terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Flor do Amor, de Abílio Bandeira Cardoso

Deixo-me apenas abrir em vã flor
No tempo exacto para em mim beberes
Todo o meu mel que para ti quiseres
E morro ao sol… seco, a seguir, sem dor

Pétala a pétala me fecho à cor:
(como se os beijos que já me não deres
Me amortalhassem no capuz que queres
Que eu vista, vivo, esquecendo o amor).

Deixo-me abrir para depois fechado
Saber a teus lábios em mim lambidos
E germinar nos mil sabores idos

Mais vale viver um triste amor cerrado
Que não viver por este amor tomado.
É por amor que guio os meus sentidos…

Abílio Bandeira Cardoso