Folhas Soltas de Cadafaz
Não foi por acaso que Folhas Soltas fez uma paragem na sua informação, foi sim na esperança de que durante esse período algo de proveitoso e imprescendível em prol da comunidade tivesse sido feito e concluído. Mas a verdade é que a esperança que nos restava de podermos ir assistindo à continuidade da conservação e progresso de pelo menos daquilo que nos foi deixado pelos nossos antecessores, parece estar a abandonar-nos e a sobrepor-se uma decadência total.
Será por falta de vigor e persistência dos idosos? Será por falta de interesse, cooperação e proficiência entre os jovens da nossa comunidade? Ou será a aproximação do final de mais uma aldeia, neste caso o Cadafaz? Se for este último caso, não é necessário ir contribuindo para isso, a própria natureza se encarregará.
Verifica-se por exemplo que os problemas da povoação, alguns já várias vezes alertados, continuam por solucionar, o abastecimento da água à rede pública e domiciliária (desde, pelo menos 2003) que continua na mesma situação.
Como já referi em artigo anterior, no ano passado foi assunto fomentado com recolha de água de 3-4 nascentes retiradas às terras de regadio e de vários donos, pelo que o caudal aumentou mas como se calcula e é informado pelas entidades camarárias: cada vez mais imprópria para consumo. Pensava-se ser esta uma situação provisória. Afinal estamos em pleno Verão com visitantes e crianças, e tudo continua na mesma. E recorrer a quem? Aos serviços camarários a quem compete solucionar a falta e são os seus respectivos serviços os recebedores das facturas e não só. Porém, devemos fazer parte da lista dos "é para esquecer" já que se estão passando tantos anos de espera e os mesmos serviços estão a executar trabalhos idênticos aos que necessitamos noutras povoações do concelho, segundo notícia em 30/06/07. Não me parece que seja possível ser só a Junta de Freguesia a remediar como tem feito. Inclusivamente a construção de um tanque para reserva de água, no sentido de dar apoio aos bombeiros em caso de incêndio, que várias vezes tem sido falado ou prometido, mas apenas vamos tendo conhecimento dos que vão sendo feitos noutras povoações deste nosso concelho de Góis. E, incrível é também um muro da berma de uma estrada principal bastante estreita que desabou em Outubro/Novembro 2006 bas Piçarras e até hoje ainda se encontra por reparar e até assinalar nos dois sentidos. Esperamos que as Exmas. Entidades não estejam esperando um final infeliz para tomar as respectivas providencias. Estas situações são sem dúvida as mais inadmissíveis pelo perigo que apresentam à população e a quem nos visita.
Também a piscina pública, já o ano passado não funcionou e continua, por falta de água que foi retirada para a rede pública, encontrando-se pouco recomendável para banhos embora a água da chuva faça bem à pele.
Quanto aos buracos feitos ao longo da estrada das Piçarras (estrada antiga) continuam à espera do varandim, alguns já estão servidos de vasos e silvas, julgo que "para uma mais valia" porque não plantar lá eucaliptos? Tal como nos buracos abertos nas calçadas em Agosto passado à procura de nascentes, e que ficaram por calcetar novamente. Mas o recanto dos Portos também implora pela sua remodelação, conforme prometido, assim ficou pior.
E, ao falar dos Portos, onde parará a mesa que foi retirada do estrado, por cima do poço, que só resta uma, tal como no parque do Covão, que tinha três e só resta uma. Seriam furtadas? Seriam aproveitadas para atenuar o frio deste Inverno ou andará alguém a fazer colecção de mesas e bancos dos parques de lazer de Cadafaz?
Falando de colecções será que os quadros retirados da sala de reuniões da Junta de Freguesia também estarão a fazer parte do espólio de algum coleccionador...
Afinal, o que foi feito é sem dúvida as modernas vias serranas e que se chamam estradões para os quais já seria ideal elaborar uma planta a nível da freguesia, para melhor orientação dos passeios pedestres. Duvido que tanta terra revoltada, tanta árvore centenária destruída e paisagem verde vá de algum modo livrar-nos do fogo ou servir de acesso a bombeiros, além disso, a elaboração desses chamados "projectos" ou marcações dos locais a passar, feitos por quem desconhece a zona e muito menos a sua história deviam ser mais respeitada; porque são cortados acessos como do estradão de Cadafaz, Sandinha e vice-versa, passando pela fonte onde se cortou a estrada em dois lados, via esta muito antiga e que serviu durante várias gerações entre as duas povoações e muito principalmente o acesso aos moinhos da ponte Sandinha cuja moagem era o sustento principal da população. Devia até ser tomada solução na sua conservação a fim de dar a conhecer o local, que além dos moinhos e casas de xisto tinha um recanto do rio muito bonito, ideal para turismo rural e passeio pedestre.
Também um bom serviço mas incompleto, foi a limpeza florestal em volta da povoação, mesmo com supervisão de responsáveis ficaram alguns recantos por limpar junto às casas, e montes de ramagem por queimar em local pouco ideal para tal paisagem, até porque continua lá o aviso de: "mantenha este local limpo". Também, para quem por sinal devia ter conhecimento, surgiram grandes lixeiras por baixo das silveiras, é certo que foi uma grande falta de civismo, mas ficaram na mesma, elas vão surgir na próxima limpeza.
E, por último, embora o meu artigo já esteja bastante extenso, não posso deixar de mencionar um assunto que diz respeito a todos nós Cadafazenses: consta que se tenciona, ou já começou a transformar a Casa de Convívio de Cadafaz numa garagem para uma viatura atribuída à Junta de Freguesia. Uma ideia ou acção que pela sua falta de bom senso, má informação ou até deferência vem juntar-se a outros casos insólitos desta povoação. É certo que uma grande parte dos seus fundadores ou dos que contribuíram monetariamente para a sua concretização, já não fazem parte da nossa comunidade, e essa é sem dúvida uma das razões para alguém ter semelhante ideia. No entanto, muitos ainda estão presentes e decerto não esqueceram os momentos saudáveis de confraternização e amizade, incluindo em serviços de copo de água e baptizados. Também essa casa servia de apoio ao Rancho Folclórico de Cadafaz, e referindo-me a este, temos connosco um casal a quem muito se deve pelo que fez e conseguiu em prol da Casa de Convívio e do Rancho Folclórico. Mas, estou confiante que esta decisão fará "mexer" a consciência de quem a idealizou ou aconselhou, de modo a achar ser mais digno melhorar o seu aspecto de limpeza interior e exterior de maneira a que a colónia cadafazense se possa continuar a reunir em franco convívio e fraternidade na companhia dos nossos descendentes e amigos.
Será esta de certeza a melhor maneira de se conservar, valorizar e respeitar o património cultural, tal como anteriormente foi prometido, e parece ter sido esquecido.
Não pretendo com este artigo minimizar ou fiscalizar algo ou alguém, muito menos entidades que me merecem consideração e estima mas... que qualquer coisa está a correr menos bem é realmente um facto.
E será bom verificá-lo antes que os nossos descendentes nos acusam daquilo que fizemos ou deixámos fazer.
Cadafaz, 6 de Julho de 2007
A. Silva
in O Varzeense, de 30/07/2007
Será por falta de vigor e persistência dos idosos? Será por falta de interesse, cooperação e proficiência entre os jovens da nossa comunidade? Ou será a aproximação do final de mais uma aldeia, neste caso o Cadafaz? Se for este último caso, não é necessário ir contribuindo para isso, a própria natureza se encarregará.
Verifica-se por exemplo que os problemas da povoação, alguns já várias vezes alertados, continuam por solucionar, o abastecimento da água à rede pública e domiciliária (desde, pelo menos 2003) que continua na mesma situação.
Como já referi em artigo anterior, no ano passado foi assunto fomentado com recolha de água de 3-4 nascentes retiradas às terras de regadio e de vários donos, pelo que o caudal aumentou mas como se calcula e é informado pelas entidades camarárias: cada vez mais imprópria para consumo. Pensava-se ser esta uma situação provisória. Afinal estamos em pleno Verão com visitantes e crianças, e tudo continua na mesma. E recorrer a quem? Aos serviços camarários a quem compete solucionar a falta e são os seus respectivos serviços os recebedores das facturas e não só. Porém, devemos fazer parte da lista dos "é para esquecer" já que se estão passando tantos anos de espera e os mesmos serviços estão a executar trabalhos idênticos aos que necessitamos noutras povoações do concelho, segundo notícia em 30/06/07. Não me parece que seja possível ser só a Junta de Freguesia a remediar como tem feito. Inclusivamente a construção de um tanque para reserva de água, no sentido de dar apoio aos bombeiros em caso de incêndio, que várias vezes tem sido falado ou prometido, mas apenas vamos tendo conhecimento dos que vão sendo feitos noutras povoações deste nosso concelho de Góis. E, incrível é também um muro da berma de uma estrada principal bastante estreita que desabou em Outubro/Novembro 2006 bas Piçarras e até hoje ainda se encontra por reparar e até assinalar nos dois sentidos. Esperamos que as Exmas. Entidades não estejam esperando um final infeliz para tomar as respectivas providencias. Estas situações são sem dúvida as mais inadmissíveis pelo perigo que apresentam à população e a quem nos visita.
Também a piscina pública, já o ano passado não funcionou e continua, por falta de água que foi retirada para a rede pública, encontrando-se pouco recomendável para banhos embora a água da chuva faça bem à pele.
Quanto aos buracos feitos ao longo da estrada das Piçarras (estrada antiga) continuam à espera do varandim, alguns já estão servidos de vasos e silvas, julgo que "para uma mais valia" porque não plantar lá eucaliptos? Tal como nos buracos abertos nas calçadas em Agosto passado à procura de nascentes, e que ficaram por calcetar novamente. Mas o recanto dos Portos também implora pela sua remodelação, conforme prometido, assim ficou pior.
E, ao falar dos Portos, onde parará a mesa que foi retirada do estrado, por cima do poço, que só resta uma, tal como no parque do Covão, que tinha três e só resta uma. Seriam furtadas? Seriam aproveitadas para atenuar o frio deste Inverno ou andará alguém a fazer colecção de mesas e bancos dos parques de lazer de Cadafaz?
Falando de colecções será que os quadros retirados da sala de reuniões da Junta de Freguesia também estarão a fazer parte do espólio de algum coleccionador...
Afinal, o que foi feito é sem dúvida as modernas vias serranas e que se chamam estradões para os quais já seria ideal elaborar uma planta a nível da freguesia, para melhor orientação dos passeios pedestres. Duvido que tanta terra revoltada, tanta árvore centenária destruída e paisagem verde vá de algum modo livrar-nos do fogo ou servir de acesso a bombeiros, além disso, a elaboração desses chamados "projectos" ou marcações dos locais a passar, feitos por quem desconhece a zona e muito menos a sua história deviam ser mais respeitada; porque são cortados acessos como do estradão de Cadafaz, Sandinha e vice-versa, passando pela fonte onde se cortou a estrada em dois lados, via esta muito antiga e que serviu durante várias gerações entre as duas povoações e muito principalmente o acesso aos moinhos da ponte Sandinha cuja moagem era o sustento principal da população. Devia até ser tomada solução na sua conservação a fim de dar a conhecer o local, que além dos moinhos e casas de xisto tinha um recanto do rio muito bonito, ideal para turismo rural e passeio pedestre.
Também um bom serviço mas incompleto, foi a limpeza florestal em volta da povoação, mesmo com supervisão de responsáveis ficaram alguns recantos por limpar junto às casas, e montes de ramagem por queimar em local pouco ideal para tal paisagem, até porque continua lá o aviso de: "mantenha este local limpo". Também, para quem por sinal devia ter conhecimento, surgiram grandes lixeiras por baixo das silveiras, é certo que foi uma grande falta de civismo, mas ficaram na mesma, elas vão surgir na próxima limpeza.
E, por último, embora o meu artigo já esteja bastante extenso, não posso deixar de mencionar um assunto que diz respeito a todos nós Cadafazenses: consta que se tenciona, ou já começou a transformar a Casa de Convívio de Cadafaz numa garagem para uma viatura atribuída à Junta de Freguesia. Uma ideia ou acção que pela sua falta de bom senso, má informação ou até deferência vem juntar-se a outros casos insólitos desta povoação. É certo que uma grande parte dos seus fundadores ou dos que contribuíram monetariamente para a sua concretização, já não fazem parte da nossa comunidade, e essa é sem dúvida uma das razões para alguém ter semelhante ideia. No entanto, muitos ainda estão presentes e decerto não esqueceram os momentos saudáveis de confraternização e amizade, incluindo em serviços de copo de água e baptizados. Também essa casa servia de apoio ao Rancho Folclórico de Cadafaz, e referindo-me a este, temos connosco um casal a quem muito se deve pelo que fez e conseguiu em prol da Casa de Convívio e do Rancho Folclórico. Mas, estou confiante que esta decisão fará "mexer" a consciência de quem a idealizou ou aconselhou, de modo a achar ser mais digno melhorar o seu aspecto de limpeza interior e exterior de maneira a que a colónia cadafazense se possa continuar a reunir em franco convívio e fraternidade na companhia dos nossos descendentes e amigos.
Será esta de certeza a melhor maneira de se conservar, valorizar e respeitar o património cultural, tal como anteriormente foi prometido, e parece ter sido esquecido.
Não pretendo com este artigo minimizar ou fiscalizar algo ou alguém, muito menos entidades que me merecem consideração e estima mas... que qualquer coisa está a correr menos bem é realmente um facto.
E será bom verificá-lo antes que os nossos descendentes nos acusam daquilo que fizemos ou deixámos fazer.
Cadafaz, 6 de Julho de 2007
A. Silva
in O Varzeense, de 30/07/2007
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