quinta-feira, 1 de março de 2007

Procurei, de Abílio Bandeira Cardoso

Procurei, com o que restou de minha voz, procurei...
Reinventar, reinventar a maravilha da palavra amor
Amor, uma palavra intocável e impenetrável pela dor
Desejei, um amor que não doesse, amor... desejei...

Coloquei, apenas a beleza desse sentimento, coloquei
Castrei-o da vil dor e de tudo o que fosse castrador
Da real vertente do Homem da qual ele é construtor...
Apaguei... todas as minhas más recordações... apaguei...

Erigi, esse sentimento com altas torres de menagem
Protegido por fortes e muralhas de desejo e perdão
Tremeu a dor, que impedi e quase tudo caiu ao chão...

Tanta dor, que até para fugir me faltava coragem
Tanto amor, tanto amor que quase é vadiagem
Tantos tantos... e tão pouco... pouco, mas benção...

Abílio Bandeira Cardoso