terça-feira, 13 de março de 2007

Há músicas que nos marcam como garras
Tocam, graves, nas cordas do pensamento
Carregam-nos nos tempos em que o vento
Foi suave brisa, sopradas soltas parras

Da ingenuidade dedilhada nas amarras,
Que se prendem nos acordes do desalento,
Perdida p'ra sempre... ganha n'outro momento
Em que a música se solta das guitarras

Há músicas que se nos cravam no peito
Com garras que são punhais a fogo vivo
Que são luar das noites cheias evocativo

Há músicas que são silêncio desfeito
Em grito, surdo na dor de que é feito,
Há músicas que são mágoas em arquivo...

Abílio Bandeira Cardoso