro Dinamizador das Aldeias do Xisto, acolhe os visitantes e lança-os à descoberta. Na Barroca continua a respirar-se um ambiente rural, pautado pelos seus ciclos agrícolas. A paisagem circundante é enquadrada pelo pinhal e pelas pirâmides das escombreiras da Lavaria do Cabeço do Pião, que já pertenceram às Minas da Panasqueira. A Barroca é também a sede da Rede de Lojas das Aldeias do Xisto. Aqui descobrem-se antigos moinhos que laboravam com a força do rio que, com as suas águas límpidas e com a beleza da área envolvente, convida ao lazer e à descontracção.
Janeiro de Cima, Fundão. Em comunhão com a natureza e as raízes familiares, Janeiro de Cima enche-se de gente aos fins de semana e nas férias. No Verão, fazem-se piqueniques no pinhal ou aproveita-se a frescura da água no Parque Fluvial. Aqui as tradições revivem-se em saberes e artes que nunca se esquecem e que renascem pelas mãos de quem não deixa morrer a tradição.
Aigra Nova, Aigra Velha, Comareira e Pena. O concelho de Góis é “rico” no que toca a este património das Aldeias de Xisto, estando estas quatro aldeias integradas numa estrada panorâmica que as liga ao Trevim, o ponto mais alto da Serra da Lousã, a Santo António da Neve e a outras aldeias situadas na vertente oposta da serra. É com os olhos postos no alto que se agradece a existência destas “aldeias-memória” e a sua recente e progressiva transformação em “aldeias-futuro”. É obrigatório parar aqui e deixar-se contagiar pela simpatia das pessoas e pela serena paisagem.
Também o concelho da Lousã oferece convites irrecusáveis. “Perdidas” na sua bela serra, encontram-se cinco Aldeias de Xisto - Candal, Casal Novo, Cerdeira, Chiqueiro e Talasnal.
Aninhado na Serra da Lousã, a Aldeia de Candal ergue-se numa colina voltada a Sul. Estrategicamente colocada junto à Estrada Nacional, que liga Lousã a Castanheira de Pêra, esta aldeia está habituada a receber visitantes, sendo considerada uma das mais desenvolvidas das aldeias serranas.
Talasnal, Casal Novo e Chiqueiro são aldeias cravadas na serra da Lousã, ligadas entre si pela história e cultura comuns, mas sobretudo pelo viver genuíno das gentes. Ao reabilitarem-se casas e condições de vida, recuperam-se os sorrisos que nestas três aldeias voltam a chamar quem aprecie o casario encostado a ruas estreitas e as fontes que cantam os segredos da Serra.
A Cerdeira é um local mágico. Logo à entrada, uma pequena ponte convida a conhecer um punhado de casas que espreitam por entre a folhagem. Parece que atravessamos um portal para um mundo fantástico. Tudo parece perfeito neste cenário profundamente romântico. O chão de ardósia guia-nos por um caminho até uma fonte no meio de uma frondosa vegetação.
Gondramaz, Miranda do Corvo. Esta aldeia distingue-se pela tonalidade específica do xisto que envolve toda a área. Até o chão que se pisa é exemplo da melhor arte de trabalhar artesanalmente a pedra. Esta é, aliás, terra de artesãos cujas mãos hábeis criam figuras carismáticas que são marca da serra e que levam consigo o nome do mestre e da aldeia além-fronteiras.
Álvaro, Oleiros. A aldeia de Álvaro estende-se ao longo do viso de uma encosta sobranceira ao Rio Zêzere, acomodada na albufeira do Cabril. Avistada do alto da magistral paisagem que a circunda, parece uma alva muralha que guarda a passagem do rio. É uma das “aldeias brancas” da Rede das Aldeias do Xisto, ou seja, a sua base de construção é o xisto mas a sua evolução histórica incorporou o reboco.
Em Pampilhosa da Serra encontram-se mais duas Aldeias de Xisto - Fajão e Janeiro de Cima. Fajão era a antiga vila, encaixada numa pitoresca concha da Serra, alcandorada sobre o Rio Ceira, perto da sua nascente, entre altos e gigantescos penedos de quartzito, cuja configuração faz lembrar antigos castelos naturais. Quem quiser fazer alpinismo e escalar estes penedos poderá usufruir de uma vista única. Amanhã viverá um dia especial, com a inauguração da sétima Loja Aldeias do Xisto, e com a abertura do Caminho do Xisto desta Aldeia. Todo o fim-de-semana será recheado de actividades culturais, workshops e muita animação.
Janeiro de Baixo é marcado pelo rio Zêzere e está rodeado de um conjunto harmonioso de serras, penedos e vales, albufeiras, rios e ribeiras que apetece explorar.
Ferraria de S. João, Penela. Alcandorada numa crista quartzítica no extremo sul da serra da Lousã, tem como ex-líbris os antigos abrigos dos animais. Perto de Casal de S. Simão, esta aldeia tira hoje partido da presença de novos vizinhos para recuperar antigas tradições, festas populares e religiosas, em que todos se envolvem reunindo esforços e participando.
Figueira, Proença-a-Nova. Esta Aldeia é mesmo uma “aldeia” na verdadeira concepção do termo – as galinhas parecem dizer bom dia dos seus poleiros, apreciam-se as cabras, a carroça do feno, a horta recheada e verde, o forno comunitário ainda com o aroma do pão acabado de cozer. A envolvência desta Aldeia caracteriza-se pela sua relação ainda muito marcada e activa com o meio rural.
Pedrógão Pequeno, Sertã. Em Pedrógão Pequeno o xisto esconde-se sob rebocos alvos. Quando a banda filarmónica ali vem tocar, as ruas enchem-se e vem à memória a década de 50, quando chegaram à aldeia os trabalhadores que construíram a Barragem do Cabril.
Água Formosa, Vila de Rei. Aqui ainda se encontram evidências das tradições antigas, como os vários fornos a lenha espalhados pela aldeia; mas também evidências de tradições ligadas à utilização da força da água, num enquadramento natural que evidencia o melhor da relação entre homem e Natureza. Tem poucos habitantes residentes, mas a estes têm vindo a juntar-se muitos mais.
Foz do Cobrão, Vila Velha de Ródão. Nesta Aldeia conjugam-se a paisagem natural esculpida por um Oceano antigo com a imaginação dos homens que ali impuseram a sua cultura agrícola, essencialmente feita de oliveiras em socalcos seguros por muros de xisto: ainda hoje o azeite desta região é de elevadíssima qualidade. Esta é uma terra onde ainda se revivem essas tradições antigas.
in O Despertar, de 17/10/2008
São 24 as Aldeias de Xisto que se encontram dispersas um pouco por toda a região Centro, num total de 13 municípios. Com um património tão rico como diversificado e com uma beleza natural que oferece infinitas possibilidades de lazer, estas aldeias afirmam-se, cada vez mais, como uma “excelente alternativa” aos produtos turísticos ditos tradicionais.
Nos últimos anos, em parte devido à recuperação das aldeias e à forte aposta na sua divulgação, as Aldeias de Xisto foram visitadas por mais de 450 mil visitantes, um número que deixa todas as entidades ligadas a este projecto bastante satisfeitas.
“As Aldeias de Xisto são um produto de excepção para a região e para o país. Sendo um produto exclusivo da zona Centro, tem conquistado cada vez mais visitantes, tanto no domínio nacional como nos mercados externos, em particular no alemão, holandês e inglês”, explica Pedro Machado. O presidente da Região de Turismo do Centro realça também que este é um produto turístico que se conjuga na perfeição com outros produtos, como o turismo de natureza, gastronómico e em espaço rural.
“Do nosso ponto de vista as Aldeias de Xisto oferecem um conjunto polivalente, ao terem a capacidade de fazer uma integração perfeita naquilo que é o coração da nossa natureza mas também chamando à atenção para outros produtos com os quais convive na verdadeira ascensão da palavra”, realça.
São 24 aldeias distribuías por um território de enorme beleza e que oferece experiências únicas em vários sectores, como gastronomia, artesanato, alojamento e animação cultural. Aqui, das coisas da terra fazem-se novos produtos; de um rio faz-se pista de canoagem; de uma floresta faz-se trilho para caminhadas; uma tradição antiga transforma-se num evento cultural único…
Nestas 24 aldeias encontra-se de tudo o que de mais belo a natureza ainda oferece. Há praias fluviais de água pura, monumentos, castelos, museus… e sempre muitas actividades e muita conversa para partilhar, sobretudo com os habitantes, pessoas com quem dá gosto partilhar tradições, artes e histórias.
É este conjunto que faz destas aldeias um destino único. Pedro Machado sublinha que uma prova desta importância foi a distinção, em Março deste ano, com o reconhecido Prémio Palma de Prata Descoberta 2008 pela revista alemã Geo Saison, de tiragem mundial.
As Aldeias do Xisto receberam a distinção de Melhor Viagem de Descoberta pela conceituada revista de viagens, uma distinção que a Rede das Aldeias do Xisto considerou da “maior importância, uma vez que sublinha e reforça a aposta estratégica que a ADXTUR- Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, juntamente com a Marca Centro de Portugal vem desenvolvendo no Mercado Alemão”.
Esta distinção deixa também animada a própria população, pessoas que, como realça Pedro Machado, acompanham com “muito carinho e atenção a reabilitação das suas aldeias”. O presidente da RTC lembra ainda que as aldeias não conquistam apenas turistas. “Muitos dos filhos da terra que tinham procurado o seu mercado de emprego noutros destinos do país regressam agora para recuperar a sua própria casa, enquanto outras pessoas se deixam seduzir pela beleza destas aldeias e adquirem o seu alojamento, provando de facto a excepcional qualidade de vida que elas podem proporcionar”, explica.
24 aldeias mostram o que de melhor há no Centro do país
Cada uma destas 24 aldeias tem muito para oferecer. Muito poderia ser escrito sobre cada uma delas e muito continuaria a ficar por dizer. Assim sendo, aqui fica apenas um pouco de cada uma, um convite para que parta à descoberta do que não é possível descrever.
Benfeita, concelho de Arganil. Percorra as ruas e sinta a frescura no encontro de duas ribeiras. No recuperado moinho do Figueiral e alambique ainda é possível ver como antigamente se aproveitava a força da água. Do outro lado da rua encontra-se a Igreja Paroquial e um pouco mais ao lado o atelier da Feltrosofia, onde se fazem artesanalmente peças de feltro com um design inovador. Aqui encontra já uma das tradicionais lojas das Aldeias do Xisto e o Centro Documental, na recuperada Casa Simões Dias. Ao passear pela aldeia, desfrute do conjunto de casario branco, com as suas ruelas e passadiços característicos.
Martim Branco, Castelo Branco. Enquanto a ribeira de Almaceda faz cantar as águas e os rouxinóis, lá fora, o forno comunitário ainda exala o cheiro do pão acabado de cozer, uma tradição aqui mantida bem viva mas que se tem vindo a perder quase em todo o país. Os fornos assumem-se assim como um dos elementos mais interessantes de Martim Branco, daí a preocupação e o investimento que tem sido feito na sua recuperação. Martim Branco destaca-se também pela sua paisagem, tão agreste como tranquila, com o xisto e o granito a conjugarem-se na perfeição na ornamentação das casas, construções modestas mas de uma genuinidade que o tempo não destruiu.
Sarzedas, Castelo Branco. Esta aldeia distingue-se pelos traços de cor que lhe marcam as fachadas das casas rebocadas a caminho da Fonte da Vila. Antiga vila e sede de concelho, o seu Pelourinho, o Largo, as igrejas e capelas, sobressaem de uma malha urbana com casas de belo traçado e volumes grandiosos, que atestam a presença marcante da História da vila e dos seus habitantes.
Casal de S. Simão, Figueiró dos Vinhos. Esta aldeia baseia-se numa só rua, com a fonte a encantar visitantes. Disponibiliza uma loja Aldeias de Xisto, um restaurante e uma Associação cujo nome se confunde com o que nos promete esta aldeia: Refúgios de Pedra. Esta é uma das aldeias que tem assistido ao regresso dos “filhos da terra”, com muitas pessoas a apostarem na recuperação das habitações, muitas vezes pelas próprias mãos.
Barroca, Fundão. A Casa Grande, antigo solar do séc. XVIII onde hoje funciona o Centro Dinamizador das Aldeias do Xisto, acolhe os visitantes e lança-os à descoberta. Na Barroca continua a respirar-se um ambiente rural, pautado pelos seus ciclos agrícolas. A paisagem circundante é enquadrada pelo pinhal e pelas pirâmides das escombreiras da Lavaria do Cabeço do Pião, que já pertenceram às Minas da Panasqueira. A Barroca é também a sede da Rede de Lojas das Aldeias do Xisto. Aqui descobrem-se antigos moinhos que laboravam com a força do rio que, com as suas águas límpidas e com a beleza da área envolvente, convida ao lazer e à descontracção.
Janeiro de Cima, Fundão. Em comunhão com a natureza e as raízes familiares, Janeiro de Cima enche-se de gente aos fins de semana e nas férias. No Verão, fazem-se piqueniques no pinhal ou aproveita-se a frescura da água no Parque Fluvial. Aqui as tradições revivem-se em saberes e artes que nunca se esquecem e que renascem pelas mãos de quem não deixa morrer a tradição.
Aigra Nova, Aigra Velha, Comareira e Pena. O concelho de Góis é “rico” no que toca a este património das Aldeias de Xisto, estando estas quatro aldeias integradas numa estrada panorâmica que as liga ao Trevim, o ponto mais alto da Serra da Lousã, a Santo António da Neve e a outras aldeias situadas na vertente oposta da serra. É com os olhos postos no alto que se agradece a existência destas “aldeias-memória” e a sua recente e progressiva transformação em “aldeias-futuro”. É obrigatório parar aqui e deixar-se contagiar pela simpatia das pessoas e pela serena paisagem.
Também o concelho da Lousã oferece convites irrecusáveis. “Perdidas” na sua bela serra, encontram-se cinco Aldeias de Xisto - Candal, Casal Novo, Cerdeira, Chiqueiro e Talasnal.
Aninhado na Serra da Lousã, a Aldeia de Candal ergue-se numa colina voltada a Sul. Estrategicamente colocada junto à Estrada Nacional, que liga Lousã a Castanheira de Pêra, esta aldeia está habituada a receber visitantes, sendo considerada uma das mais desenvolvidas das aldeias serranas.
Talasnal, Casal Novo e Chiqueiro são aldeias cravadas na serra da Lousã, ligadas entre si pela história e cultura comuns, mas sobretudo pelo viver genuíno das gentes. Ao reabilitarem-se casas e condições de vida, recuperam-se os sorrisos que nestas três aldeias voltam a chamar quem aprecie o casario encostado a ruas estreitas e as fontes que cantam os segredos da Serra.
A Cerdeira é um local mágico. Logo à entrada, uma pequena ponte convida a conhecer um punhado de casas que espreitam por entre a folhagem. Parece que atravessamos um portal para um mundo fantástico. Tudo parece perfeito neste cenário profundamente romântico. O chão de ardósia guia-nos por um caminho até uma fonte no meio de uma frondosa vegetação.
Gondramaz, Miranda do Corvo. Esta aldeia distingue-se pela tonalidade específica do xisto que envolve toda a área. Até o chão que se pisa é exemplo da melhor arte de trabalhar artesanalmente a pedra. Esta é, aliás, terra de artesãos cujas mãos hábeis criam figuras carismáticas que são marca da serra e que levam consigo o nome do mestre e da aldeia além-fronteiras.
Álvaro, Oleiros. A aldeia de Álvaro estende-se ao longo do viso de uma encosta sobranceira ao Rio Zêzere, acomodada na albufeira do Cabril. Avistada do alto da magistral paisagem que a circunda, parece uma alva muralha que guarda a passagem do rio. É uma das “aldeias brancas” da Rede das Aldeias do Xisto, ou seja, a sua base de construção é o xisto mas a sua evolução histórica incorporou o reboco.
Em Pampilhosa da Serra encontram-se mais duas Aldeias de Xisto - Fajão e Janeiro de Cima. Fajão era a antiga vila, encaixada numa pitoresca concha da Serra, alcandorada sobre o Rio Ceira, perto da sua nascente, entre altos e gigantescos penedos de quartzito, cuja configuração faz lembrar antigos castelos naturais. Quem quiser fazer alpinismo e escalar estes penedos poderá usufruir de uma vista única. Amanhã viverá um dia especial, com a inauguração da sétima Loja Aldeias do Xisto, e com a abertura do Caminho do Xisto desta Aldeia. Todo o fim-de-semana será recheado de actividades culturais, workshops e muita animação.
Janeiro de Baixo é marcado pelo rio Zêzere e está rodeado de um conjunto harmonioso de serras, penedos e vales, albufeiras, rios e ribeiras que apetece explorar.
Ferraria de S. João, Penela. Alcandorada numa crista quartzítica no extremo sul da serra da Lousã, tem como ex-líbris os antigos abrigos dos animais. Perto de Casal de S. Simão, esta aldeia tira hoje partido da presença de novos vizinhos para recuperar antigas tradições, festas populares e religiosas, em que todos se envolvem reunindo esforços e participando.
Figueira, Proença-a-Nova. Esta Aldeia é mesmo uma “aldeia” na verdadeira concepção do termo – as galinhas parecem dizer bom dia dos seus poleiros, apreciam-se as cabras, a carroça do feno, a horta recheada e verde, o forno comunitário ainda com o aroma do pão acabado de cozer. A envolvência desta Aldeia caracteriza-se pela sua relação ainda muito marcada e activa com o meio rural.
Pedrógão Pequeno, Sertã. Em Pedrógão Pequeno o xisto esconde-se sob rebocos alvos. Quando a banda filarmónica ali vem tocar, as ruas enchem-se e vem à memória a década de 50, quando chegaram à aldeia os trabalhadores que construíram a Barragem do Cabril.
Água Formosa, Vila de Rei. Aqui ainda se encontram evidências das tradições antigas, como os vários fornos a lenha espalhados pela aldeia; mas também evidências de tradições ligadas à utilização da força da água, num enquadramento natural que evidencia o melhor da relação entre homem e Natureza. Tem poucos habitantes residentes, mas a estes têm vindo a juntar-se muitos mais.
Foz do Cobrão, Vila Velha de Ródão. Nesta Aldeia conjugam-se a paisagem natural esculpida por um Oceano antigo com a imaginação dos homens que ali impuseram a sua cultura agrícola, essencialmente feita de oliveiras em socalcos seguros por muros de xisto: ainda hoje o azeite desta região é de elevadíssima qualidade. Esta é uma terra onde ainda se revivem essas tradições antigas.
in O Despertar, de 17/10/2008
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