quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Dr. Octávio Dias Garcia – Desaparecimento de um amigo…

A vida é feita de encontros e desencontros, na vida encontramos pessoas boas e outras muito boas, dentro das pessoas muito boas que encontrei na vida está o Dr. Octávio.

Todos nos conhecemos os seus feitos jurídicos, mas eu quero hoje falar do ser humano maravilhoso e encinatador.

Desde que lembro de mim, que conheço do Dr. Octávio e a sua mulher a D. Maria Luiza, e desde sempre tive um carinho muito especial pelos dois.

Sempre que ia de férias para Vila Nova do Ceira, eram sempre as primeiras pessoas, que eu procurava, adorava as nossas conversas no "Zé do Café", ou mesmo pelas ruas da nossa várzea.

Mesmo quando era mais pequeno, o meu melhor amigo era o "Manel" o neto mais velho, deles, andávamos de bicicleta, íamos jogar pingue-pongue para da casa dele na Várzea Grande.

Quando comecei a pintar e a fazer exposições o Dr. Octávio e a mulher estavam sempre presentes, assim como nas exposições do meu Pai. Quando foi inaugurada a escultura do meu Pai em homenagem aos Varzeenses, na Várzea Grande o Dr. Octávio fez questão de ser ele a inaugurar a mesma.

Lembro-me dele estar sempre a dizer a minha mãe, "Filha, a tua mãe (a minha avó Emília ) era a mulher mais bonita da Várzea Pequena!..."

A última vez que estive com o Dr. Octávio e a D. Maria Luiza, foi no meu casamento, já estava debilitado, mas mantinha aquela sua pose.

Mas mesmo assim fez questão de lá estar, embora não tivesse ido ao copo-de-água, compareceu apenas na igreja. Foi a primeira pessoa que vi quando cheguei a igreja, deu-me um grande abraço e disse-me: "Não podia faltar". É uma imagem que nunca irei apagar da minha mente nem do meu coração.

Em quase todos os grandes momentos da minha vida o Dr. Octávio e a D. Maria Luiza estiveram, quando lancei o meu livro sobre Góis, mandou-me um cartão de parabéns que guardo com muito carinho.

No passado dia 2 de Dezembro, fiz um ano de casado e a noite recebi um telefone-ma da D. Maria Luiza a dar-me os parabéns pelo meu 1º aniversário de casamento, perguntei-lhe pelo Dr. ao que me disse que estava muito doente, na quinta-feira à noite, já estava em casa quando recebi a terrível notícia, uma daquelas noticias para a qual nunca estamos preparados, acho que fiquei sem "pinta de sangue", foi como se me tivessem tirado o tapete dos pés, saí rapidamente, fui buscar os meus país e fui à igreja fazer a minha despedida de um bom amigo.

Pensei então, enquanto me dirigia para a igreja, hoje perdi um amigo e coisa mais preciosa, no mundo não há…

Foi com profunda tristeza que não pode acompanhar o "meu amigo" a sua última morada, Portugal e o Concelho de Góis, ficou mais pobre, assim como os meus verões… firam ficar para sempre as recordações, os conselhos, as palavras amigas e carinhosas e fica aqui o meu eterno obrigado, por me ter dado a honra de ter podido ter sido seu amigo.

Henrique Tigo

Etiquetas: