A Coroa de Góis de Ana Filomena Cabral
O processo de escrita é um processo complexo que requer não só o desenvolvimento de uma técnica mas, também, o encontro da inspiração ou da "vida" necessária para que qualquer acontecimento passe a ser uma história.
Para o efeito, o escritor deve conhecer-se profundamente e descobir a sua melhor forma de trabalhar, tal como deve conscientemente desenvolver ao longo da sua vida literária o melhor meio de não se repetir, criando com os seus leitores compromissos de descoberta, de análise, de emoções, ... que crie, enfim, entre ambos a vontade complementar de escrever e de ler.
"A Coroa de Góis" de Ana Filomena Amaral é, antes de mais, esta vontade do encontro das palavras. É a história de uma escritora que se depara com os problemas, já não da página em branco, mas do écran vazio, incapaz de fixar o sumo, a essência, a seiva das palavras... O sucesso literário anterior aumenta as exigências, faz disparar os níveis d ansiedade, que a pressão sócio-profissional aliada à rotina da cidade apenas levam à frustração.
Este ponto de partida, muito normal nos dias que correm, leva a protagonista a partir a convite da tia Esmeralda como que num regresso às origens, às raízes. A vida tem indubitavelmente tantos segredos como o próprio processo de escrita e é, assim, que a história vai progredindo.
Góis, surge então como destino e progressivamente vai funcionar como espelho, uma vez que vai permitir a introspecção, o reencontro e a descoberta. É como se este espaço mágico tivesse um poder demiurgo e permitisse a libertação de todo aquele que realmente procura reencontrar-se. Felizmente, esta faceta histórica e natural de Góis é completada com outra, a "promoção artística" local que, indirectamente, podemos associar ao Góis Arte (certame artístico anual em Góis).
Ao longo das páginas, vemos progressivamente a protagonista recomeçar a escrever, revalorizar as suas raízes e, inconscientemente ou não, encontrar o verdadeiro significado da luz e da vida.
A Coroa de Góis é um livro com gosto, que fala da História da região de Góis, temperando-a com a história de vários personagens que se quiséssemos, poderíamos num qualquer passeio ou visita reencontrar pelas ruas desta vila, como Almeida Garrett procurou reviver quando imaginou a Joaninha dos olhos verdes a viver naquela casa do Vale de Santarém.
Victor Duarte
in A Comarca de Arganil, de 24/07/2007
Para o efeito, o escritor deve conhecer-se profundamente e descobir a sua melhor forma de trabalhar, tal como deve conscientemente desenvolver ao longo da sua vida literária o melhor meio de não se repetir, criando com os seus leitores compromissos de descoberta, de análise, de emoções, ... que crie, enfim, entre ambos a vontade complementar de escrever e de ler.
"A Coroa de Góis" de Ana Filomena Amaral é, antes de mais, esta vontade do encontro das palavras. É a história de uma escritora que se depara com os problemas, já não da página em branco, mas do écran vazio, incapaz de fixar o sumo, a essência, a seiva das palavras... O sucesso literário anterior aumenta as exigências, faz disparar os níveis d ansiedade, que a pressão sócio-profissional aliada à rotina da cidade apenas levam à frustração.
Este ponto de partida, muito normal nos dias que correm, leva a protagonista a partir a convite da tia Esmeralda como que num regresso às origens, às raízes. A vida tem indubitavelmente tantos segredos como o próprio processo de escrita e é, assim, que a história vai progredindo.
Góis, surge então como destino e progressivamente vai funcionar como espelho, uma vez que vai permitir a introspecção, o reencontro e a descoberta. É como se este espaço mágico tivesse um poder demiurgo e permitisse a libertação de todo aquele que realmente procura reencontrar-se. Felizmente, esta faceta histórica e natural de Góis é completada com outra, a "promoção artística" local que, indirectamente, podemos associar ao Góis Arte (certame artístico anual em Góis).
Ao longo das páginas, vemos progressivamente a protagonista recomeçar a escrever, revalorizar as suas raízes e, inconscientemente ou não, encontrar o verdadeiro significado da luz e da vida.
A Coroa de Góis é um livro com gosto, que fala da História da região de Góis, temperando-a com a história de vários personagens que se quiséssemos, poderíamos num qualquer passeio ou visita reencontrar pelas ruas desta vila, como Almeida Garrett procurou reviver quando imaginou a Joaninha dos olhos verdes a viver naquela casa do Vale de Santarém.
Victor Duarte
in A Comarca de Arganil, de 24/07/2007
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