Em Estevianas não se faz justiça nem há gratidão
Um certo dia de Inverno, às oito horas da manhã, passeava o meu cão numa estrada perigosa, sem bermas e iluminação, que liga o Vale do Laço e a Redinha ao centro da aldeia de Estevianas. - Sim, porque é considerado Estevianas, entre o Cabeço e o Covão, o resto são subúrbios.
Há um caminho pedonal que liga estas duas margens, mas está intransitável.
Li no «Jornal de Arganil» que, alguém responsável, plagiou a referência «Ponte do Ribeiro que é o símbolo da nossa bandeira», mas não explicou, se algo está a ser feito para resolver a situação deste caminho. Seria muito mais interessante dar esta explicação a todos os Estevianenses e sócios, do que rondar o caminho da hipocrisia, enaltecendo na mesma notícia, e em nome da Comissão, alguém que vos serve em particular.
Nesse passeio matinal encontrei um cliente assíduo da Casa dita de Convívio, que a essa hora se dirigia para a mesma. Perguntei:
- Para onde vais?
- Vou para a Casa de Convívio!
- Mas a esta hora está fechada...
- Não tem importância. Se estiver fechada eu toco ou assobio e vêm-me abrir-me a porta. Aqui é que é convívio, não é como nas povoações limítrofes onde as Casas de Convívio estão quase sempre fechadas. «É de louvar esta dedicação de bem servir»-
Continuei no meu passeio, reflectindo no que tinha acabado de ouvir em relação à comparação que om indivíduo fez, entre a povoação de Estevianas e limitrofes. Será que os Estevianenses são mais inteligentes que os nossos vizinhos?
Reflecti se foi para isto que trabalhei, para dar aos Estevianenses uma Casa de Convívio. Reflecti sobre a minha infância e recordei que de facto o convívio naquela altura era beber copos de vinho na tasca da aldeia, onde muitos homens se embriagavam, e daí por vezes advinham situações degradantes. Isso é que era convívio?
Pensava eu que uma Comissão de Melhoramentos tinha por missão criar condições para melhorar o nível social, cultural e recreativo das pessoas de cada aldeia. Foi a pensar nisso que peguei na Comissão de Melhoramentos da minha terra, completamente moribunda, e deixada ao abandono durante quase vinte anos, sem corpos gerentes, sem sócios e dinheiro abandonado no banco.
Com esta minha iniciativa e liderança, conseguiram-se melhoramentos visíveis e incontestáveis, ficando na expectativa de ter criado condições sociais e recreativas para os Estevianenses.
O que se passou a seguir lembra-me o tempo quando em determinadas empresas os funcionários corriam com os donos e faziam autogestão.
Em Estevianas o grupo dominante, depois de ter o caminho aberto, expulsa quem abriu o caminho, para colher os louros daquilo que não fez, e num acto revanchista, transforma a Casa de Convívio na tasca da aldeia, explorando algum servilismo, e pessoas mais fragilizadas.
Como dizia o ditado em tempos não muito remotos: "O Fado é que «induca» o vinho é que «instroi»".
Em Estevianas não se faz justiça nem há gratidão.
Atento a notícias que destacam eventos regionais nas aldeias da Beira Serra, verifico o empenho das várias colectividades na realização de melhoramentos de interesse público, na realização de eventos de cariz cultural e recreativo, e fazendo jus ao reconhecimento das figuras que foram protagonistas ou pioneiras de algum melhoramento de destaque.
Em Estevianas são esquecidos os protagonistas dos vários melhoramentos construídos, para se entrar no campo da hipocrisia. Se não vejamos:
Aqueles que nos deixaram alguns melhoramentos e nos abriram caminho para uma continuidade, não devem ser esquecidos e devem ser respeitados. E de alguma maneira devem ser ultrapassados por alguém que nós gostamos em particular.
Deixamo-nos de hipocrisia e oportunismo.
Manuel Henriques
in Jornal de Arganil, de 14/06/2007
Há um caminho pedonal que liga estas duas margens, mas está intransitável.
Li no «Jornal de Arganil» que, alguém responsável, plagiou a referência «Ponte do Ribeiro que é o símbolo da nossa bandeira», mas não explicou, se algo está a ser feito para resolver a situação deste caminho. Seria muito mais interessante dar esta explicação a todos os Estevianenses e sócios, do que rondar o caminho da hipocrisia, enaltecendo na mesma notícia, e em nome da Comissão, alguém que vos serve em particular.
Nesse passeio matinal encontrei um cliente assíduo da Casa dita de Convívio, que a essa hora se dirigia para a mesma. Perguntei:
- Para onde vais?
- Vou para a Casa de Convívio!
- Mas a esta hora está fechada...
- Não tem importância. Se estiver fechada eu toco ou assobio e vêm-me abrir-me a porta. Aqui é que é convívio, não é como nas povoações limítrofes onde as Casas de Convívio estão quase sempre fechadas. «É de louvar esta dedicação de bem servir»-
Continuei no meu passeio, reflectindo no que tinha acabado de ouvir em relação à comparação que om indivíduo fez, entre a povoação de Estevianas e limitrofes. Será que os Estevianenses são mais inteligentes que os nossos vizinhos?
Reflecti se foi para isto que trabalhei, para dar aos Estevianenses uma Casa de Convívio. Reflecti sobre a minha infância e recordei que de facto o convívio naquela altura era beber copos de vinho na tasca da aldeia, onde muitos homens se embriagavam, e daí por vezes advinham situações degradantes. Isso é que era convívio?
Pensava eu que uma Comissão de Melhoramentos tinha por missão criar condições para melhorar o nível social, cultural e recreativo das pessoas de cada aldeia. Foi a pensar nisso que peguei na Comissão de Melhoramentos da minha terra, completamente moribunda, e deixada ao abandono durante quase vinte anos, sem corpos gerentes, sem sócios e dinheiro abandonado no banco.
Com esta minha iniciativa e liderança, conseguiram-se melhoramentos visíveis e incontestáveis, ficando na expectativa de ter criado condições sociais e recreativas para os Estevianenses.
O que se passou a seguir lembra-me o tempo quando em determinadas empresas os funcionários corriam com os donos e faziam autogestão.
Em Estevianas o grupo dominante, depois de ter o caminho aberto, expulsa quem abriu o caminho, para colher os louros daquilo que não fez, e num acto revanchista, transforma a Casa de Convívio na tasca da aldeia, explorando algum servilismo, e pessoas mais fragilizadas.
Como dizia o ditado em tempos não muito remotos: "O Fado é que «induca» o vinho é que «instroi»".
Em Estevianas não se faz justiça nem há gratidão.
Atento a notícias que destacam eventos regionais nas aldeias da Beira Serra, verifico o empenho das várias colectividades na realização de melhoramentos de interesse público, na realização de eventos de cariz cultural e recreativo, e fazendo jus ao reconhecimento das figuras que foram protagonistas ou pioneiras de algum melhoramento de destaque.
Em Estevianas são esquecidos os protagonistas dos vários melhoramentos construídos, para se entrar no campo da hipocrisia. Se não vejamos:
Aqueles que nos deixaram alguns melhoramentos e nos abriram caminho para uma continuidade, não devem ser esquecidos e devem ser respeitados. E de alguma maneira devem ser ultrapassados por alguém que nós gostamos em particular.
Deixamo-nos de hipocrisia e oportunismo.
Manuel Henriques
in Jornal de Arganil, de 14/06/2007
Etiquetas: estevianas
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