quarta-feira, 5 de março de 2008

Faleceu o Chico

Morreu o Chico Morreu o meu pai, disse com a voz embargada de dor,o Carlos. A notícia não nos surpreendeu, porque na véspera, quando da visita que lhe fizemos, o Lopes Machado, o José Dias Santos e eu, achava-se de tal maneira mal que prognosticamos que não chegaria ao fim da semana. Quem diria que o Francisco, que era o expoente de dinamismo, de alegria e dedicação, sempre pronto para servir, havia de se finar tão cedo. Acompanhamos estes últimos 35 anos um pouco de sua vida e vibrávamos quando tomávamos conhecimento dos prémios que lhe eram atribuídos pela quilometragem rodada sem qualquer acidente, ao volante dos autocarros da Carris, e pelas homenagens que era alvo, naquela empresa de transportes lisboeta. Admirávamos a sua dedicação à Casa do Concelho de Góis, onde actualmente era secretario, depois de ter sido suplente, vogal, mas onde, não importava o cargo, para procurar sempre fazer o melhor e substituir qualquer director quando este não podiam comparecer. Quando a Casa perdeu o cobrador António Carvalho e depois de se ter procurado arranjar outro, o Francisco acedeu a fazer alguma cobrança e juntou também a do jornal O Varzeense e da Comissão de Melhoramentos de Vila Nova do Ceira, esta ultima se receber sequer um tostão Com o fazer a cobrança foi arranjando sócios para a Casa concelhia e assinantes para o jornal e coleccionando uma série de Amigos entre aqueles a quem batia à porta. Arranjava também noticias e mostrava o desejo que fossem o mais bem feitas possível e pedia opinião se deveria ser assim ou de outra maneira, procurando com humildade aprender sempre mais. Representou a Casa de Góis muitas vezes e nos almoços fazia discursos, simples mas entusiasmo, que agradavam aos convivas. Há nove meses que lhe foi diagnosticada doença que não perdoa e apesar de todos os esforços não foi possível atalhar o mal que tinha nos pulmões, e contraiu não se sabe como , pois o Francisco nunca fumou, não bebia, e era equilibrado na alimentação. Talvez fosse um fumante passivo que sofreu as consequências da irresponsabilidade dos que fumavam, nos autocarros. Quando esta noticia for publicada os utentes da carreira 22 vão recordar o motorista que conscientemente os levava para o trabalho ou do trabalho para casa e não vão esquecer os parabéns que davam, quando era premiado pela empresa e liam a noticia neste jornal. Também os assinantes do jornal e os associados da Casa do Concelho de Góis e da Comissão de Melhoramentos de Vila Nova do Ceira vão sentir as falta do Chico. Mas mais falta vão sentir os companheiros da Casa concelhia, os companheiros da associação da Ponte do Sótão e os mordomos da festa de nossa Senhora do Rosário de Céu onde dava o melhor de si. O Francisco nasceu para ajudar os outros e mesmo doente ainda dedicava o seu tempo disponível aos idosos da Junta de Freguesia do Alto do Pina, que também vão sentir, muito a sua falta. Já não falamos o vazio que deixou na sua família, sua extremosa esposa Fernanda, e seus filhos Carlos Manuel e João Pedro, nora Maria de Fátima Roberto Custódio e netas Joana e Sofia a quem endereçamos os nossos sentidos pêsames. O seu funeral realizou-se para o cemitério da Ponte do Sótão, após missa de corpo presente e com grande acompanhamento indo a urna coberta com a bandeira da Casa do Concelho de Góis. MC 2007-3-4
in http://terrasdoceira.blogs.sapo.pt

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