quinta-feira, 3 de maio de 2007

Escritores de Góis em destaque

Respira-se cultura em Góis, tendo em conta a quantidade de livros e de iniciativas previstas no âmbito da Feira do Livro, inaugurada ontem, que se prolonga até domingo.

Decorrendo sob o signo “Escritores do Concelho”, a Feira do Livro de Góis é dedicada aos escritores da terra, que foram convidados a participar. No entanto, devido a outros compromissos, apenas 12 podem estar presentes. O certame, que se dirige a toda a comunidade, tem um enfoque especial na população escolar, tendo sido instalada uma tenda gigante nas traseiras da Biblioteca Municipal, que alberga uma cúpula onde vão ser desenvolvidas várias actividades lúdico-pedagógicas.
Organizado pela Câmara Municipal de Góis, o evento tem por principal objectivo, segundo Helena Moniz, «promover e estimular o gosto e o interesse pela leitura, através do contacto do público com os livros e com os escritores». A vice-presidente da autarquia sublinha que ler «é uma actividade fundamental para o desenvolvimento do pensamento, para aumentar o conhecimento ou simplesmente para dar asas à imaginação», acrescentando que «se escrever é uma arte, ler também o pode ser». Por isso, «estimular o gosto pela leitura e torná-la acessível a todos os munícipes é uma meta que a autarquia se propõe», pois «entendemos que o futuro só se ganha quanto mais abrangente for o conhecimento», sendo os livros na opinião de Helena Moniz, «o grande veículo para essa finalidade».
José Girão Vitorino reconheceu que «escrever implica falar da vida», considerando que «felizmente para Góis, muitos escritores, locais e não só, procuram e continuam a procurar os segredos da vida, com que se contam estorias, brindando-nos todos os anos como novas obras». Assim, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Góis na cerimónia de inauguração, «graças a esta coragem e vontade de escrever de muitos goienses podemos hoje orgulhar-nos de ter um valioso arquivo histórico local, romances, contos, poesia», entre muitos outros géneros literários. Neste sentido, prosseguiu o edil «sempre vimos com bons olhos a necessidade de apoiar a criação literária, uma vez que favorece o encontro entre as nossas gerações, permite o diálogo com o passado e, sobretudo, contribui para que as crianças e jovens de amanhã possam sonhar e ser homens ou mulheres livres», disse dirigindo-se às crianças e jovens do Agrupamento de Escolas de Góis.
Em representação do Agrupamento esteve o presidente do Conselho Executivo, que se congratulou pelo facto deste certame dar especial ênfase aos escritores do concelho. «Para os nossos alunos, em termos de motivação, não havia nada melhor que lidar com estes escritores, trocar experiências e verificar como é gratificante escrever», referiu, acrescentando que este «é particularmente um momento feliz para a escola». José Albuquerque Ângelo aludia ao facto da biblioteca estar integrada na Rede de Bibliotecas Escolares a nível nacional, o que o enche de «orgulho», pois «a pouco e pouco começam a esbater-se as diferenças de oportunidades entre os alunos de diferentes concelhos». O docente também enalteceu o facto de estarem programadas conversas dos escritores do concelho com os alunos, pois, considera, «os escritores são pessoas com grande vivência pessoal que vão incutir nos alunos algum espírito de iniciativa e espírito crítico».
O governador civil considerou que «a melhor forma de homenagear os amantes da escrita é ler», lembrando que hoje «há diversas formas de aceder ao conhecimento». Henrique Fernandes sublinhou também a necessidade de recorremos aos conhecimentos e reflexões das gerações anteriores para que «não tenhamos que recomeçar do zero», pois, declarou, «sem a escrita, tenha ela o suporte que tiver, estávamos condenados a um eterno recomeço».
Isabel Duarte
in Diário de Coimbra, de 3/05/2007

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