sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Cor de todas as cores, de Abílio Bandeira Cardoso

Eu, filho da terra, como ela sou castanho
Sou azul como o céu e azul como o mar
Do vento guardo tom incolor mais estranho
Das ervas só o verde me permite esperar

Do silêncio possuo uma cor sem tamanho,
Mas não negro, negro é cor de desesperar
E no desepero hei-de colorir com engenho
Todo o negro, com mil cores de espantar.

Pintarei meu fado com tons de Primavera
Ou de um Verão findo, cor de praia e trigo
Sem lágrimas pintarei a dor que vem comigo

Pinta-la-ei de uma cor suave, que me dera
Uma criança num sorriso de quem espera
Nada e tudo tem na cor que assim consigo

Abílio Bandeira Cardoso