quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Vila Nova do Ceira - Restauro da Casa do Povo inaugurada

Depois de ser ter recorrido a várias portas, a Casa do Povo de Vila Nova do Ceira conseguiu ver a remodelação concretizada.

No domingo, dia 30, deu-se a inauguração das instalações numa tarde que contou com um programa cultural elaborado essencialmente com os grupos da freguesia. Entre a intenção de ser criado um espaço museológico, foram lançados desafios que confluem para a participação frequente dos varzeenses nas actividades da Associação e aumento de sócios.

Uma das condições para liderar a direcção da Casa do Povo era pô-la a “mexer”. Para tal, Felisberto Costa considerou que primeiro teriam de ser criadas as condições para que fosse possível dar-lhe vida. “Para mim a principal ferramenta eram as instalações, porque assim podíamos fazer um plano cultural, desportivo e não só, a longo prazo”, esclareceu durante a sessão solene. Tendo a base, o dirigente evocou que doravante serão necessárias pessoas para dar continuidade ao trabalho desenvolvido. O apelo à participação visou os casais com filhos. “Deixem vir as crianças quando estas são solicitadas. As pessoas de idade já têm hábitos vincados, são difíceis de dar a volta. Temos de ensinar às crianças o que é útil para elas no futuro”, expressou, tentando convencê-los. O segundo apelo reportou à população em geral. Não apenas a angariação de mais sócios, mas sim de todos os varzeenses, justificando que o valor de três euros anuais é simbólico.

Duas das ajudas para a requalificação da Casa do Povo vieram da Câmara Municipal e da ADIBER – Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira-Serra. Nas palavras de José Girão Vitorino, presidente da autarquia, a actividade associada à instituição representa um “orgulho” para o concelho, proporcionando momentos de cultura e diversão. Classificando a obra como “impecável”, reforçou a ideia de Felisberto Costa, nomeadamente a de angariar sócios, fundamentando-se no movimento que a terra demonstra ao ter Filarmónica, grupo de dança e rancho folclórico. Da parte da ADIBER, a instituição fez-se representar por Lurdes Castanheira, que evocou um dos objectivos lançado há cerca de dois anos, a criação de um museu. “Penso que não será difícil reunir peças, porque a Casa já tem algum património”, vincou contando que a população de Vila Nova do Ceira disponibilize algumas. Uma colaboração certa é de Diamantino Garcia, presidente do Conselho Fiscal, cujo avô foi sócio fundador da Associação.

A Casa do Povo de Vila Nova do Ceira foi criada em 1933, visando-se estimular a vertente social de forma dar resposta às necessidades do mundo rural. Numa segunda fase, por volta dos anos 50 a instituição adopta uma postura mais virada para a providência social, designadamente na área da saúde. A década fica marcada pela prestação de auxílio a famílias carenciadas. Entretanto dá-se o aparecimento da Televisão no país e a Casa serve de verdadeiro espaço de encontro. Com a criação da Segurança Social deixa de ter a vertente social e com o passar dos anos acaba por se tornar um centro cultural da freguesia. A par de uma biblioteca, apresentava sessões de cinema de 15 em 15 dias, servindo ainda para eventos desportivos.
Diana Duarte
in Jornal de Arganil, edição electrónica

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