terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Espírito, de Abílio Bandeira Cardoso

Meu espírito vagueei por edílicos laranjais
Que, em flor, o perfumam com quimeras
De virgindades perdidas nas primaveras
Floridas desses pomares belos e imortais

Meu espírito dobra alegres sons irreais
Nas promessas dos beijos que me não deras
E vagueia na sombra de tudo o que esperas
Nas ilusões garantidas dos teus ideiais

Meu espírito é teu qual dum corpo a alma
Se me desprender de ti, eu sei, morrerei
Sem saber o sabor dos lábios que sonhei

Se me desprender de ti jamais terei calma
Jamais o sossego, algures, um dia habitarei
Porque só por ti, amor, em mim reencarnei

Abílio Bandeira Cardoso